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Channel: História Militar - Carlos Daroz
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II SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR

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Será realizada, entre 29 e 31 de agosto, a segunda edição do Simpósio Nacional de História Militar, no qual serão apresentadas as mais recentes pesquisas no campo do estudo da guerra, das instituições militares e do soldado.  

O simpósio transcorrerá na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e no Museu Naval, com o apoio da Universidade Estadual de Londrina, Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação da Aeronáutica, UNIRIO, Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Escola de Guerra Naval e Universidade Salgado de Oliveira.

Participe e vivencie a cooperação intelectual entre militares e acadêmicos para a consolidação da História Militar como disciplina.




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EQUIPE DA AMAN VENCE A IV OLIMPÍADA DE HISTÓRIA MILITAR E AERONÁUTICA

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Nos dias 9 e 10 de agosto de 2017, a Academia da Força Aérea promoveu a quarta edição da Olimpíada de História Militar e Aeronáutica, a sempre vibrante competição de conhecimentos que procura, por meio do lúdico, despertar talentos e estimular o estudo da História Militar entre os cadetes da Aeronáutica. Desde 2016, a olimpíada passou a incluir a participação dos aspirantes da Escola Naval e dos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). 

A competição contou com a participação maciça do Corpo de Cadetes da Aeronáutica: vibração e conhecimento

A palestra de abertura foi proferida pelo coronel R1 Fernando Velôzo Gomes Pedrosa, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, que apresentou o tema “Eficácia Militar: uma abordagem histórica”. Os futuros oficiais formaram equipes de quatro integrantes para enfrentar as difíceis provas intelectuais que envolvem conhecimentos da história das guerras da Antiguidade até a Idade Contemporânea. Para esta competição, foram formadas 10 equipes, que envolveram 40 estudantes das três escolas militares. Surpreendentemente, a fase final acabou por ser disputada por uma equipe de cada escola.

A equipe Almirante Saldanha da Gama, da Escola Naval, em plena disputa

A novidade no resultado deste ano ficou por conta da AMAN, que conquistou a primeira colocação com a equipe Duque de Caxias. O segundo lugar coube à equipe Alte. Saldanha da Gama, da Escola Naval. A medalha de bronze ficou com a equipe Brigadeiro Rui Moreira Lima, formada por cadetes da AFA.  Assim como no ano passado, as provas foram disputadíssimas e o resultado final só foi decidido na última bateria de questões, quando a equipe da Marinha quase abocanhou a medalha de ouro se não tivesse errado sua última questão.

A seguir, algumas fotos da competição:

A equipe Brigadeiro Rui Moreira Lima, da Academia da Força Aérea, concentrada em mais uma pergunta da Olimpíada

A equipe Duque de Caxias, pertencente à Academia Militar das Agulhas Negras, com suas medalhas de ouro após a vitória

Em perfeita integração interforças, os integrantes das três equipes finalistas ostentam suas medalhas.

O Brigadeiro Baccarin, comandante da Academia da Força Aérea, realizando a entrega da premiação aos cadetes da equipe vencedora.

O Blog Carlos Daroz-História Militar parabeniza a Academia da Força Aérea e a organização da Olimpíada, na pessoa do Cel Cláudio Calaza, pela excelência e primor do evento, que, a cada ano, alcança mais relevância e visibilidade.

Que venha a V Olimpíada no ano de 2018.

"MACTE ANIMO! GENEROSE PUER, SIC ITUR AD ASTRA".
("Jovem, ânimo! Por este caminho se vai ao Céu". Lema da Academia da Força Aérea)


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MUITA POMPA PARA A GUERRA: OS UNIFORMES DA RÚSSIA DO CZAR

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As inúmeras mudanças nos uniformes militares russos na época do último czar.

Por Alexandr Verchínin


O último czar russo, Nikolai II, tinha uma paixão talvez maior do que os seus antecessores por atributos militares externos: manobras, desfiles e uniformes. O seu pai, Aleksandr III, um homem que não gostava de grandes públicos e que apreciava coisas singelas, havia simplificado o uniforme dos soldados russos. Os bordados de renda, o uniforme de gala e os exuberantes enfeites de crina de cavalo foram abolidos.

Já Nikolai II acreditava que os elementos cerimoniais dos uniformes eram parte necessária da vida militar de soldados e oficiais. Mal subiu ao trono, em 1894, e reformulou a roupa da cavalaria. O novo uniforme mais lembrava a vestimenta de seus antecessores distantes que marcharam sobre Paris em 1814: jaquetas de abotoamento duplo afuniladas na cintura com bainha colorida na lapela e punhos. Em vez do simples cinturão de couro com a bainha para a espada, introduzido no reinado anterior, os oficiais voltaram a usar a faixa de gala bordada.

O uniforme simples do Exército introduzido por Aleksandr III se manteve em uso até a guerra russo-japonesa. Os soldados russos foram para essa batalha vestindo túnicas brancas e quepes que variavam de cor, dependendo da unidade militar, mas que eram cobertos por uma capa também branca. Quanto aos oficiais, usavam túnicas brancas.

Por saltar à vista e se distinguir tão bem ao longe, aquele uniforme transformava os soldados russos em alvos fáceis para os artilheiros inimigos. A situação ficou tão grave que os combatentes começaram a pintar a vestimenta por iniciativa própria. Em 1904, teve início a confecção de guimnastiôrkas (tipo de camisa longa e larga)  dos soldados e túnicas dos oficiais em tecido cáqui.

Admirador das pompas militares, Nikolai II posa para fotografia em meio a seus oficiais

A derrota da Rússia na guerra russo-japonesa levou a novas alterações no uniforme. Por um lado, as batalhas demonstraram que a roupa do Exército precisava ser adaptada às novas condições de combate. Por mais que as camisas brancas como a neve fossem do agrado dos soldados, e as brilhantes dragonas ao sol, dos oficiais, não dava para virar mira fácil de um franco-atirador ou de uma metralhadora inimiga.

Em 1907, o exército foi inteiramente vestido com uniformes cáqui. O quepe com pala se impôs definitivamente como principal atributo da chapelaria militar, enquanto as calças largas, enfiadas dentro das botas, substituíram por completo as calças justas, tendo apenas os cavaleiros mantido as reithose (calças justas de equitação) cinzas com elementos coloridos. As túnicas e camisas brancas viraram para sempre “coisa do passado”. Os novos uniformes dos oficiais eram cáqui com bolsos no peito e botões metálicos. As guimnastiôrkas dos soldados também receberam bolsos, mas os seus botões eram feitos de couro pressionado.


Psicologia da moda

Para elevar a moral do Exército derrotado, surgiu um novo uniforme cerimonial  ou de gala. Todos os soldados receberam jaqueta de abotoamento duplo com debrum (acabamento feito entre duas costuras) de cor viva. Os oficiais dos regimentos ganharam bordados de ouro sobre a jaqueta, e os generais, um ornamento especial com a forma de folhas de carvalho.

