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Channel: História Militar - Carlos Daroz
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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - GENERAL RATKO MLADIC

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Mladic foi o responsável direto pelo massacre de Srebrenica, em julho de 1995, e é considerado um dos maiores criminosos de guerra da era contemporânea


* 12/3/1943 - Božanovic, Iugoslávia


Ratko Mladić é um ex-general sérvio, comandante do Exército da República Sérvia durante a Guerra da Bósnia entre 1992-1995. Mladić comandou diretamente o Massacre de Srebrenica em julho de 1995, que causou a morte de oito mil muçulmanos bósnios e o cerco de 43 meses a Sarajevo, onde milhares de civis foram mortos por fogo de artilharia e de franco-atiradores instalados nas colinas ao redor da cidade.

O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia manteve por mais de quinze anos uma ordem internacional de captura e detenção contra ele, baseada em sua regra 61, que considera o ex-general sérvio-bósnio como provável perpretador de crimes de guerra e crimes contra a Humanidade. A Sérvia e os Estados Unidos chegaram a oferecer cinco milhões de euros por informações que levassem à captura de Mladić e, em outubro de 2010, o governo sérvio intensificou seus esforços pela captura do fugitivo, dobrando a recompensa por informações para €10 milhões.  A prisão de Mladić era uma condição fundamental exigida pela União Europeia para possibilitar o ingresso da Sérvia no organismo.

Depois de desaparecido por mais de uma década, Mladić foi finalmente preso na Sérvia em 26 de maio de 2011, com o anúncio de sua prisão feito em Belgrado pelo presidente do país Boris Tadić, que declarou que a prisão do ex-general "removia um fardo pesado dos ombros da Sérvia e fechava uma página infeliz da história do país."

 
Primeiros anos e carreira militar

Mladić nasceu durante a Segunda Guerra Mundial na pequena vila de Božinovići, a sudeste de Sarajevo. Na época, o lugar fazia parte da Estado Independente da Croácia, um Estado fantoche de curta existência criado e mantido pela Alemanha Nazista e pela Itália fascista de Mussolini após a invasão e desmembramento da antiga Iugoslávia, em 1941. Seu pai, um militar líder dos sérvios-bósnios, foi morto em 1945 quando participava de um ataque da resistência iugoslava contra à casa do líder fascista croata Ante Pavelić.

Mladić entrou para Escola Industrial Militar de Zemun em 1961, depois cursou a Academia Militar KOV e a Academia de Oficiais, onde se formou com as melhores notas de sua classe. Em 1965, seu primeiro posto como oficial foi na cidade de Skopje, onde era o mais jovem soldado da unidade que comandava. Começando com a patente de segundo-tenente, ele rapidamente ascendeu na cerreira de oficial, primeiro comandando um pelotão, depois um batalhão e finalmente uma brigada do exército. Em 1989, foi promovido a chefe do departamento de educação do 3º Distrito Militar de Skopje.

Em 1991, um ano de tensões entre os sérvios e a população de maioria albanesa de Kosovo, Mladić comandou o 9º Corpo do Exército Popular da Iugoslávia contra as forças croatas em Knin, a auto-declarada capital da República Sérvia de Krajina.  Em 4 de outubro daquele ano foi promovido a major-general. As forças sob seu comando participaram da Guerra da Croácia, principalmente na operação militar que tentou separar a Dalmácia do resto da Croácia.

Em 24 de abril de 1992 foi promovido a coronel-general e poucos dias depois, um mês após a declaração de independência da República da Bósnia, Mladić e seus homens bloquearam a cidade de Saravejo, fechando seu espaço aéreo e cortando toda a água e eletricidade da cidade. Este ato deu início aos quatro anos do Cerco de Sarajevo, o mais longo cerco a uma cidade na história da guerra moderna.  Neste período a cidade foi bombardeada por fogo de artilharia e tiros de franco-atiradores das forças de Mladić espalhados a seu redor.

Em 12 de maio de 1992, em resposta à auto-secessão dos bósnios à Iugoslávia, o parlamento separatista sérvio-bósnio criou o VRS, o Exército da República Srpska e Mladić foi nomeado comandante desse exército, posto que manteve até dezembro de 1996. Em junho de 1994 ele assumiu o comando de uma força militar de 80 mil homens estacionados na área.

O general Mladic fotografado durante a Guerra da Bósnia

Em julho de 1995, tropas sob seu comando, atormentadas pelos ataques aéreos de forças da ONU que tentavam fazer com que o ultimato de remover armas pesadas da área de Sarajevo fosse cumprido, ocuparam áreas declaradas como de "segurança da ONU" em Srebrenica e Žepa. Na primeira, cerca de 40 mil bósnios-muçulmanos que lá se encontravam foram expulsos e cerca de 8.300 deles assassinados por ordens de Mladić.

Em novembro de 1995, ele foi indiciado por genocídio em Srebrenica. O juiz Fouad Riad, do Tribunal Penal Internacional em Haia, declarou que os eventos ali ocorridos foram "verdadeiras cenas do inferno, escritas nas páginas mais negras da história humana", em referência às execuções sumárias de milhares de homens enterrados em covas coletivas, mulheres violadas, mutiladas e assassinadas, crianças mortas na frente de seus pais e um avô que foi obrigado a comer o fígado de seu próprio neto morto.

Em 4 de agosto de 1995, com uma grande força militar croata posicionada para atacar a região de Krajina na Croácia central, Radovan Karadžić, então presidente da República Srpska, retirou Mladić do comando do VRS e assumiu o posto ele próprio. Karadzic culpou Mladić pela perda de duas cidades na Sérvia ocidental que haviam caído recentemente em mão dos croatas ele usou essa desculpa para justificar as mudanças no comando da guerra.

Mladić foi rebaixado ao posto de "conselheiro", mas recusou-se a aceitar a ordem pacificamente, pedindo o apoio do povo e dos militares sérvio-bósnios. O presidente tentou desqualificá-lo classificando-o como "louco", mas a óbvia popularidade do general entre o povo e as forças armadas o obrigou a rescindir a ordem uma semana depois.

Em 8 de novembro de 1996 o novo presidente da República sérvio-bósnia, Biljana Plavšić, demitiu Mladić do posto. O general, porém, continuou a receber pensão militar até novembro de 2005.


Criminoso de guerra

Em 24 de julho de 1995 Mladić foi indiciado por crimes contra a Humanidade, crimes de guerra e genocídio pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia, incluindo o uso de franco-atiradores contra os civis de Sarajevo.  Em 16 de novembro de 1995 as acusações foram ampliadas para comportar as ações do general nas áreas de segurança da ONU em Srebrenica, onde ele também foi responsabilizado por fazer reféns entre o pessoal da ONU na área, entre estes, dois oficiais brasileiros.

Após o fim da guerra, mesmo com seu pedido de captura feito pelo TPI, o general viveu livremente até 2001, quando da prisão de Slobodan Milošević, ex-presidente da Sérvia e da República Federal da Iugoslávia. Desaparecendo então dos olhos do público, Mladić tornou-se um fugitivo do Tribunal e suspeitou-se por muito tempo que ele se escondia em alguma região entre a Sérvia e a república bósnia de Srpska. Entre os vários lugares onde teria sido visto estavam um jogo de futebol ocorrido em 2000 entre a China e a Iugoslávia em Belgrado, cercado de guarda-costas, num subúrbio de Moscou, em Atenas ou num bunker dos tempos da guerra, em Han Pijesak, perto de Sarajevo.

Em novembro de 2004, oficiais de departamento de defesa britânico admitiram que o uso da força militar não era o mais apropriado para capturar o fugitivo e outros suspeitos para levá-los a julgamento. Um mês depois disso, em dezembro de 2004, veio a público a notícia que o exército sérvio, apesar de proclamar publicamente repetidas que tentava colaborar com o Tribunal em localizar e entregar acusados de crimes de guerra, escondeu e protegeu Ratko Mladić até o verão de 2004.