Em algumas unidades foram retomadas as já esquecidas barretinas, confeccionadas  no mesmo modelo daquelas usadas pelos soldados russos em 1812. No Regimento de Granadeiros foi ordenado que se voltasse a colocar sobre o ombro direito os alamares, tal como no século 18, com o monograma de Ekaterina II. As faixas de cintura de prata se assemelhavam àquelas usadas no tempo de ​ Suvorov. Os elementos do uniforme militar do glorioso passado da Rússia deveriam levantar o moral dos combatentes.


Triunfo do espírito

A Primeira Guerra Mundial, que eclodiu em 1914, não permitiu aos soldados russos apreciar plenamente a beleza do novo uniforme cerimonial. Não restou outra opção, senão colocá-lo de lado, uma vez que na frente de batalha ele não tinha qualquer utilidade. Os oficiais tiveram que vestir um uniforme do mesmo tipo do dos soldados.

Elaborado uniforme do Regimento de Cavalaria de Guarda

Todos os elementos chamativos e brilhantes dos uniformes, botões e insígnias das platinas, foram pintados com cores escuras para os tornar invisíveis aos artilheiros inimigos. As correias entrelaçadas do cinto da espada foram substituídas por correias de couro que se cruzavam nas costas e que mantinham o cinturão com um coldre para o revólver e uma bainha para a arma branca. Junto com a túnica militar e a guimnastiôrka começou a ser usada a jaqueta, cuja moda foi introduzida pelas fileiras dos aliados do exército britânico.

A falta de material também levou a alterações no estilo da vestimenta militar. As tropas do front do Cáucaso receberam autorização para confeccionar as suas tcherkéskas com tecido cinzento caseiro. A falta de couro levou à substituição maciça das botas com caneleira enrolada.

Soldados russos durante a Guerra Russo-Japonesa de 1905


Supunha-se que o uniforme cerimonial do Exército russo seria mais uma vez trajado nas capitais dos estados inimigos derrotados – Berlim e Viena. Chegou mesmo a ser feita um traje especial para a futura parada da vitória. O chapéu de feltro em forma de capacete, imitando o antigo capacete russo, foi criado na véspera da guerra para as celebrações por ocasião do jubileu da dinastia reinante. Longos capotes com martingales costurados na região do peito, um sobre outro, faziam lembrar o caftã dos arqueiros russos.

Tudo isso deveria simbolizar o triunfo do espírito eslavo sobre o seu eterno inimigo – a Alemanha. No entanto, a guerra se arrastou e levou a uma revolução. O novo uniforme acabou sendo herdado pelo Exército Vermelho, cujos soldados o tornaram visível e reconhecido no mundo inteiro.

Fonte: Gazeta Russa


BILLY MITCHELL E SUA VISÃO SOBRE O PODER AÉREO: UM HOMEM À FRENTE DE SEU TEMPO

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A criação dos serviços aéreos nos diversos exércitos e marinhas do mundo, no final da década de 1910, revelou a necessidade da elaboração de uma doutrina de emprego capaz de permitir a utilização mais adequada dos novos meios de combate. Nesse sentido, surgiram, logo após a 1ª Guerra Mundial, teóricos militares que buscaram estabelecer as bases do emprego da nova aviação de guerra, dando origem à teoria do Poder Aéreo.

A experiência da 1ª Guerra Mundial provocou um intenso debate sobre a aplicação dos meios aéreos, sendo os principais teóricos Giulio Douhet, na Itália; Hugh Trenchard, na Grã-Bretanha, e William Mitchell nos EUA. Esses três oficiais contemporâneos eram defensores persistentes da utilização do avião para fins militares.

O General norte-americano William “Billy” Mitchell, contemporâneo de Douhet e Trenchard, desempenhou papel essencial na elaboração do Poder Aéreo dos EUA. Mitchell aprendeu a voar como major, aos 38 anos de idade, e desempenhava a função de observador americano na França quando os EUA entraram na guerra, em 1917, tendo lá estabelecido e comandado o Corpo Aéreo do Exército dos EUA.

O major Billy Mitchell em sua aeronave na França, durante a 1ª Guerra Mundial.

Considerava importante o bombardeio estratégico, mas, ao contrário de Douhet, atribuía grande valor às aeronaves de caça, e, na sua concepção, o enfrentamento entre as forças aéreas oponentes ocupava lugar de destaque.

Mitchell era um estudioso de estratégia e causava-lhe exasperação a falta de atenção das autoridades com o desenvolvimento do Poder Aéreo. Segundo acreditava, era a única forma de dar ao país a vitória na próxima guerra, que previa como inevitável. Na defesa de suas opiniões, entrou em choque diversas vezes com seus superiores. Dentre os choques que travou com a estrutura militar, dois são dignos de registro.

William "Billy" Mitchell, fotografado no início da década de 1920 no posto de Brigadeiro-General com todas as suas condecorações.

Em 1921, sentindo-se ridicularizado pela Marinha, após ter expressado a opinião de que um encouraçado – que custava mil vezes mais que um avião – podia ser afundado por apenas um desses engenhos, desafiou a força naval para um teste. O experimento foi realizado, e o resultado foi o afundamento do ex-encouraçado alemão Ostfriesland por aviões bombardeiros que lançaram bombas de 2.000 libras durante manobras realizadas ao largo da costa de Norfolk.

O experimento de Mitchell de 1921, na costa da Virginia. Um bombardeiro Martin MB-2 lança uma bomba de fósforo branco sobre o encouraçado SMS Ostfriesland


Uma bomba explode junto á proa do encouraçado SMS Ostfriesland


Mortalmente ferido pelas bombas da aviação, o SMS Ostfriesland afunda na costa da Virgínia: o Poder Aéreo se afirmava sobre os antigos encouraçados

As lideranças da Marinha dos EUA, contudo, não se sensibilizaram. Mesmo diante do sucesso da demonstração de Mitchell, ao afundar o Ostfriesland, com bombas lançadas por aviões, os almirantes norte-americanos permaneceram crentes no poder do navio encouraçado, e desprezaram a eficácia do avião contra o navio. Após a experiência, um relatório do Chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA chegou a atribuir ao poderio da aviação o mesmo valor das minas navais, lançadas para bloquear os portos inimigos, obviamente subestimando o Poder Aéreo.

Charge publicada no jornal Chicago Tribune sobre o experimento de Billy Mitchell mostrando as visões antagônicas dos almirantes e dos defensores do Poder Aéreo.
Marinha: " Um alvo estacionário indefeso e, ainda assim, veja quanto tempo levou para os aviões bombardeiros afundá-lo!"
Aviadores: "Sim, mas nós o afundamos, não?"

O outro enfrentamento com os superiores do qual Mitchell tomou parte ocorreu em 1925, quando foi submetido à corte marcial por ter chamado publicamente de incompetentes os líderes da Marinha e do Exército. A Corte Marcial, que durou sete semanas, se converteu, na realidade, em um seminário sobre estratégia e sua teoria do Poder Aéreo, onde Mitchell predisse que a próxima guerra seria global, que os EUA enfrentariam o Japão, que os porta-aviões não poderiam fazer frente à aviação baseada em terra e que um forte Poder Aéreo era a única forma de enfrentar com êxito tal situação. Com exceção da vulnerabilidade dos porta-aviões diante da aviação baseada em terra, Mitchell acertou todos os demais quesitos de suas previsões.

Billy Mitchell (o segundo, da direita para a esquerda) sendo submetido à corte marcial. Seria rebaixado ao posto de tenente-coronel, mas defenderia, com grande visibilidade, o conceito do Poder Aéreo.

Mitchell considerava que a única defesa contra o ataque aéreo seria a própria aviação. A força aérea deveria ser constituída por uma força estratégica de grande raio de ação, e por uma série de unidades aéreas locais de defesa, para proteção dos centros vitais do poder. Diferentemente de Douhet, admitia a criação de forças aéreas auxiliares, principalmente com finalidade de observação e transporte, ligadas à marinha e ao exército.

Billy Mitchell pagou um alto preço por estar à frente de seu tempo, Condenado pela corte marcial, foi sentenciado ao rebaixamento, regredindo do posto de brigadeiro-general ao de tenente-coronel. No entanto, sua contribuição para o emprego do Poder Aéreo foi imensa.


Conheça essa e outras histórias lendo

UM CÉU CINZENTO: A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NA REVOLUÇÃO DE 1932


Saiba como adquirir seu exemplar enviando um e-mail para

umceucinzento@yahoo.com.br

REALIZADO O II SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR

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No período de 29 a 31 de agosto, realizou-se, nas dependências do Museu Naval e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), o II Simpósio Nacional de História Militar.

O evento congregou acadêmicos, docentes, estudantes, pesquisadores da História Militar, civis e militares, com o objetivo de buscar a articulação da área de História Militar, tratar da pesquisa na área, das problemáticas referentes ao objeto da História Militar, seus métodos e técnicas de pesquisa, suas relações com outras dimensões da História e com outras disciplinas como a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, bem como da utilização dos arquivos militares e institucionais no Brasil e na América.

Foi possível consolidar a História Militar como área de pesquisa interdisciplinar, plural e polifônica visando congregar as diferentes perspectivas de pesquisas acadêmicas em andamento.

No primeiro dia, após a conferência de abertura, proferida pelo Prof. Dr. Francisco Eduardo Alves de Almeida, da Escola de Guerra Naval, foi realizado o lançamento de livros de História Militar por pesquisadores da área. Na oportunidade, o editor do Blog Carlos Daróz-História Militar lançou suas mais novas obras: O Brasil na Primeira Guerra Mundial-a longa travessia e Um céu cinzento: a aviação na Revolução de 1932.

Comunicação durante um dos simpósios temáticos

O segundo e o terceiro dia foram reservados aos simpósios temáticos, nos quais mais de uma centena de pesquisadores apresentaram seus trabalhos mais recentes. Nessa edição foram apresentados trabalhos produzidos por pesquisadores de universidades do RJ, SP, MG, PR, SC, RS, GO, MS, SE e PE.

Os simpósios temáticos foram os seguintes:

ST 1 - História Militar: teoria, metodologia e fontes de pesquisa.
ST 2 - Militares na Política e na Sociedade.
ST 3 - História da Guerra e das Instituições Militares.
ST 4 - Historiografia, Memória e Patrimônio Militar.

Nessa fase, o editor do Blog apresentou, no ST 3, sua pesquisa “Precisamos de ação! A mobilização de pessoal durante a Revolução de 1932”.

O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar apresentando seu trabalho no simpósio temático 3

Além dos simpósios temáticos, ocorreu uma sessão de comunicações de Iniciação Científica, destinada aos graduandos.

Encerrando o simpósio, o Prof. Dr. Paulo André Leira Parente, da UNIRIO, proferiu a conferência de encerramento, prestigiada por grande público, no auditório Paulo Freire.

Diversas instituições participaram da organização do simpósio: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Estadual de Londrina, Universidade Salgado de Oliveira, Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, Escola de Guerra Naval e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Segundo as palavras do coordenador geral do simpósio, Prof. Paulo Parente, o evento serviu, sobretudo, para reforçar o diálogo entre as instituições.

Prof. Dr. Paulo André Leira Parente, da UNIRIO, coordenador geral do simpósio, proferindo a conferência de encerramento.

O II Simpósio Nacional de História Militar foi um completo sucesso. O campo da História Militar saiu fortalecido e ainda mais consolidado, com pesquisadores de todo o Brasil estudando a história das guerras, do soldado e das instituições militares. 

Que venha a terceira edição no ano de 2018, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro.


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RONALD REAGAN RECEBEU UMA CARTA DE RECRUTAMENTO DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS ENQUANTO ERA PRESIDENTE DOS EUA - SUA RESPOSTA FOI SENSACIONAL

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Mesmo tendo 73 anos e ocupando o cargo de Presidente dos Estados Unidos na época, Ronald Reagan recebeu uma carta do Corpo de Fuzileiros Navais (USMC) perguntando se ele gostaria de se alistar em 1984.

Pode ter sido um erro grosseiro ou apenas uma piada da Corporação com seu comandante-em-chefe, ou, nas palavras de Reagan em sua resposta, o resultado da "ativa imaginação de um cabo”. Em qualquer caso, a Companhia Histórica do USMC compartilhou em sua página do Facebook a carta que o Presidente enviou de volta ao então Comandante dos fuzileiros, General Paul X. Kelley, em 31 de maio de 1984.  A resposta de Reagan foi sensacional.

"Eu lamento que eu deva recusar o convite para me alistar no Corpo dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos," Reagan escreveu no papel timbrado oficial da Casa Branca. "Tão orgulhoso quanto eu sou a respeito de minha aptidão física, creio que é melhor continuar como Comandante-em-Chefe. Além disso, no momento atual seria muito difícil passar dez semanas em Parris Island”, referindo-se ao centro de treinamento de recrutas dos fuzileiros.

Com a espirituosidade que lhe era peculiar, Reagan observou que os democratas provavelmente apreciariam sua saída da Casa Branca, mas teria que recusar o convite visto que sua esposa Nancy amava sua residência atual e o próprio Reagan estava "totalmente satisfeito com seu trabalho."

"Você consideraria um adiamento até 1989?", escreveu Reagan. Vale a pena lembrar que Reagan serviu na Força Aérea do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.

Confira a carta completa abaixo:



Fonte: We are the Mighty


II ENCONTRO DO LABORATÓRIO DE HISTÓRIA MILITAR E FRONTEIRAS DA UNIVERSO

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Caros amigos e amigas,

Depois do sucesso e dos resultados alcançados no primeiro encontro, o Laboratório de História Militar e Fronteiras da Universidade Salgado de Oliveira convida para o II Encontro do nosso grupo de pesquisa, que contemplará a História Militar na América.