Em junho de 2006, começaram a aparecer notícias de que o general havia sofrido um ataque do coração e teria poucas possibilidades de sobreviver. Ao mesmo tempo, o presidente do Partido Democrata da Sérvia, Andrija Mladenović, levantava a questão de quem seria o responsável pela suspensão das negociações com a União Europeia - que recusava a entrada da Servia na organização enquanto Mladić não fosse preso - se o general morresse. Algumas fontes informavam que sua aparência tinha mudado completamente devido à idade e a uma saúde frágil.

Em 16 de junho de 2010 a família de Ratko Mladić entrou com uma petição junto ao governo sérvio para que ele fosse declarado morto, em virtude de seu desaparecimento por sete anos. Se a petição fosse aprovada, a esposa de Mlatic poderia vender a propriedade em que morava e receber uma pensão vitalícia do Estado. O pedido, entretanto, foi rejeitado pelas autoridades sérvias.


Captura e prisão

Finalmente, quinze anos após seu indiciamento pelo TPI e dez anos após seu desaparecimento público, Ratko Mladić foi preso em 26 de maio de 2011, no vilarejo de Lazarevo, na província de Vojvodina, no norte da Sérvia, onde vivia sob o nome falso de 'Milorad Komadic'. Apesar de usar um nome falso, o fugitivo não foi preso usando alguma barba ou disfarce, apenas sua aparência tinha envelhecido bastante e um de seus braços era vítima de paralisia.

Mladic durante audiência no Tribunal Penal Internacional 

O anúncio de sua prisão foi feito em Belgrado pelo presidente do país Boris Tadić, que declarou que a prisão do ex-general "removia um fardo pesado dos ombros da Sérvia e fechava uma página infeliz da história do país."

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MORRE AOS 94 ANOS O TENENTE-GENERAL HAL MOORE, HERÓI DO VALE DO IA DRANG

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O tenente-general reformado Harold G. "Hal" Moore, o herói americano conhecido por salvar a maioria de seus homens na primeira grande batalha entre os EUA e os exércitos norte-vietnamitas, faleceu aos 94 anos.

Joseph Galloway, que com Moore foi co-autor do livro "We Were Soldiers Once ... and Young", confirmou no sábado que Moore morreu na sexta-feira enquanto dormia em sua casa em Auburn, Alabama.

Galloway disse que Moore, seu amigo de 51 anos, morreu dois dias antes de completar seu 95° aniversário. "Há algo que falta nesta terra agora. Perdemos um grande guerreiro, um grande soldado, um grande ser humano e meu melhor amigo", disse Galloway.

Moore era mais conhecido por sua ação em 1965, durante a batalha do vale do Ia Drang, onde, no posto de tenente-coronel, comandou o 1° Batalhão do 7° Regimento de Cavalaria. Sua ação foi retratada posteriormente no filme "We Were Soldiers" (no Brasil, "Fomos Heróis”), no qual o ator Mel Gibson interpretou Moore. O livro "We Were Soldiers Once ... and Young" conta o que aconteceu com cada soldado envolvido na campanha de 34 dias e na batalha de quatro dias, onde  234 soldados americanos morreram nas zonas de aterragem X-Ray e Albany em novembro de 1965.

Helicópteros americanos desembarcam tropas nas zonas de aterragem no Ia Drang. Na ocasião, a unidade comandada por Hal Moore colocou em prática a nova doutrina de aeromobilidade introduzida no Exército dos EUA e que seria amplamente utilizada no Vietnã


Ainda no Brasil, Moore ficou conhecido por escrever o capítulo “A batalha do Ia Drang” do livro “Sete Combates no Vietnã”, editado pela Biblioteca do exército em 1986.

Galloway, um correspondente de guerra aposentado da United Press International, disse que Moore foi "sem dúvida um dos melhores comandantes que já vi em ação."

"Aqueles de nós que sobreviveram na zona de aterragem X-Ray o fizemos devido à sua capacidade de comando. Eu acho que cada um de nós pensou que íamos morrer naquele local, exceto Hal Moore. Ele tinha certeza de que estávamos indo para ganhar a luta e ele estava certo ", Galloway lembrou.

Capa do livro "Sete combates no Vietnã", publicado no Brasil e no qual Moore escreveu sobre a Batalha do Vale do Ia Drang


Galloway e Moore escreveram um segundo livro, "We are soldados still" que ele disse surgiu de uma viagem de volta aos campos de batalha do Vietnã, 25 anos depois. "Voltamos e caminhamos por aqueles velhos campos de batalha. No final do dia, o coronel Hal Moore e Nguyen Huu An, um ex-comandante norte-vietnamita, estavam em uma clareira e oraram pelas almas de todos os homens que morreram em ambos lados".

Ele disse que os dois compartilharam uma "irmandade instantânea que cresceu em combate." "Quando estávamos discutindo o contrato do livro com um advogado/agente, ele pediu para ver o contrato entre mim e Hal Moore, e Hal Moore disse: 'Eu acho que você não entende. Este não é apenas uma questão de dinheiro. Nós confiamos nossas vidas um ao outro no campo de batalha e nós não tivemos contrato antes disso. Eu absolutamente concordo.’"

Uma das citações mais conhecidas de Moore que deixa clara sua experiência em combate: "Soldados americanos em batalha não lutam por algo que o Presidente diz na TV, não lutam pela mamãe, por torta de maçã, ou pela bandeira americana ... eles lutam uns pelos outros."


A página do Facebook gerenciada pela família de Moore, informou  que ele morreu na data de aniversário de sua esposa Julia, que faleceu em 2004 após 55 anos de união. "A mãe chamou o pai para casa em seu dia", disse o comunicado. "Depois de ter um acidente vascular cerebral na semana passada, meu pai estava mais letárgico e tinha dificuldade de falar, apesar de ele sempre lutar por seu caminho de volta."

Antes de servir no Vietnã, Moore se formou na Academia Militar dos Estados Unidos em West Point e, anos depois, comandou um batalhão na recém-criada 11ª Divisão de Assalto Aeromóvel em Fort Benning. Nascido em Bardstown, Kentucky, ele serviu no exército EUA por 32 anos.

Algumas das condecorações recebidas por Hal Moore ao longo de sua carreira

Galloway disse que a família agendou os serviços religiosos em Auburn e o serviço memorial no Museu Nacional da Infantaria em Fort Benning , em Columbus, Georgia.

Fonte: Star and Stripes

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OS SUBMARINOS SOVIÉTICOS NA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Na Síria, a Rússia mostra que sua frota é uma das mais poderosas do mundo. Mas por trás do êxito estão décadas de trabalho que remontam à Segunda Guerra Mundial.

Por Aleksandr Verchínin


Às vésperas da Segunda Guerra Mundial a frota de submarinos da Marinha soviética era a maior do mundo. Em termos numéricos, ela tinha mais que o dobro de submarinos da Marinha dos Estados Unidos e quase o quádruplo da alemã (Kriegsmarine).

Mas as tarefas dessa frota eram bastante restritas. Devido à sua posição geográfica, a União Soviética não podia lutar pela supremacia nos oceanos, já que tinha saídas para o mar aberto apenas em duas regiões.

Assim, não havia possibilidade de implantar uma infraestrutura naval completa nem na região do círculo polar, nem no Extremo Oriente. Restavam apenas os mares fechados - Negro e Báltico. Após o início da guerra, acreditava-se que a Marinha Soviética pudesse atacar as comunicações marítimas do inimigo justamente nessas áreas.

A URSS não podia competir em força com os navios de superfície alemães. Além disso, a participação da Grã-Bretanha, que tinha a maior frota do mundo, malograva as perspectivas soviéticas.

O mais prudente então era aprimorar a frota de submarinos: com custo relativamente baixo, era possível montar uma força poderosa o suficiente para desempenhar papel importante no cenário naval da guerra.


Combates submarinos

Historiadores revelaram recentemente um fato digno de nota, mas pouco conhecido do grande público: a Marinha soviética afundou mais submarinos alemães que os aliados ocidentais. Dos nove submarinos da Kriegsmarine afundados, quatro foram destruídos por submarinos soviéticos. A Marinha da URSS, por sua vez, perdeu apenas três.