Será no próximo dia 19, e as inscrições como ouvinte poderão ser feitas gratuitamente no local.

Você que gosta de estudar a História Militar não pode perder.



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IMAGEM DO DIA - 3/9/2017

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A Batalha de Kulm foi uma batalha perto da cidade de Kulm e da aldeia de Přestanov, no norte da Boêmia. Foi travada em 29-30 de agosto de 1813, durante a guerra da sexta coligação. 32.000 tropas francesas, sob o comando de Dominique vandamme, atacaram um exército de cerca de 50-60.000 austríacos, russos e prussianos, comandados por Alexander Ostermann-Tolstoy, mas foram derrotados com pesadas perdas em ambos os lados. Na imagem, a infantaria prussiana realiza um ataque com baionetas.

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A GUERRA PERDIDA EM CASA - VERDADES E MITOS

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Há cinquenta anos, os EUA se enfiavam no lamaçal que seria conhecido como Guerra do Vietnã, conflito entre “corações e mentes” que mudou o mundo e inventou o pacifismo.


Por Tatiana Gianini, Duda Teixeira e Júlia Carvalho

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Não tinha mais volta. No dia 14 de dezembro de 1961, John Kennedy mandou uma carta a seu colega do Vietnã do Sul, Ngo Dihn Diem, comprometendo-se a impedir que o país fosse unificado sob o regime comunista da metade norte da ex-colônia francesa. A presença de unidades de combate americanas na região só foi oficializada em 1965. Muitos historiadores, porém, consideram que a Guerra do Vietnã começou mesmo em 1961, quando os americanos se enfiaram de vez no lamaçal militar e político do primeiro grande conflito entre tropas regulares e guerrilheiros, embate que provocou uma divisão interna violenta nos EUA descrita por historiadores como uma incruenta guerra civil.

Antes do Vietnã, chamar alguém de pacifista era ofensivo. Afinal, as guerras eram “justas”. A democracia ocidental contra o fascismo de Hitler e Mussolini. Nós contra eles. No Vietnã, embaralharam-se o “nós” e o “eles”, o certo e o errado. O triunfo do mal não dependia mais apenas da indiferença dos homens de bem. A guerra era o mal e, na cabeça de muitos americanos, lutar pela paz era a única opção moral. Nasceu, assim, o pacifismo como categoria política.

A seguir, verdades, mentiras e mitos sobre o conflito que abalou a opinião pública americana.


Kennedy era contra a guerra

MITO - Entre as mais desvairadas teorias sobre as razões do assassinato de John Kennedy, em 1963, estava a de que ele pretendia retirar as tropas americanas do Vietnã, despertando assim a ira mortal dos militares mais radicais. Coisa de cabeças de vento como o diretor Oliver Stone. Kennedy era pragmático e, no discurso de posse, alertara "amigos e inimigos" de que os Estados Unidos iriam às últimas consequências para garantir o "sucesso da liberdade" no mundo. A guerra servia a seu propósito político imediato: demonstrar aos EUA e ao mundo que, mesmo jovem e sem experiência executiva, ele seria um rival a altura da velha raposa soviética, Nikita Kruschev. A malograda invasão da Baía dos Porcos, tentativa rocambolesca de derrubar Fidel Castro pelas armas, e o fracasso em impedir a construção do Muro de Berlim fizeram do Sudeste Asiático uma questão de honra para a administração Kennedy. "Demonstrar fraqueza no Vietnã significaria mais uma derrota para o comunismo e seria insuportável para Kennedy", diz o historiador americano Andrew Wiest. Sob Kennedy, a presença militar americana subiu de 600 consultores para 16.700 combatentes das três armas.


Os EUA temiam o "efeito dominó" em que à queda do Vietnã do Sul se seguiriam outras derrotas até o domínio completo do comunismo no Sudeste Asiático

VERDADE - Dois graduados assessores militares de Kennedy, o general Maxwell Taylor, famoso por saltar ao lado de seus comandados paraquedistas na invasão da Normandia em 1944, e o economista com nome de poeta Walt Whitman Rostow, foram os maiores proponentes da "teoria do dominó". O diplomata George Kennan,o pai da Guerra Fria, achava que o Sudeste Asiático deveria ser entregue ao domínio soviético sem que isso acarretasse maiores danos aos interesses globais dos Estados Unidos. Kennan foi voto vencido.


Os vietcongues eram combatentes nacionalistas sem laços ideológicos com os comunistas

MITO - Os vietcongues eram guerrilheiros sul-vietnamitas da Frente Nacional de Libertação, organismo comunista armado por Moscou e comandado pelos militares do Vietnã do Norte. Os propagandistas soviéticos venderam aos pacifistas do Ocidente a ideia de que os vietcongues lutavam apenas para expulsar os americanos e unificar seu país. Mas a abertura dos arquivos do Kremlin depois da derrocada do regime soviético mostrou que os vietcongues eram visceralmente ligados aos comunistas.


O presidente do Vietnã do Sul, Ngo Dinh Diem, era um democrata

EM TERMOS - Quando se tornou independente da França, em 1954, o pais foi dividido em dois: O Norte, sob o controle do comunista Ho Chi Minh, e o Sul, uma monarquia sob o comando do imperador Bao Dai. Seguindo os termos da convenção que pôs fim ao domínio colonial da França na região, eleições gerais deveriam ser convocadas com o objetivo de reunificar o país em 1956. Diem aproveitou-se do fato de que o Vietnã do Sul ignorou os termos da convenção, livrou-se do imperador e se declarou o primeiro presidente da República do Vietnã. Católico fervoroso, anticomunista e modernizador, Diem tornou-se aliado natural dos Estados Unidos. Suas políticas alienaram a maioria budista, e os monges deixaram o mundo estupefato ao se imolarem com fogo nos protestos contra o cató1ico Diem. Em 1963, abandonado pela Casa Branca, Diem foi deposto e morto por militares.


Os americanos não sabiam lutar na selva

EM TERMOS - As tropas americanas contavam com poucos oficiais experimentados em operações de selva, mas se adaptaram logo à floresta de clima vietnamita. Com o uso maciço de helicópteros e bombardeios de grande altitude, as forças americanas venceram quase todas as batalhas no Vietnã. Mas perderam a guerra por não terem o mandado político de manter os territórios ocupados. A guerra de "fricção" com os vietcongues e com as forças regulares do Vietnã do Norte exauriu o moral e os recursos militares americanos.
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Soldados americanos evacuando ferido através da selva


Kennedy foi levado à guerra por assessores incompetentes

EM TERMOS - os presidentes John Kennedy e Lyndon Johnson foram assessorados por homens com credenciais, egressos das grandes universidades americanas e imortalizados no livro The Best and Brightest (as Melhores e Mais Brilhantes), de David Halberstam. Suas ideias e estratégias faziam todo o sentido, mas se mostraram limitadas àquele contexto histórico. Ate os anos 60, os Estados Unidos só conheciam um método de combate, o "estilo americano de guerra". Por esse conceito, deveria ser usado todo o poder de fogo disponível para arrasar diretamente o Inimigo. Mas aniquilar o Vietnã do Norte não fazia sentido em um momento em que a União Soviética e a China já possuíam bombas nucleares, que poderiam ser usadas para defender o aliado comunista.