Os militares travavam verdadeiros combates subaquáticos nas águas geladas do mar Báltico e do mar de Barents. Um dia após o ataque alemão à União Soviética, o submarino alemão U-144, aproveitando-se de sua superioridade em armamentos, afundou o soviético M-98.

O submarino soviético M-98 foi afundado pelo U-144 no segundo dia da invasão alemã


O próprio U-144, porém, seguiu o mesmo destino pouco mais de um mês depois. Próximo ao litoral da Estônia, o submarino soviético Schuka não deu chances ao capitão alemão, com disparos certeiros de dois tubos de torpedos.

Dois anos depois, outro combate terminou com vitória soviética. O U-639 alemão, que tinha emergido e se ocupava em dispor minas no mar de Barents, foi atingido por três torpedos soviéticos. A ação era totalmente inesperada para a tripulação alemã.


Armas subaquáticas da URSS

Os submarinos soviéticos agiam com rapidez e eficiência nas batalhas da Segunda Guerra Mundial. Os submarinos da série “Maliútka” ("Pequenino") dificilmente poderiam ser classificados como "terríveis". Compactos a ponto de serem transportados por via férrea, eles sacrificavam não só o conforto da população, mas também sua segurança.

Esse submarino tinha apenas uma central energética, seu grau de resistência não lhe permitia mergulhar a profundidades aceitáveis para a realização de combates e uma tempestade severa poderia, literalmente, quebrá-lo ao meio. Mas as falhas técnicas eram compensadas pelo treinamento da tripulação, e foram eles que derrubaram mais de 60 embarcações de transporte e 8 de navios de guerra inimigos.

Submarino Maliútka fotografado na foz do rio Kopi

Os submarinos soviéticos do tipo “S” ou "Srêdniaia” ("Médios"), eram uma novidade para a época. Mesmo não podendo usar todas as suas potencialidades de combate nas águas rasas e densamente minadas do mar Báltico, seus feitos impressionam.

Por ironia do destino, os protótipos dos submarinos do tipo "S" foram os análogos alemães. Mas os construtores navais soviéticos alteraram significativamente o projeto original, adaptando-o a equipamentos e armamentos nacionais.

O resultado foram submarinos versáteis e tão fortes que, durante a guerra, um deles foi submetido a quase cem ataques por bombas de profundidade e não sofreu qualquer dano.

Fonte: Gazeta Russa



VEM AÍ A SEGUNDA EDIÇÃO DE UM CÉU CINZENTO: A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NA REVOLUÇÃO DE 1932

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VEM AÍ A SEGUNDA EDIÇÃO DE UM CÉU CINZENTO

Encontra-se em fase final de editoração a segunda edição do livro UM CÉU CINZENTO: A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NA REVOLUÇÃO DE 1932., de autoria de Carlos Daróz, editor do Blog.

Em breve você poderá conhecer mais sobre como as aeronaves de combate foram empregadas durante a Revolução de 1932.

Na imagem abaico, um Waco CSO da Aviação Militar, "vermelhinho", fotografado no campo de aviação de Pouso Alegre-MG.


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BATALHA DO LAGO REGILO (496 a.C.)

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A Batalha do Lago Regilo foi uma lendária vitória romana sobre a Liga Latina logo depois da fundação da República Romana. Os latinos eram liderados pelo já idoso Tarquínio Soberbo, o sétimo e último rei de Roma, deposto e expulso em 509 a.C., e seu genro, Otávio Mamílio, o ditador de Túsculo. A batalha foi a última tentativa dos Tarquínios de voltarem ao trono de Roma. Segundo a lenda, Castor e Pólux lutaram pelos romanos nesta vitória.

A ameaça de uma invasão de Roma pelos seus antigos aliados no Lácio levaram à nomeação de Aulo Postúmio Albo como ditador. Ele escolheu Tito Ebúcio Helva para ser seu mestre da cavalaria. 

O ano exato no qual a batalha ocorreu é incerto e já era assim nos tempos antigos. Lívio localiza a batalha em 499 a.C., mas afirma que algumas de suas fontes também sugerem que ela pode ter acontecido no ano do consulado de Postúmio em 496 a.C. A outra principal fonte para este período, Dionísio de Halicarnasso também concorda com esta data. Autores modernos também já sugeriram 493 a.C. ou 489 a.C.

O Lago Regilo ficava no centro de uma cratera vulcânica entre Roma e Túsculo e foi drenado no século IV a.C.. Segundo Lívio, os volscos, uma tribo vizinha que habitava a região ao sul do Lácio, havia mobilizado um exército para ajudar na luta dos latinos contra Roma, mas a pressa do ditador romano em se engajar rapidamente no combate fez com as forças volscas chegassem atrasadas.

O Lago Regilo nos dias atuais


O ditador Postúmio liderou a infantaria romana e Helva, a cavalaria. Tarquínio estava com seu último filho ainda vivo, o primogênito Tito Tarquínio. Conta-se que a presença dos dois aumentou ainda mais o fervor dos romanos no combate.

Logo no início, o rei foi ferido ao tentar atacar Postúmio. O mestre da cavalaria atacou Mamílio e os dois foram feridos, Ebúcio no braço e o ditador latino, no peito, e acabou obrigado a se afastar do combate e comandá-lo à distância. Os soldados do rei, incluindo muitos romanos exilados, começaram a levar vantagem sobre as forças republicanas e os romanos sofreram um revés quando Marco Valério Voluso, cônsul em 505 a.C., foi morto por uma lança enquanto atacava Tito Tarquínio, mas Postúmio engajou sua própria guarda pessoal na luta e progresso inimigo foi interrompido.

Enquanto isso, Tito Hermínio Aquilino, famoso por ter lutado ao lado de Horácio Cocles na Ponte Sublício e cônsul em 506 a.C., atacou Mamílio e o matou; porém, ele próprio foi morto por um dardo enquanto tentava retirar os espólios de seu inimigo vencido. Como o resultado da batalha ainda era duvidoso, Postúmio ordenou que os cavaleiros desmontassem para lutar a pé, forçando os latinos a se retirarem, o que lhes permitiu capturar o acampamento latino. Tarquínio e o exército latino abandonaram o campo de batalha e o resultado foi uma vitória decisiva para os republicanos. Postúmio e seu exército voltaram para Roma e o ditador celebrou seu triunfo sobre os latinos.

Uma lenda muito popular conta que os Dióscuros, Castor e Pólux, lutaram com os romanos na forma de dois jovens cavaleiros. Postúmio ordenou então a construção do Templo de Castor e Pólux no Fórum Romano, no exato local onde os dois teriam dado de beber aos seus cavalos.

Ilustração de 1880 mostrando Castor e Pólux combatendo no Lago Regilus


Depois desta vitória, um tratado conhecido como "Foedus Cassianum" ("Tratado de Cássio") firmou uma aliança entre romanos e a Liga Latina. O tratado foi batizado em homenagem ao cônsul Espúrio Cássio. Este conflito marcou um ponto de inflexão no qual Roma tornou-se o poder dominante no Lácio, embora ainda reconhecesse a autonomia e independência de várias cidades-estado latinos. Ele estipulava que os latinos deveriam prover aliança militar aos romanos no caso de ameaças externas e que quaisquer exércitos mobilizados para este fim seriam comandados por romanos. Ele também legalizou o casamento entre cidadãos romanos e latinos, um antigo ponto de disputa, e recobrou o comércio da região.

Fontes:
- Grant, Michael. The History of Rome. Faber and Faber [S.l.], 1993.
- Cornell, Tim. The Beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars, C.1000-263 BC, Routledge, 1995.
- Wikipedia



O AFUNDAMENTO DO “PORTO ALEGRE”

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O cargueiro brasileiro Porto Alegre foi afundado em 3 de novembro de 1942, pelo submarino alemão U-504, ao largo de Port Elizabeth, na África do Sul, em águas do Oceano Índico.