Os americanos então usaram a estratégia de uma guerra gradual, na qual iriam lentamente elevando o número de soldados e armas. Eles acreditavam que os inimigos perceberiam a situação de inferioridade e desistiriam da guerra. Já os comunistas empregaram a estratégia da guerra prolongada, confiando em que os americanos estavam impacientes para acabar com o conflito. "o nível de dor que Hanói estava preparada para enfrentar era maior do que o que Washington podia infligir", diz o historiador George Herring, da Universidade do Kentucky.


A população era contra a guerra desde o princípio

MITO - No início dos anos 60, o governo americano desfrutava uma de suas melhores fases em todo o século XX. O país havia vencido a 2ª Guerra Mundial e seus cidadãos aceitavam o papel dos EUA, no contexto da Guerra Fria, de conter o comunismo no mundo. O avanço vermelho era uma legítima preocupação nacional. Por isso, no começo, a maioria dos americanos apoiava a Guerra do Vietnã. O crescente custo do conflito em termos de vidas perdidas e impostos pagos, somado a uma cobertura de imprensa que apresentava com liberdade fatos cada vez mais escabrosos e que colocou as cenas da guerra dentro dos lares, fez com que os americanos passassem a rejeitar a intervenção no país Asiático.
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Protesto contra a guerra nos EUA


Os americanos guerrearam contra crianças

VERDADE - Os vietcongues não tinham escrúpulos em obrigar crianças a se submeter a treinamento militar e entrar em combate efetivo. Em sua autobiografia, a vietnamita Le Ly Hayslip afirmou que ela e outras crianças participavam de encontros noturnos, cantavam músicas revolucionárias e recebiam treinamentos de guerra como se fossem adultos. Elas eram divididas em comitês e serviam de mensageiras entre os moradores das vilas e os vietcongues. Le Ly conta como ajudou a montar armadilhas contra as tropas americanas. Segundo ela, as crianças, por serem "menores e mais ágeis", eram as preferidas para desempenhar funções de guerrilha como enterrar minas terrestres, lançar granadas a distância contra tropas americanas e cavar trincheiras.


Novas doenças mentais foram descritas

VERDADE - O stress pós-traumático, antes considerado fraqueza pessoal, foi identificado como síndrome, passível de tratamento medico. Nas guerras seguintes, os veteranos passaram a receber acompanhamento psicológico contínuo.


Pela primeira vez, os Estados Unidos enviaram mulheres para o front

EM TERMOS - As enfermeiras, que representavam 85% do efetivo feminino, receberam pela primeira vez treinamento de combate e aprenderam a atirar com os fuzis M16. Elas só tinham permissão para usá-los para se defender em ataques aos hospitais ou postos médicos. A Marinha enviou algumas aviadoras, mas nenhuma chegou perto das linhas de combate. As mulheres só puderam lutar em navios de guerra e no Exército na primeira Guerra do Golfo (1990-1991).


Pela primeira vez, negros e brancos americanos lutaram lado a lado

MITO - Na Guerra da Coreia (1950-1953), pela primeira vez os negros serviram em unidades mistas. Até a 2ª Guerra, os negros marchavam em unidades segregadas, as black divisions. Como não podiam exercer cargos de comando, eram liderados por oficiais brancos. Em 1948, o presidente Harry Truman ordenou o fim da segregação nas Forças Armadas. A Marinha e a Força Aérea já haviam abolido completamente a segregação em 1950. No Exército, o processo começou em 1951 e terminou quando os soldados já haviam voltado para casa vindos da Coreia. No Vietnã, o número de oficiais negros dobrou e, pela primeira vez, alguns deles chegaram ao posto de general.
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Soldados negros e brancos lutaram lado a lado no Vietnã


A insubordinação dos soldados americanos era comum

VERDADE - A partir de 1968, quando a rejeição à guerra se tornou generalizada, os casos de quebra de hierarquia nas Forças Armadas se multiplicaram. Em 1969, registraram-se 96 casos de frag, gíria para o assassinato com granadas de fragmentação de oficiais considerados intoleráveis pela tropa. No ano seguinte, o número de frags subiu para 209. Segundo um estudo do Congresso americano, cerca de 3% das mortes de oficiais entre 1961 e 1972 foram resultado desses atentados. Em jornais feitos por soldados no Vietnã, eram oferecidas recompensas de 50 a 1.000 dólares pela morte dos superiores.


Os americanos foram derrotados na Ofensiva Tet

MITO - Os americanos foram bem-sucedidos ao rechaçar a maior ofensiva lançada pelos norte-vietnamitas contra as grandes cidades do Vietnã do Sul, em janeiro de 1968. Apesar dos ganhos iniciais dos comunistas, que mataram um americano a cada 23 minutos, o ataque foi um fracasso militar. A reação sul-vietnamita foi rápida e poderosa. Dos 84.000 soldados do norte e vietcongues envolvidos, 58.000 foram aniquilados, o que quase deu fim à guerrilha.


O Vietnã inaugurou a era das celebridades engajadas

VERDADE - Em 1972, a atriz Jane Fonda esteve em Hanói, no Vietnã do Norte. Visitou hospitais, assistiu a espetáculos de dança e discursou na rádio local, onde comentou as "maravilhas" do regime comunista: "Apesar das bombas, este povo tem a própria terra, constrói a própria escola, as crianças aprendem. O analfabetismo esta sendo erradicado. Em outras palavras, o povo tem o poder em suas mãos". Ela disse que os prisioneiros americanos eram bem tratados pelo inimigo e, de capacete, posou para a foto sentada em um canhão de bateria antiaérea. Era uma americana sentada em uma arma que havia sido usada para matar americanos. A ousadia fez com que Jane ganhasse popularidade e, ao mesmo tempo, passasse a ser considerada por muitos como uma traidora. Seus críticos a chamaram de "Hanói Jane". Apesar de ter pedido desculpas pelo que fez, em 1988, Jane Fonda foi precursora dos desmiolados do mundo pop que adotam causas apenas para se promover.
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Jane Fonda durante sua visita a Hanói


Os artistas e intelectuais americanos foram contra a guerra

EM TERMOS - Os intelectuais, sim. Os artistas se dividiram. Muitos se empenharam em levantar o moral das tropas e em entretê-las. Jogadores da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), os galãs de filmes de faroeste John Wayne e Clint Eastwood e a cantora Nancy Sinatra, filha de Frank Sinatra, entre outros, fizeram visitas e shows para os soldados no Vietnã. As apresentações do comediante Bob Hope eram especialmente populares, pois contavam com a participação de lindas assistentes de palco. Em um desses shows, a atração principal foi a atriz e modelo Raquel Welch, ícone dos anos 60.


Milhares de jovens fugiram para não ser recrutados

VERDADE - A alternativa mais viável para os jovens que não queriam ir para a guerra era fugir. Calcula-se que 600.000 homens tenham saído dos EUA. Boa parte dos desertores foi para o México e para o Canadá. Eles eram conhecidos como draft dodgers (fugitivos do alistamento) e, numa inversão de papéis, tratados como heróis no país. "Garotas dizem sim para garotos que dizem não", lia-se em cartazes antiguerra. Mais de 200.000 foram processados pela Justiça por deserção. O número aumentou após 1968, quando se passou a acreditar que a guerra no Sudeste Asiático não seria ganha. A situação só foi regularizada em 1977, dois anos depois do fim do conflito, quando Jimmy Carter assumiu a Presidência e decretou anistia a todos os que fugiram à obrigação.


As Forças Armadas americanas foram obrigadas a se profissionalizar

VERDADE - Para o esforço de guerra no Vietnã, os conscritos - soldados alistados compulsoriamente - eram essenciais. Representavam um em cada três soldados. Conforme a oposição à guerra crescia, contudo, a prática do recrutamento obrigatório se tornava insustentável. Em 1973, por iniciativa do presidente Nixon, todos os integrantes das Forças Armadas americanas passaram a ser profissionais. Essa regra vale até hoje.


Os protestos contra a guerra foram sempre pacíficos

MITO - Nem só de "paz e amor" se alimentaram as manifestações antiguerra. Em 1968, depois da Ofensiva Tet, quando a indignação pública contra a morte sem sentido de jovens americanos aumentou, postos de alistamento foram invadidos em Baltimore, Milwaukee e Chicago. Cerca de 10.000 pessoas tentaram entrar na Embaixada dos Estados Unidos em Londres. A polícia reagiu com bombas de gás, enquanto os manifestantes jogavam pedras, com um saldo de 86 pessoas feridas. Nos Estados Unidos, em 4 de maio de 1970, quatro estudantes foram mortos pela Guarda Nacional de Ohio, durante um protesto na Universidade de Kent; que começou após o anúncio de que o presidente Nixon enviaria mais tropas ao Camboja, para conter a influência vietcongue no país.


A reação à guerra levou ao surgimento do movimento hippie

EM TERMOS - O movimento hippie expandiu-se nas universidades da Califórnia na década de 60 junto com a crescente insatisfação com o envolvimento americano na guerra. Mas a semente do movimento também havia sido plantada em outras searas, e provavelmente teria brotado com ou sem a guerra distante. Os hippies eram contra o sisterna (o clássico "tudo isso que esta aí, o capitalismo, a bomba nuclear, as regras de conduta, o terno, o banho e o cabelo curto). Praticavam o amor livre, divertiam-se com LSD e maconha, sempre ao som de muito rock lisérgico e declarações de "faça amor, não faca guerra".


Os Estados Unidos perderam a guerra na frente de batalha

MITO - A guerra foi perdida em casa.  Os americanos demonstraram ampla supremacia militar e venceram quase todas as batalhas, mas lutaram na defensiva, temendo atrair a União Soviética e a China para o conflito. O inimigo resistiu até o momento em que a opinião pública americana, chocada com as imagens transmitidas diariamente e em cores pela televisão, se voltou contra a guerra.


Woodstock foi o primeiro festival de música com engajamento político

EM TERMOS - Os quatro jovens que criaram o festival de rock mais famoso do mundo tinham como único objetivo ganhar dinheiro. O público queria apenas se divertir, como em todo bom evento de música. Os organizadores esperavam 50.000 pessoas, mas logo nos primeiros dias as cercas foram derrubadas e decidiu-se que o festival seria gratuito. Meio milhão de pessoas compareceram. No palco, alguns artistas cantaram músicas contra a Guerra do Vietnã. "Country" Joe McDonald entoou, vestindo uma roupa militar esfarrapada, uma canção de protesto que ironizava um recrutador: "Por que estamos lutando? / Não me pergunte, não dou a mínima / A próxima parada é o Vietnã". Jimi Hendrix tocou o hino nacional americano na guitarra, simulando o barulho de bombas. Mas a multidão era tão grande que os organizadores foram obrigados a chamar helicópteros do Exercito para levar os artistas embora.
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O Festival de Woodstock reuniu opositores à guerra


O conceito do que é ser americano mudou

VERDADE - Francisco Mendoza-Martinez, que tinha dupla cidadania, americana e mexicana, mudou-se para o México em 1942 e só retornou aos Estados Unidos em 1946, para escapar do alistamento para a 2ª Guerra. A justiça decidiu tirar seu passaporte e extraditá-lo. Martinez apelou para a Suprema Corte. Apenas em 1963, justamente quando o. atoleiro no Vietnã se tornava mais profundo e o ritmo de recrutamento crescia, a Suprema Corte julgou o caso e decidiu, por cinco votos contra quatro, que, apesar de o serviço militar ser um dever do cidadão, o governo não poderia retirar a cidadania apenas por esse motivo. Isso é inconstitucional porque nega a pessoa o direito de uma pena justa, nos moldes americanos. 


Nunca houve tantos amputados

VERDADE - A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) inaugurou a era dos combates ininterruptos. Até então, havia pausas para que se retirassem os mortos e feridos do campo. Foi a primeira vez que médicos tiveram algum tipo de treinamento militar e entraram no meio das batalhas, localizando os feridos e realizando os primeiros socorros ali mesmo. Desde então, avanços na medicina e nos meios de resgate rápido (como jipes e helicópteros) possibilitaram a diminuição das mortes. Uma das técnicas que mais evoluíram foi a da amputação, que evitava que as feridas provocadas por balas ou estilhaços de bomba infeccionassem e afetassem outras partes do corpo, causando a morte. A proporção de amputados entre os feridos, que na 1ª Guerra foi de 2%, na 2ª Guerra passou para 5% e no Vietnã chegou a 19%.

Fonte: Veja


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"NOVIK": O NAVIO QUE REVOLUCIONOU A FROTA RUSSA

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O Novik foi o primeiro contratorpedeiro universal russo e representou um salto gigante na capacidade naval do país. Reunindo o armamento mais poderoso de sua classe, teve um impacto significativo nas vitórias da Frota Báltico da Rússia na Primeira Guerra Mundial.


Por Yuri Ossokin



Na virada do século XX, os construtores navais russos causaram uma revolução na classe de contratorpedeiro dos navios de guerra. Os torpedeiros da época eram divididos em diferentes subclasses de torpedeiros e contratorpedeiros, a primeira armada com minas e torpedos de grande porte, e a segunda, com baterias de artilharia pesada.