Pertencia à Companhia Carbonífera Sul Riograndense e foi o vigésimo quinto navio afundado na Segunda Guerra e o quarto a sê-lo desde a declaração de guerra ao Eixo em agosto daquele ano. Consistiu no único afundamento de um navio brasileiro fora do Atlântico, no qual, uma pessoa morreu.

Flagrante do Porto Alegre, fotografado pelo submarino alemão instantes antes de ir ao fundo do Oceano Índico
  

O navio e sua história


O navio foi completado em maio de 1921 no estaleiro italiano Cantiere Navale Triestino, em Monfalcone, perto de Trieste, e pertenceu, até 1933, à operadora Cosulich Line, também de Trieste, sob o nome Gilda. Naquele ano, foi vendido à empresa brasileira Companhia Carbonífera Sul Rio-Grandense e rebatizado Porto Alegre, em homenagem à cidade homônima, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.


Possuía 5.187 toneladas de arqueação bruta de registro, 110,3 metros de comprimento, 15 metros de largura e 9,2 metros de calado. Construído em casco de aço, era propelido por um motor a vapor de tripla expansão acoplado a uma hélice, fazendo-o alcançar a velocidade de 10 nós.
 


O afundamento


Aproximadamente 150 milhas náuticas a sudeste de Port Elizabeth, no Oceano Índico, às 18:42, horário local, o cargueiro, desarmado e sem escolta, foi atingido por um torpedo disparado pelo submarino U-504, sob as ordens do Capitão-Tenente Hans-Georg Friedrich Poske.


Era comandado na ocasião pelo Capitão-de-Longo-Curso José Francisco Pinto de Medeiros, e fazia a rota entre Durban e Cidade do Cabo, em uma região onde nos meses anteriores os aliados tiveram perdas consideravelmente altas. O submarino alemão era de pequeno porte e tinha em sua vela a pintura de uma cabeça de lobo emergindo das águas, com os dentes pontiagudos bem abertos à mostra. 

Capitão-tenente Hans-Georg Friedrich Poske, comandante do U-504 
 
Depois de arriadas as baleeiras, às 19:20, o "u-boat"ainda disparou um segundo torpedo contra o cargueiro, fazendo-o submergir rapidamente. Em seguida, veio à tona, e um oficial interrogou o comandante brasileiro em inglês, traduzindo as respostas, em alemão, para o Capitão-Tenente Poske.


Entre os náufragos do Porto Alegre estavam 11 tripulantes do mercante inglês Laplace (torpedeado em 29 de outubro pelo U-159), resgatados na véspera – quase todos salvos, após quatro dias no mar. As baleeiras do navio brasileiro chegaram em terra no dia 7 de novembro, a 50 milhas de Port Elizabeth.  A única fatalidade foi o imediato Francisco Lucas de Azevedo.


Fonte: U-boat.net


IMAGEM DO DIA - 3/3/2017

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Com o início da Revolução Constitucionalista em São Paulo, em 9 de julho de 1932, o Governo Provisório mobilizou tropas de todo o Brasil, tanto do exército quanto das polícias, para fazer frente ao movimento.
Na foto, tropa do 3° Batalhão de Caçadores, procedente do estado do Espírito Santo, uma das primeiras a chegar, aguarda ordens no Rio de Janeiro antes de seguir para a frente de combate.
Fonte: Correio da Manhã.

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER - “QUERIDA, VOCÊ DERRUBOU UM BOMBARDEIRO HEINKEL!”

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Em ‘Defendendo a Pátria’, Lyuba Vinogradova narra a corajosa luta das aviadoras soviéticas contra os nazistas e contra o machismo


Por Jacinto Antón

Mulheres que voam, que combatem, que vencem e que caem, alvejadas, queimadas, destroçadas, vítimas inclusive da “pior das mortes”: precipitar-se do céu sem paraquedas, depois de saltar de seu avião em chamas. O mundo heroico, vertiginoso e terrível da aviação de guerra, no feminino. Em Zashchishchaya Rodinu (“defendendo a pátria”, inédito no Brasil), a pesquisadora Lyuba Vinogradova (Moscou, 1973), colaboradora habitual e prestigiosa dos historiadores Antony Beevor (que assina o prefácio) e Max Hastings, traça, a partir de fontes documentais originais e depoimentos em primeira mão, a grande aventura das aviadoras soviéticas da II Guerra Mundial. Narra essa história com uma voz de mulher, atenta a detalhes comovedores que costumam ser ignorados, como a separação das famílias, a dificuldade de contar com roupa adequada – inicialmente, recebiam trajes masculinos, incluindo cuecas –, as lágrimas quando suas tranças eram cortadas, o assédio e os gracejos dos colegas homens, geralmente embriagados de vodca, a falta de acesso a anticoncepcionais (Vinogradova descreve uma cena em que as aviadoras observam com inveja um preservativo capturado do inimigo, uma raridade na época) ou a confecção de lingeries com a seda dos paraquedas de aviadores alemães abatidos. Ficamos imaginando como isso deveria ser humilhante para os pilotos nazistas. Ser derrubado por uma mulher já é duro, diriam os machões da Luftwaffe, mas daí a fazerem calcinhas com o seu equipamento...

“Os alemães não tinham mulheres como combatentes em seu exército, para não falarmos de pilotos”, conta Vinogradova ao EL PAÍS. “Naturalmente, as aviadoras despertavam muita curiosidade neles. No entanto, as que caíam como prisioneiras eram tratadas com enorme dureza.” Para começar, despiam-nas para comprovar o gênero. Quando Lina Smirnova foi abatida, conta a autora, deu um tiro em si mesma antes que pudesse ser capturada.


A aviadora russa Marina Raskova

A emoção das vitórias era semelhante à dos homens, mas às vezes expressa de modo peculiar. “Você derrubou um Heinkel, querida!”, anunciou uma mecânica a Lera Khomyakova quando esta pousou após um combate. Imediatamente, as outras moças em terra a rodearam e a cobriram de beijos. A aviadora foi derrubada pouco depois disso. Seu corpo foi encontrado em um campo de girassóis.

A luta contra o machismo dentro das suas fileiras era tão dura para as aviadoras quanto a própria guerra contra os alemães? “Em comparação à maioria das mulheres no Exército soviético, que constantemente sofriam assédio sexual e às vezes violência sexual, as aviadoras eram um grupo privilegiado. O assédio ostensivo não era tolerado. Entretanto, havia muita discriminação. Os homens se apropriavam dos seus caças, menosprezavam as aviadoras, chamavam-nas de ‘bonecas’. Um exemplo clássico são as exclamações dos pilotos homens no campo perto de Stalingrado quando foram informados de que um regimento de bombardeio feminino chegava: ‘Protejam-se, tem umas meninas tentando aterrissar!’. A grande aviadora Raisa Belyaeva, que havia participado de apresentações aéreas antes da guerra, precisou escutar o comandante do regimento de caças onde combatia lhe dizer: ‘Não quero enviar você em missão, você é muito bonita’, o que, obviamente, ela encarava como um insulto. As mulheres, que muitas vezes tinham mais experiência de voo que seus camaradas masculinos, precisavam provar constantemente suas habilidades e sua coragem.” Paulatinamente, dando o sangue, conquistaram o respeito.

A URSS mobilizou suas mulheres na luta de vida ou morte contra os nazistas, de uma forma que nunca ocorrera antes nem voltou a ocorrer depois. Quase um milhão de soviéticas engrossaram as fileiras do Exército Vermelho, em todos os postos: sapadoras, tanquistas, franco-atiradoras (tema do próximo livro de Vinogradova), operadoras de metralhadora... Ao todo, 92 delas foram condecoradas como Heroínas da União Soviética, sendo 50 postumamente. As soviéticas foram as únicas mulheres do mundo a pilotarem aviões em missões de combate naquele sangrento conflito, enfrentando de igual para igual em numerosas ocasiões os ases da Luftwaffe de Hitler, aos quais impunham surpresas às vezes letais.


O frágil e obsoleto Polikarpov Po-2 foi a aeronave mais utilizada pelas aviadoras russas


Quando vejo um avião com as cruzes negras e a suástica na cauda, tenho um só sentimento: ódio; essa emoção faz com que eu aperte ainda mais firmemente o disparador das minhas metralhadoras”, dizia a frágil e minúscula – porém corajosa e vital – Lilya Litvyak, conhecida como Garota Vingadora e Lírio Branco de Stalingrado e Kursk, a quem era atribuído o abate de um grande piloto alemão, que ficou perplexo ao ser apresentado à inimiga que o havia derrubado. Dizem que tentou beijar-lhe a mão, mas Vinogradova garante que isso já é invenção da propaganda oficial. Litvyak, a mais famosa aviadora de caça, com 12 abates confirmados, desapareceu durante uma missão em agosto de 1943, aos 21 anos, no comando de seu Yak-1, o número 18, qual uma Saint-Exupéry no feminino, ou uma Amelia Earhart fardada. Seus restos só seriam encontrados em 1979, em parte por causa da roupa íntima – incluindo um sutiã feito com seda de paraquedas. Estava claro que não se tratava de um piloto qualquer.

Litvyak realmente estava à altura da sua lenda? “Era pequenina e muito bonita, com olhos verdes, um cabelo maravilhoso e ótimo tipo. Era uma grande bailarina, adorava roupas bonitas e flertava com os pilotos jovens. Era estilosa. Como muitas outras, queria ser boa piloto sem deixar de ser uma mulher atraente. E ao mesmo tempo tinha muitíssimo caráter. Tinha a coragem de um demônio audacioso.

A história favorita de Vinagradova envolve Litvyak. “Numa ocasião, após um combate, fez um pouso forçado num terreno com mato muito alto. Dois soldados soviéticos correram para resgatar o piloto. Não o encontravam. Então escutaram a voz aguda de uma garota: “Eu sou o piloto’. Lilya era tão baixinha que não conseguiam vê-lo no mato crescido.

Litvyak, segundo Vinogradova, era uma mulher briosa. Foi punida várias vezes por desobediência e comportamento indecoroso. Tornou-se amante do ás da aviação Salomatin, também piloto de caça, com quem voava em dupla e que caiu pouco antes dela, num caso de “vandalismo acrobático”.

Como eram o amor e o sexo para essas meninas aviadoras? “Eram muito jovens e, no começo, o estado de ânimo dominante era de que ‘a guerra não é lugar para romances’. Depois, com o confronto se prolongando, elas perceberam que não podiam esperar o seu fim para quer a vida recomeçasse, porque, naqueles momentos, a guerra era a sua vida e era bastante possível que não houvesse um ‘depois’, já que tantas delas estavam morrendo. Muitas já voltaram da guerra casadas e várias outras perderam seus companheiros em combates”. A autora menciona vários casos, e pelo menos um relacionamento homossexual.


A capitão de aviação Masha Dolina, do regimento de bombardeio pesado 587, em 1941.

Vinogradova destaca que as mulheres da aviação da URSS no segundo confronto não só lutaram no comando de caças e bombardeiros e foram tripulantes, observadoras, radiotelegrafistas ou membros da artilharia, como também participaram das equipes em terra atuando como mecânicas, fornecedoras de munição ou de combustível. Com efeito, o Exército Vermelho teve em sua força aérea três regimentos compostos unicamente por mulheres: um de caça (586), outro de bombardeio pesado (587) e um terceiro de bombardeio noturno (588). Este último era o das Bruxas da Noite. “Diz a lenda que esse nome foi dado pelos alemães, que eram atacados por elas com seus frágeis aviõezinhos, os pequenos biplanos de treinamento U-2 (Po-2), de compensado, que, por causa de seu ruído específico, eram chamados de máquinas de costura. Mas eu acredito que foram elas mesmas que se autodenominaram assim. Elas são admiráveis, pois era preciso ter muita coragem para combater nesses aparelhos, que se incendiavam facilmente. Muitas delas tiveram mortes terríveis. De modo geral, entre as mulheres pilotos e navegadoras que lutaram nas primeiras fileiras, as baixas foram enormes. Talvez um terço do total. É difícil quantificar. No regimento de bombardeio noturno, onde as baixas eram cobertas pelo próprio pessoal, as mortas e feridas chegaram a 50% dos efetivos iniciais”.

As aviadoras tinham diversas origens: estudantes, camponesas, operárias. Muitas delas haviam se formado em escolas de aviação do Konsomol, a organização das juventudes comunistas. Para outras, tal como ocorria no caso de seus colegas masculinos, a guerra fornecia a oportunidade de realizar o sonho de voar. Fizeram isso sob condições dificílimas, morrendo em acidentes e combates. Em seu livro A guerra não tem rosto de mulher, a prêmio Nobel Svetlana Alexiévich reporta o testemunho de uma das Bruxas da Noite, Aleksandra Popova – falecida aos 91 anos de idade em 2013 -, segundo o qual algumas deixavam de menstruar por causa do estresse. Mas, como testemunhou uma outra aviadora, a capitã Klaudia Térejova: “Nós, meninas, voávamos e derrubávamos os ases da aviação! Os homens nos observavam com perplexidade. Nos admiravam”.

Na galeria das aviadoras, destaca-se a grande Marina Raskova, que já era uma pioneira da aviação, criadora dos regimentos femininos e que, além disso, atuava como agente secreta da NKVD, dirigida por Beria. Seu lema era: “Podemos fazer tudo”.

O que aconteceu com as sobreviventes depois da guerra? “Foram muito poucas as que permaneceram no exército. Na verdade, elas só haviam sido recrutadas para a guerra. Muitas que já eram aviadoras civis voltaram à sua profissão. Mas é difícil combinar a vida de piloto com a criação de uma família. As poucas que continuaram na força aérea foram desestimuladas por seus superiores: a pátria precisara delas durante a guerra, lhe diziam, mas agora elas precisavam partir e deixar o trabalho dos homens para os homens”.

As aventuras das aviadoras são lembradas hoje em dia na Rússia? “Os russos, de um modo geral, têm muito orgulho de seus heróis e heroínas da Grande Guerra patriótica. No entanto, muitos deles, ou a maioria, ainda prefere a versão da propaganda soviética às versões mais verdadeiras. As mulheres pilotos sobre as quais escrevi não são muito conhecidas, com exceção das mais famosas, como as Bruxas da Noite”. Atualmente, segunda Vinogradova, não há nenhuma dessas valentes aviadoras ainda viva. “Quando comecei a fazer as entrevistas, em 2009, ainda consegui falar com algumas. Tinham muito orgulho daquilo que haviam feito, e eu tinha muito orgulho delas!”.

Qual foi a sua contribuição concreta para o esforço de guerra e para a vitória? “Um regimento de aviação, mesmo que contasse com apenas dez pilotos, era algo bastante valioso na frente de combate do Leste: o Exército Vermelho padecia de uma grande escassez de aviões e de pilotos experientes. Os três regimentos femininos foram, sem dúvida, muito úteis nesse terreno. Desempenharam, além disso, um papel importantíssimo no sentido de elevar o moral na luta tanto entre mulheres soldados como entre as civis, que carregavam um peso enorme em suas costas”.

Fonte: El País



LANÇAMENTO DO NOSSO LIVRO - "O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA"

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Caros amigos e amigas,

No próximo dia 29, no Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, ministrarei a palestra VOANDO NA GRANDE GUERRA: OS AVIADORES BRASILEIROS NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, que abordará a experiência de nossos aviadores navais (e um do Exército) em 1918 no contexto da guerra.

Na oportunidade também lançaremos o nosso livro O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA, publicado pela Editora Contexto.
Sua presença será uma honra para mim. Um abraço e até lá.






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ACORDO DE CESSAR-FOGO SELA O FIM DO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO

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O Estado criado pela dinastia dos Habsburgos no sudeste da Europa desintegrou-se no final da 1º Guerra Mundial. Em 3 de novembro de 1918 foi assinado o acordo de cessar-fogo, selando o fim do Império Austro-húngaro. 


Por Rachel Gessat

O atentado contra o príncipe herdeiro austríaco Francisco Ferdinando fora a causa imediata para a deflagração da Primeira Guerra Mundial em 1914. Mas o conflito acabaria levando à desestruturação do Estado austríaco.