Esse foi o caso até 1911, quando o navio de última geração Novik deslizou pela rampa de lançamento do estaleiro Putilovski, em São Petersburgo. O protótipo dos navios de guerra atuais havia sido então colocado no mar.

Em agosto de 1915, no auge da Primeira Guerra Mundial, a batalha aconteceu no mar Báltico, na entrada do golfo de Riga, onde um único contratorpedeiro russo destruiu dois novos contratorpedeiros alemães, o V-99 e o V-100.

Esses navios haviam tentado romper o campo minado na entrada do golfo para atacar os navios da Frota do Báltico russa, que, por meio da combinação de surtidas e colocação de minas, tinha interrompido rota de abastecimento do Império Alemão para a Suécia, a fonte de minério de ferro estrategicamente vital para Tríplice Aliança da Alemanha, Austro-Hungria e Itália.

Depois de usar arrastões para limpar o caminho pelas minas, os navios alemães penetraram o golfo antes de serem interceptados.

Os atiradores russos abriram fogo a partir de uma distância de 5,5 milhas náuticas e os navios alemães imediatamente definiram um caminho paralelo e rebateram com um ataque violento.  Apesar da vantagem alemã, o contratorpedeiro russo disparou uma salva contra o V-99, enquanto a embarcação navegava à frente do V-100, e, depois, passou a concentrar fogo rápido, batendo o inimigo em rápida sucessão.

Os observadores russos avistaram fumaça nas proximidades da sala de máquinas do V-99 e, logo depois, também viram que a chaminé do meio havia desmoronado, o convés de popa estava em chamas e o navio estava perdendo velocidade. Velejando para trás, o V-100 criou uma cortina de fumaça para encobrir o seu navio irmão atingido, mas, no processo, recebeu vários impactos diretos contra sua popa, que causaram um incêndio.

Batalha entre o Novik e os contratorpedeiros alemães V-99 e V-100


Os contratorpedeiros alemães em retirada protegeram as principais forças que os encobriam na entrada do golfo, mas, quando o extremamente danificado V-99 atingiu o campo minado, colidiu com uma carga e prontamente afundou.

E assim, o contratorpedeiro russo concluiu sua primeira experiência significativa, conquistando reconhecimento internacional antes da guerra como o melhor navio de sua classe.

Tomando por base a experiência inestimável da Guerra Russo-Japonesa de 1905, os projetistas russos rapidamente concluíram que separar contratorpedeiros em duas subclasses reduzia as capacidades dos navios mais leves das frotas de água azul, isto é, daquelas capazes de operar em águas internacionais.

Assim, eles começaram a projetar um contratorpedeiro universal de 1.300 toneladas que iria brecar tanto baterias de armas como poderosos torpedos. O navio também estava equipado com as mais poderosos caldeiras a óleo de sua classe e três turbinas a vapor com capacidade de potência de 35.000 que produziria uma velocidade máxima de 36 nós.

A quilha do Novik foi batida no estaleiro Putilovski em julho de 1910 e o navio foi lançado em junho de 1911. O novo contratorpedeiro combinava o armamento mais potente de sua classe, que consiste em quatro tubos de lançamento de torpedos de cano gêmeo que poderia lançar salvas de oito torpedos, e quatro canhões modernos de disparo rápido de 102 mm.

A seção da popa foi também equipada com um equipamento para assentar até 50 minas ancorados de uma vez só. Nos testes, o navio alcançou a velocidade impressionante de 37,3 nós.

O Novik foi o primeiro contratorpedeiro universal russo e representou um salto gigante na capacidade naval do país.


Em comparação, os mais novos contratorpedeiros alemães, o V-99 e V-100, foram construídos vários anos mais tarde, em 1914. Apesar de seu deslocamento comparável, eles vinham equipados com apenas quatro canhões de 88 milímetros e seis tubos de lançamento de torpedo.

Trazendo um avanço no projeto de engenharia e colhendo as glórias durante a Primeira Guerra Mundial, o Novik prestou serviço longo e distinto. Renomeado pelos soviéticos como Iakov Sverdlov, sobreviveu a Revolução Russa e a Guerra Civil da década de 1920 e foi amplamente reformado e transformado no carro-chefe da frota de contratorpedeiros de esquadrão.



O navio entrou na guerra seguinte com a Alemanha assumindo esse papel, fazendo a patrulha, buscando submarinos alemães, e escoltando navios de transporte e as principais embarcações da Frota do Báltico.

O contratorpedeiro Novik terminou sua jornada no mar durante uma batalha. Em 28 de agosto de 1941, ao vigiar o cruzador Kirov durante uma tentativa audaciosa por navios soviéticos de romper o cerco alemão e finlandês em Tallinn, na Estônia ocupada pelos soviéticos, o contratorpedeiro atingiu uma mina e afundou.

Fonte: Gazeta Russa


GUERREIRO VIKING ICÔNICO ERA UMA MULHER, O TESTE DE DNA CONFIRMA

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Um teste de DNA atesta que o corpo de um guerreiro viking, localizado no fim do século XIX, é de uma mulher.

Por Russel Young

Os restos mortais de um guerreiro Viking do século X, sepultado em Birka, Suécia, provaram ser de uma mulher, graças à evidência de DNA. A guerreira foi descoberta no final do século XIX pelo arqueólogo sueco Hjalmar Stolpe e os restos foram assumidos como sendo os de um homem, por terem sido enterrados com armas, cavalos e outras parafernálias militares.

"Na verdade, é uma mulher, em algum lugar com mais de 30 anos e bastante alta, medindo cerca de 170 centímetros", disse Charlotte Hedenstierna-Jonson, arqueóloga da Universidade de Uppsala, ao jornal The Local.

Espada viking enterrado junto com o corpo da guerreira

As descobertas foram feitas por pesquisadores da Universidade de Uppsala e da Universidade de Estocolmo e publicados no American Journal of Physical AnthropologyAlguns anos atrás, Anna Kjellström, um osteologista da Universidade de Estocolmo, estudou os restos como parte de um projeto diferente e notou que algo estava fora do previsto. Os quadris eram típicos de uma mulher e as maçãs do rosto eram mais finas do que o que se esperava de um homem. O estudo osteológico apoiou a teoria de que a guerreira era uma mulher, mas deparou-se com o ceticismo.

A análise do DNA já foi realizada, o que confirma que a guerreira era feminina. Os resultados genômicos mostraram a falta de um cromossoma Y e uma composição genética próxima à dos atuais norte-europeus, revelou o estudo.

"A identificação de uma guerreira viking feminina fornece uma visão única sobre a sociedade viking, construções sociais e exceções à norma no período Viking", disseram os autores do estudo. "Os resultados exigem cautela contra generalizações em relação às ordens sociais nas sociedades passadas".

Capacete viking (imagem ilustrativa)

"Provavelmente era bastante incomum", disse Hedenstierna-Jonson, "mas neste caso, provavelmente teve mais a ver com seu papel na sociedade e na família de onde ela era, e que traz mais importância que seu gênero".


"Esta é a primeira confirmação formal e genética de uma guerreira viking feminina", disse à Phys.org o professor Mattias Jakobsson, da Universidade de Uppsala.

Fonte: Global Look Press



IMAGEM DO DIA - 13/9/2017

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Marston Moor, o combate durante a Primeira Guerra Civil Inglesa ocorreu em 2 de julho de 1644.

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA NAVAL NOS SÉCULOS XIX E XX

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Uma ótima dica para quem quer conhecer mais sobre a tecnologia naval dos séculos XIX e XX, por um dos maiores especialistas no Brasil, o vice-almirante engenheiro naval e historiador Armando de Senna Bittencourt.


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IMAGEM DO DIA - 15/9/2017

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O general bizantino Belisário recusa a coroa da Itália oferecida pelos godos no ano 540

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II ENCONTRO DE HISTÓRIA MILITAR DO MUSEU MILITAR DO CMS


ESPADA VIKING DE 1.100 ANOS É ENCONTRADA POR CAÇADOR NA NORUEGA

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Descoberta foi considerada como isolada por arqueólogos que fizeram buscas no local

LILLEHAMMER, Noruega — Uma espada viking de estimados 1.100 anos, mas em ótimo estado de conservação, foi encontrada por um caçador de renas em uma montanha na Noruega, a 1.640 metros de altitude. A descoberta foi considerada algo isolado pelo Programa de Arqueologia Glacial do condado de Oppland, cujos integrantes estiverem no local para tentar encontrar outros objetos antigos.

De acordo com o arqueólogo Lars Pilø, que comentou o achado em seu blog, "Secrets of the Ice", uma equipe vasculhou a área em um perímetro de 20 metros a partir do exato local onde a espada foi encontrada. Nenhum outro objeto de valor arqueológico foi localizado.

A espada viking de 1.100 anos foi encontrada na Noruega

O especialista estima que a arma tenha sido forjada entre os anos 850 e 900 d.C.. Mas ele não tem ideia de como a relíquia surgiu naquela superfície gelada. Devido ao bom estado de conservação da espada, ele apenas acha que isso não aconteceu devido a um deslocamento de pedras no solo congelado, conhecido como permafrost, bastante comum naquela região.

"Também parece improvável que a espada estivesse simplesmente perdida ali, ou seja, esquecida por alguma razão e não recuperada posteriormente", afirmou. "É provável que a espada tenha pertencido a um viking que morreu na montanha, talvez por exposição (ao frio). No entanto, se esse for mesmo o caso, será que ele estava viajando nas altas montanhas apenas com sua espada? Isso é um mistério", completou.

O caçador Einar Åmbakk contou para a equipe de arqueólogos que a arma estava com o cabo para baixo, entre as pedras e com metade da lâmina para fora.

O caçador que encontrou a espada, Einar Åmbakk (à direita) e Geir Inge Follestad no local da descoberta

Os arqueólogos de Oppland consultaram o Museu de História Cultural e autoridades do Parque Nacional antes de visitar a localidade onde Åmbakk estava caçando com outro homem no início de setembro. Com eles, foi também um especialista levando um detector de metais.

Fonte: O Globo / Secrets of the Ice



A PERIGOSA ARTILHARIA MEDIEVAL

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No contexto da “revolução militar”, processada na transição da Idade Média para a Modernidade, a artilharia experimentou grande desenvolvimento, passando de uma situação de quase descrédito para constituir uma das armas essenciais no campo de batalha. Depois do assombro que os canhões causaram na Europa desde sua introdução na Batalha de Crécy, na primeira metade do século XV as bocas de fogo geralmente não metiam medo nos soldados inimigos, pois as bombardas eram extremamente imprecisas e costumavam explodir, tirando a vida dos serventes que as guarneciam. Como testemunho das limitações da artilharia, um tratado medieval manuscrito, de autor desconhecido, orientava os artilheiros sobre os perigos do manuseio das novas armas:

"[...] Primeiro – Deve honrar, temer e amar a Deus, e ter sempre defronte aos olhos o receio de o ofender, muito mais do que a qualquer outro soldado, porque todas as vezes que uma bombarda faz fogo, ou quando trabalha com a pólvora, a sua grande força e virtude faz algumas vezes rebentar o canhão de que se serve, e, quando mesmo não rebente, já é um grande perigo o poder ser queimado pela pólvora, cujos vapores são só por si uns verdadeiros venenos contra o homem."

Artilharia medieval francesa, c.1410

Como se pode observar, durante a batalha, estar ao lado do canhão era, muitas vezes, mais perigoso do que estar nas linhas inimigas, e seu efeito costumava ser mais moral do que prático.

Canhões medievais preservados eu museu europeu


Conheça essa e outras histórias lendo

A GUERRA DO AÇÚCAR - AS INVASÕES HOLANDESAS NO BRASIL

Saiba como adquirir seu exemplar enviando um e-mail para

aguerradoacucar@yahoo.com.br


SEMINÁRIO O BRASIL E A GRANDE GERRA NO IHGB

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Vivenciamos o centenário da Grande Guerra, o primeiro conflito total ocorrido no século XX.
Com o propósito de rememorar o evento histórico, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro promoverão o seminário 

O BRASIL NA GRANDE GUERRA: 
INTERFACES DA PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.


Na ocasião o editor do Blog Carlos Daróz-História Militar apresentará a comunicação 

DA ILHA DAS ENXADAS A CATTEWATER: 
OS AVIADORES NAVAIS NA GRANDE GUERRA.



Convido todos os amigos que tiverem interesse pelo tema para prestigiarem.


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IMAGEM DO DIA - 20/9/2017

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Carga de cavalaria durante a Revolução Farroupilha (1835-1845) no Sul do Brasil


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PPGH da UNIVERSO REALIZA O II ENCONTRO DO LABORATÓRIO DE HISTÓRIA MILITAR E FRONTEIRAS

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Realizou-se, no último dia 19, o II Encontro do Laboratório de História Militar e Fronteiras do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Salgado de Oliveira, em Niterói.



No encontro, uma mesa redonda coordenada pelo Prof Fernando Rodrigues, com o tema central Dimensões da História Militar na América, abordou as seguintes pesquisas:

Profª Karina Cancella (Colégio Pedro II)
A prática esportiva como objeto de estudo na História Militar: os casos do Brasil e dos Estados Unidos da América

Prof. Christian Karl Hausser (Universidade de Talca - Chile)
Perspectivas da Historia Militar nos oitocentos sul-americano

Profª Érica Sarmiento da Silva (UNIVERSO)
Imigração, fronteiras e militarização: Possibilidades de pesquisa

Prof. Jorge Prata de Sousa (UNIVERSO)
Historiografia da Guerra do Paraguai


Já estamos planejando o próximo encontro, previsto para o 1º semestre de 2018, bem como novos projetos no campo da História Militar e dos estudos de fronteiras.


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