No começo da Primeira Guerra Mundial, a Áustria-Hungria ainda era um império com uma imensa área territorial: do Lago de Constança à Transilvânia, da Boêmia à Bósnia. Mais de 52 milhões de pessoas viviam no país multiétnico, cuja capital era Viena. No final da guerra, restou um pequeno Estado alpino, uma república com seis milhões de habitantes.

Com tal estrutura multiétnica, a Áustria não podia ser homogênea, nem estava livre de tensões internas antes da Primeira Guerra Mundial.

O tratamento desigual dado às diversas províncias e nacionalidades levou frequentemente a conflitos e movimentos de autonomia, em especial nos Bálcãs, onde a Áustria havia anexado a Bósnia-Herzegovina em 1908. Mas foi a guerra que liberou inteiramente tais forças centrífugas, que levaram ao completo desmembramento do Império Austro-húngaro.

Em maio de 1915, a Itália abandonou a sua neutralidade, juntando-se aos países da entente cordiale, a Inglaterra, a França e a Rússia. Com isto, a Áustria passou a lutar na frente sul não apenas contra a Sérvia, mas também contra a Itália: uma guerra de montanha extremamente difícil, em especial na região do Tirol do Sul (hoje, para os italianos Alto Ádige).


Fome, doenças e rebeliões

Já em 1916, a situação de abastecimento no império dos Habsburgo tornara-se catastrófica. Apesar de todas as medidas para a produção agrária de emergência, o governo não conseguiu impedir que a subnutrição e as enfermidades aumentassem cada vez mais entre a população civil. Ao lado das rebeliões por motivo econômico, também as tensões por razões políticas ou nacionalistas tornaram-se frequentes.

No dia 21 de outubro de 1916, o primeiro-ministro conservador Karl von Stürgkh foi assassinado pelo filho de Viktor Adler, o chefe dos social-democratas austríacos. No mesmo ano, morreu o imperador Francisco José, que personificava a tradicional monarquia austro-húngara. 

Ele havia reinado durante mais de 60 anos, mantendo o controle sobre as ações governamentais. Seu sucessor foi o sobrinho Carlos, a respeito de quem o primeiro-ministro de então tinha uma opinião arrasadora: "O imperador Carlos tem 30 anos de idade, uma aparência de 20, e fala como uma criança de 10 anos." Jovem, inexperiente e avesso a reformas, Carlos I não conseguiu impedir a desagregação do seu império.

O jovem imperador Carlos I não conseguiu impedir a desintegração do seu império


A partir de 1918, começaram a surgir greves e rebeliões em todas as partes do país. Foram registradas deserções em massa, principalmente entre os integrantes das minorias nacionais.


Manifesto da reforma chega tarde demais

Em outubro de 1918, foi formado em Zagreb (Croácia) um Conselho Nacional Sul-eslavo, que logo anunciou a unificação dos territórios sul-eslavos com a Sérvia e Montenegro. Em Viena, constituiu-se uma Assembleia Nacional provisória para a "Áustria alemã" e, em Praga, foi proclamado o Estado tchecoslovaco.

Em 16 de outubro, Carlos 1º ainda tentou impedir uma desintegração do seu império, através da publicação de um manifesto de reforma. Mas já era tarde demais – a autonomia sob a coroa vienense já não era mais uma opção aceitável para as províncias.

Depois do fracasso da última ofensiva militar em Piave, na Itália, a monarquia austro-húngara estava à beira da derrocada. Em fins de outubro começaram as negociações sobre um cessar-fogo. As condições impostas pela entente eram praticamente as de uma capitulação: "Retirada do Tirol até o Passo de Brennero e do Vale do Puster até Toblach, retirada do planalto norte-italiano, da Ístria incluindo Trieste, da Dalmácia e todas as ilhas no Mar Adriático, liberdade de ação para as tropas aliadas em território austríaco, desarmamento de 20 divisões, entrega dos equipamentos bélicos da metade da artilharia".

Após longa hesitação e por falta de alternativa, a delegação austríaca assinou o tratado de cessar-fogo em 3 de novembro de 1918. Com ele ficou selada a desagregação definitiva do tradicional Império do Danúbio.

Fonte: DW


PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL JOSÉ DIAZ

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* 17/10/1833 – Cerro Verá-Paraguai
 

+ 07/02/1867 – Rio Paraná


José Eduvigis Díaz Vera nasceu no dia 17 de outubro de 1833 na cidade de Cerro Verá, leste de Pirayú, no departamento de Paraguarí, no Paraguai, filho de Juan Andrés Díaz e Dolores Vera. Em 1852 juntou-se à milícia paraguaia e dez anos depois tornou-se tenente em um batalhão de polícia. Organizou o 40º Batalhão da Polícia, alcançando finalmente o posto de sargento-mor.


Durante a Guerra da Tríplice Aliança, distinguiu-se primeiro nos combates em todo o rio Paraná, em Corrientes, na primavera de 1866. Díaz foi o herói da Batalha de Curupaiti, em 22 de setembro de 1866, onde infligiu uma constrangedora derrota às forças aliadas. 

Em 7 de fevereiro de 1867, apenas quatro meses depois da grande vitória, morreu em uma missão que lhe foi confiada por Francisco Solano López. A canoa na qual fazia reconhecimento da esquadra brasileira foi atingida por fogo de artilharia, ferindo-o com gravidade. Sua perna foi amputada pelos médicos, mas eles não puderam salvá-lo. Uma hora antes de sua morte, foi promovido ao posto de general.


Além da batalha de Curupaiti, Díaz participou das batalhas de Corrales, Estero Bellaco, Tuiuti e Boquerón. Seu caixão foi levado para Assunção, onde a cidade acompanhou-o a seu lugar de descanso, no bairro Recoleta. Em 1939, os restos mortais de Díaz foram depositados em uma urna no Panteão dos Heróis,  junto com os de Carlos Antônio López.


LANÇAMENTO DO LIVRO "O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA"

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Realizamos, em 29 de março de 2017, o lançamento do nosso novo livro O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA, em uma tarde memorável no belíssimo auditório do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

O meu agradecimento de coração ao INCAER, na pessoa dos Brigadeiros Pohlmann e Terroso, e a todos os que prestigiaram o evento e nos honraram com suas presenças.

A seguir, fotos do lançamento: 
















CHINESES SE ENFRENTAM EM XUZHOU (1948-1949)

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Em 6 de novembro de 1948 começou a batalha decisiva de Xuzhou, na qual os comunistas chineses derrotaram os nacionalistas. Os liderados de Mao Tsé-tung vinham do norte, pressionando o Kuomintang cada vez mais para o sul.


Por Thomas Bärthlein


Na primavera setentrional de 1949, as tropas de Mao Tsé-tung conquistaram quase todo o território continental da China. Cerca de seis meses antes, elas não tinham sequer uma cidade importante sob o seu controle. Mas logo tinham conseguido impor-se através da vitória na batalha de Huaihai, nas proximidades da cidade de Xuzhou, um entroncamento ferroviário de grande importância estratégica na China central. A batalha começou no dia 6 de novembro de 1948 e durou até 10 de janeiro de 1949.

Esta foi a primeira batalha campal desde o início da guerra civil em 1946. Até então, os comunistas haviam empregado uma tática de guerrilha no interior do país. Em Xuzhou, participaram da batalha cerca de 600 mil soldados de cada lado. No final, as tropas de Chiang Kai-shek foram derrotadas de forma aniquilante.

Só existem especulações sobre o número de mortos, feridos e desertores: os arquivos chineses continuam até hoje fechados para a pesquisa por parte dos historiadores. Em janeiro de 1949, os comunistas conquistaram Pequim e Tientsin no norte da China; em abril, cruzaram o rio Yang-tsé, em direção ao sul. O exército de Chiang Kai-shek estava derrotado.

O líder comunista Mao Tsé-tung


Toda a história remontava à década de 20. Na época, Chiang Kai-shek já tinha lutado contra os comunistas. Eles controlavam grandes áreas, mas tiveram de retirar-se para as regiões afastadas do interior, promovendo a famosa "longa marcha".

Veio então a invasão japonesa. Entre 1937 e 1945, as tropas japonesas assolaram a China. Os comunistas e o Kuomintang de Chiang Kai-shek formaram uma "frente de unidade nacional" para combater os japoneses.

Para o sinólogo Thomas Kampen, o equilíbrio na China foi decisivamente abalado durante o período da ocupação japonesa: "Sem a invasão dos japoneses, Chiang Kai-shek teria podido derrotar os comunistas na década de 30. Ele teria podido investir todas as forças nessa luta e teria alcançado o seu objetivo. É preciso levar em conta, por exemplo, que a 'longa marcha' de 1934/35 começou com cem mil comunistas e terminou com dez mil – os comunistas estavam praticamente derrotados!"


Duas consequências

"O ataque japonês resultou em duas coisas: em primeiro lugar, Chiang Kai-shek não pôde mais concentrar-se na luta contra os comunistas; e em segundo lugar, os comunistas puderam fazer um longo trabalho clandestino nas regiões onde estava o exército japonês. Pois o problema para os japoneses era de que não dispunham de tanta tropa, para controlar todo o território. Eles controlavam principalmente as metrópoles e as linhas ferroviárias. E os comunistas podiam fazer a sua mobilização nas áreas rurais."

Isso valeu também na região de Xuzhou, por exemplo. Os comunistas tinham apoio nos povoados da região, pois tinham conquistado prestígio durante a luta contra os invasores japoneses. Já as tropas de Chiang Kai-shek tinham se retirado durante esse período. Thomas Kampen: "A Segunda Guerra Mundial terminou com a derrota do Japão. Mas não se pode dizer que os chineses tenham derrotado os japoneses. O motivo da derrota foi, antes, a bomba atômica etc. Ou seja: um grande problema era o fato de Chiang Kai-shek, seu partido e seu exército serem acusados de não ter combatido os japoneses com determinação. E, por essa razão, eles tinham uma péssima imagem."

Tropas comunistas chinesas em ação na região de Xuzhou


Além disso, os soldados de Chiang Kai-shek estavam pouco motivados nessa guerra civil. Muitos não sabiam o porquê da luta contra os comunistas. O que não era de se admirar, pois muitos deles eram camponeses recrutados compulsoriamente, segundo esclarece Thomas Kampen: "Eles não ingressaram voluntariamente no exército, mas foram sequestrados e então incorporados à tropa. Por isso, muitos deles também desertaram".

"Entre os comunistas, uma das prioridades era motivar os camponeses, fazendo com que cooperassem voluntariamente. Na verdade, os comunistas não tinham o poder necessário para fazer um recrutamento compulsório."

Os camponeses – na época, 90 por cento da população chinesa – deveriam sustentar a Revolução, segundo a teoria de Mao Tsé-tung. De fato, num trabalho minucioso de anos de duração, os comunistas conseguiram convencer muitos camponeses a dar apoio às suas reivindicações de reforma agrária.

A longo prazo, a luta pelo poder foi decidida através da péssima imagem do governo e da excelente imagem dos comunistas, tanto em questões nacionais quanto em questões sociais.

O que causa admiração é que os comunistas tenham conseguido enfrentar com êxito as tropas do Kuomintang, equipadas com armamentos americanos. Nem mesmo os soviéticos ajudaram os comunistas chineses com o fornecimento de armas. Pois, tradicionalmente, Moscou mantinha um bom relacionamento com Chiang Kai-shek.


Fonte: DW

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ASPECTOS GEOGRÁFICOS NA OPERAÇÃO BARBAROSSA

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Por Jamicel Silva

Em 22 de junho de 1941, ao iniciar a Operação Barbarossa, Adolf Hitler rompia o pacto de não-agressão com a União Soviética e invadia aquele território que, no passado, mostrou-se inóspito a conquistas militares. Durante toda a campanha, que durou até dezembro daquele ano, aspectos geográficos influenciaram decisivamente na definição daquela fase da guerra, que impactou nos resultados finais do conflito, em 1945.

O início da operação foi descrito por Churchill (1874 – 1965) da seguinte maneira:

A hora havia soado. Às 4h desse mesmo 22 de junho de 1941, Ribbentrop entregou uma declaração formal de guerra ao embaixador russo em Berlim. Ao raiar do dia,Schulenberg apresentou-se a  Molotov no Kremlin. Este ouviu em silêncio a declaração lida pelo embaixador alemão, e em seguida comentou: “É a guerra. Vossos aviões acabaram de bombardear umas dez aldeias desprotegidas. O senhor acha que nós merecíamos isso?” (CHURCHILL, 2005, p. 530).

A partir daí, o que se observou foi uma massa de veículos militares e tropas deslocando-se rumo ao Leste, em três frentes de ataque: Leningrado, no norte; Moscou, no centro, e no sul rumo aos campos de petróleo no território da atual Ucrânia, já que as reservas dessa fonte de energia na África foram relegadas a segundo plano, mesmo com as vitórias de Rommel naquele teatro, decisão influenciada pela convicção de Hitler da necessidade de derrota do bolchevismo russo (FILHO, 2015).

O avanço alemão foi realizado em três direções, cada qual apoiada por um grupo de exércitos. No início a operação foi bem sucedida, mas, com a chegada de rigoroso inverno, a situação mudou completamente.


A observação do território soviético no local da campanha alemã permite compreender que as grandes extensões de planícies foram propícias ao avanço rápido das divisões mecanizadas, que permitiu o sucesso inicial da Operação Barbarossa. Em decorrência das campanhas da Polônia e França, com a Inglaterra encurralada, após a retirada de Dunquerque, Hitler acreditou que o avanço na Rússia seria breve.

A convicção de Hitler começou a ser colocada em xeque com a chegada do rigoroso inverno russo e, como em outras campanhas do passado, fatores climáticos influenciaram no resultado das ações militares. Como se sabe, Napoleão também foi derrotado nesse mesmo território, durante avanço, com o clima influenciando diretamente no desgaste das tropas da Grande Armèe, alcunha pela qual ficou conhecido o exército francês da época.

Hitler, mesmo ciente das dificuldades dos exércitos alemães, em decorrência do clima rigoroso, que debilitou a capacidade operacional, não permitiu a rendição dos generais e insistia que a resistência durasse até o limite das forças. Com o passar dos combates, a situação das tropas só piorava e a influência do clima se fazia sentir. Aliado ao clima, o relevo e vegetação potencializavam a derrocada das tropas, com o congelamento do solo que dificultava os deslocamentos, causava congelamento de membros, criava escassez de água e alimentos, além de tornar os equipamentos militares inoperantes, como, por exemplo, divisões blindadas que tiveram veículos militares destruídos pelo congelamento de componentes.

Hitler negligenciou os ensinamentos da História Militar e, como ocorreu com Napoleão, fracassou em sua tentativa de conquistar a Rússia.

A análise da Operação Barbarossa demonstra a importância de se levar em conta aspectos geográficos no estudo da História Militar, pois é um dos fatores decisivos no resultado de campanhas militares, como ficou demonstrado com a influência do inverno na sorte das tropas alemãs, na Segunda Guerra Mundial, já que essa foi considerada a primeira derrota de Hitler. A partir dela, os exércitos soviéticos avançaram rumo à Alemanha, com a abertura de um novo front no Leste, que deu tranquilidade aos outros Aliados para atuarem em regiões a oeste e sul da Europa, além da África e Ásia, com destino ao centro do Reich.

Aliadas à importância dos aspectos geográficos, as estratégias e táticas militares também são essenciais para o entendimento do sucesso de operações, pois são levados em conta o terreno, clima e o relevo no planejamento dos comandantes militares. No caso da Operação Barbarossa, a estratégia dos generais soviéticos de recuo das tropas com o intuito de esperar o inverno foi decisivo, pois com tropas mais adaptadas e melhor equipadas a esse clima, o enfrentamento do inimigo foi facilitado como se vê no rápido contra-ataque realizado com a  expulsão das tropas nazistas daquele território.


Referências

- CHURCHILL, Winston S. Memórias da Segunda Guerra Mundial. 3.ed. v.1. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2005, 534 p.

- FILHO, Cyro Rezende. Rommel: a raposa do deserto. São Paulo: Contexto, 2015, 206 p.

Fonte: Werra


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VI SENAB


IMAGEM DO DIA 22/4/2017 - DIA DA AVIAÇÃO DE CAÇA

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O Dia da Aviação de Caça no Brasil é comemorado neste 22 de abril, data em que o primeiro Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira realizou o maior número missões na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Foram 44 missões de guerra e mais de 100 alvos destruídos. 

Aos caçadores de ontem e de hoje, a homenagem do Blog Carlos Daróz - História Militar.

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EDITOR DO BLOG PARTICIPA DE PAINEL SOBRE AS INVASÕES HOLANDESAS NO COMANDO MILITAR DO NORDESTE

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O Comando Militar do Nordeste, com sede no Recife, promoveu o painel "Guararapes: berço da nacionalidade brasileira", com a participação de militares, professores e acadêmicos das universidades de Pernambuco.

Na oportunidade, o editor do Blog Carlos Daroz-História Militar apresentou a conferência "As invasões holandesas a as batalhas dos Guararapes".  A seguir, algumas imagens do painel.

















I ENCONTRO DO LABORATÓRIO DE HISTÓRIA MILITAR E FRONTEIRAS DA UNIVERSO

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Vem aí o evento de inauguração do I Encontro do Laboratório de História Militar e Fronteiras da Universidade Salgado de Oliveira.

Na oportunidade, uma mesa redonda debaterá as Dimensões da História Militar.

Você é nosso convidado. Inscrições gratuitas no local. Haverá entrega de certificados.


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UM NOVO UNIFORME PARA UM EXÉRCITO NOVO

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Depois da vitória em 1945, mudança de atitude em relação às tropas se refletiu também no estilo das roupas.

Por Alexandr Verchínin


Em 1946, o Exército Vermelho, que tinha acabado de vencer a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, passou a se chamar oficialmente soviético. Com a mudança de nome, o Exército deixou de ser visto como uma força armada da “futura revolução comunista mundial” e adquiriu o estatuto de forças armadas nacionais do Estado soviético. Mas este processo teve início ainda durante a guerra.

A introdução de platinas (insígnia de ombro) foi um claro retorno às tradições do antigo Exército russo. Depois da vitória militar em 1945, a maior já obtida pelas forças armadas da Rússia, era inevitável uma mudança de atitude em relação às tropas.

Naquele mesmo ano, os generais soviéticos receberam um novo uniforme de gala – um jaquetão azul-esverdeado fechado com abotoamento duplo. A cor dele foi logo apelidada de "tsarina", em referência à cor popular no Exército imperial, antes da Revolução de Outubro. Os punhos da jaqueta levavam agora um bordado de ouro e prata – mais uma referência clara ao tempo dos tsares.

O uniforme tinha, contudo, um detalhe característico: o botão de cima era removível para facilitar a colocação das condecorações. No final da guerra, um líder militar soviético comum acumulava tantas que mal cabiam no peito.

Os sargentos e soldados do Exército soviético não tiveram alterações no uniforme depois de 1945 – a vestimenta já era tão prática em condições de combate que não havia motivo nenhum para deixar de usá-la.


Uniforme pós-Stalin

Uma revisão mais séria dos uniformes militares começou a ser feita somente depois da morte de Stalin e foi iniciada pelo marechal Jukov, um herói da guerra. As alterações mais importantes foram feitas nos uniformes dos oficiais superiores, dos generais e marechais.

A principal delas foi a transição da tradicional túnica fechada para outra com novo corte e aberta. Debaixo dela usava-se camisa branca com gravata, e folhas de carvalho bordadas e ouro e prata no colarinho. No nó da gravata os marechais tinham uma grande estrela, uma insígnia especial de distinção da mais alta patente militar. Eles também recebiam o cinturão com fios de ouro e a adaga do traje cerimonial.

O quepe dos oficiais também sofreu alterações. O tamanho da copa aumentou e foi fixado um emblema de estrela vermelha cercada por espigas douradas. Esse item do uniforme se manteve praticamente inalterado até o final das forças armadas da União Soviética e ao aparecimento dos novos símbolos do Exército russo moderno.

O quepe dos oficiais passou a ter abas mais largas


O uniforme de campo e diário dos oficiais sofreu menos alterações: com o tempo, a túnica fechada foi dando espaço à aberta. Quando estava quente, os oficiais tinham permissão para usar apenas a camisa e gravata cáqui. O quepe com copa aumentada também passou a ser cada vez mais comum no serviço comum diário.

Depois da guerra, os oficiais começaram a voltar de bom grado à tradição pré-revolucionária de enfeitar partes da jaqueta com bordado a ouro – isso era elegante e ressaltava a dignidade dos oficiais. No entanto, tiveram que voltar a adotar os botões e platinas em cor cáqui já em 1956. A repressão da revolta húngara havia mostrado que os botões dourados continuavam sendo um alvo fácil para os snipers.


Perdas e ganhos

Em 1969, os soldados e oficiais soviéticos voltaram pela última vez a receber um novo uniforme. Até então, o uniforme de campo dos soldados havia sofrido poucas alterações. O soldado comum soviético continuava a se parecer com aquele que combateu na Segunda Guerra Mundial.

Foi às vésperas da década de 1970 que ocorreu a maior transformação no uniforme: perdeu a “guimnastiôrka” (tipo de camisa sem abertura comprida e larga), que até então era considerado o seu principal elemento desde os tempos dos czares. Isso porque essa peça apresentava um defeito nas condições da guerra moderna: tinha que ser vestida e despida pela cabeça. A “guimnastôrka” tinha então de ser rasgada.

guimnastiôrka, tradicional camisa fechada utilizada pelos soldados desde o tempo dos czares, foi substituída por uma túnica aberta


No caso de o soldado se encontrar em uma área afetada por radiação nuclear, isso representaria um perigo para a sua saúde. Por isso a liderança do Exército propôs introduzir, em seu lugar, a túnica, que podia simplesmente ser desabotoada.

As calças dos soldados passaram a ser menos ‘ensacadas’, enquanto a boina “pilotka”, um atributo do Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, foi preservado, bem como as botas enceradas.

 
Soldado soviético durante a 2ª Guerra Mundial utilizando a guimnastôrka

Soldado do Exército soviético do pós-guerra: novo capacete, nova túnica e novas insígnias



O uniforme era confeccionado de tecidos de algodão ou com mistura de lã, já que era prático para a variabilidade climática da União Soviética. Para aqueles que serviam o exército nas regiões quentes da Ásia Central foi desenvolvido um uniforme especial: chapéu tipo panamá com abas para substituir a “pilotka”, e sapatos em vez de botas.

Também surgiram pela primeira vez nas unidades de infantaria a “telniachka” –  camisa interior de listras horizontais que se vestia por debaixo da túnica. Para distinguir a especificidade das tropas de paraquedistas, as listras da camisa eram azul-celeste.

O uniforme do paraquedista soviético – jaqueta curta, calças, cuja bainha ficava presa dentro das botas, boina e a tal camisa listrada – sobreviveu ao próprio Exército soviético e hoje se mantém, com algumas alterações, no Exército da Rússia moderna.

Fonte: Gazeta Russa


V ENCONTRO DE ESCRITORES E JORNALISTAS DE AVIAÇÃO

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Vem aí o V Encontro de Escritores e Jornalistas de Aviação, promovido pela APVE-Associação de Pioneiros e veteranos da EMBRAER.  As inscrições já estão abertas.

Nesta edição, o editor do Blog Carlos Daroz-História Militar participará com os livros Um céu cinzento: a história da aviação na revolução Constitucionalista de 1932 e O Brasil na Primeira Guerra Mundial - A longa travessia.

Participe e conheça mais sobre a história e a atualidade da aviação no Brasil e no mundo.




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