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Channel: História Militar - Carlos Daroz
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SEM VISITANTES, MUSEU DA NORMANDIA VENDE TANQUES DO "DIA D"

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Leilão da coleção de veículos militares encerra atividades do Normandy Tank Museum

Vendem-se tanques em boas condições, alguns usados durante o “Dia D”. O Normandy Tank Museum leiloará sua coleção completa no mês que vem e fechará as portas por não ter conseguido atrair visitantes suficientes. A venda inclui tanques, veículos militares, caminhões, aeronaves e motocicletas, muitos restaurados e em bom estado de funcionamento.

Mais de 40 veículos blindados, junto com milhares de itens militares usados durante a Segunda Guerra Mundial e dezenas de manequins com trajes de batalha completos serão vendidos em 18 de setembro pela Artcurial, uma casa de leilões de luxo com sede em Paris. A venda será realizada em Catz, cidade localizada a poucos quilômetros da praia de Utah, na Normandia, onde os aliados desembarcaram para libertar a região noroeste da Europa, ocupada pelos alemães, em junho de 1944.

Nós achávamos que o museu atrairia mais gente— disse o cofundador do museu, Stéphane Nerrant. — Os ataques terroristas tiveram um impacto considerável na frequência de visitantes— disse ele, que preferiu não divulgar números.

As greves de trabalhadores de refinarias francesas, que provocaram falta de combustível em maio e junho em todo o país, também prejudicaram as vendas de entradas, disse ele.

O museu foi aberto em 2013 com base na coleção particular do fundador Patrick Nerrant, pai de Stéphane, que começou a comprar veículos blindados da Segunda Guerra nos anos 1980.

 
Motores da 2ª Guerra Mundial
 
Entre os destaques do leilão estão um tanque M4 Sherman, de 1944, com preço estimado pela Artcurial entre € 250 mil e € 400 mil. O M4 foi o tanque americano mais produzido durante a Segunda Guerra Mundial, com 50 mil unidades fabricadas. Foi batizado de Sherman pelos britânicos – ele era distribuído por meio de um programa de abastecimento de guerra dos EUA para os aliados, incluindo a Comunidade Britânica – em alusão a William Tecumseh Sherman, general americano do Exército da União durante a guerra civil dos EUA. Este exemplar foi restaurado pelo museu e está em condições de funcionamento. A reforma de um tanque Sherman é estimada em € 150 mil (US$ 160 mil), mais mão de obra.
 
Interior do Normandy Tank Museum, mais um acervo aberto ao público que se perderá

Além desse, há um Jeep Willys MB, de 1943, avaliado entre € 15 mil e € 25 mil. É um 4x4 equipado com uma barra no para-choque dianteiro para cortar arame farpado, empregado pelo exército alemão na Normandia. O veículo conta também com um descontaminador químico, um jerrican (galão para combustível), um balde de água, um suporte para metralhadora e um compartimento traseiro projetado para transportar os equipamentos dos soldados.

A Segunda Guerra Mundial foi o primeiro conflito importante em que houve um uso extensivo de veículos motorizados. Em comparação com a Primeira Guerra Mundial, “o uso de tanques aumentou consideravelmente durante a Segunda Guerra Mundial após um formidável esforço industrial”, disse Frédéric Sommier, que administra o museu dedicado ao “Dia D” de Arromanches-les-bains, próximo dali.

Por volta de 1939, os tanques haviam substituído a maioria dos cavalos usados durante a Primeira Guerra Mundial, disse ele. Os aviões também se tornaram mais comuns e foram usados para combinar ataques aéreos e terrestres, disse Sommier.

Além da coleção, o museu oferece passeios de tanque e voos sobre pontos históricos do “Dia D”, como as praias onde até 4.400 soldados aliados perderam suas vidas em 6 de junho de 1944.

O museu de 3.000 metros quadrados também conta com sua própria oficina mecânica.


Fonte: O Globo

 

ACADEMIA DA FORÇA AÉREA PROMOVE A III OLIMPÍADA DE HISTÓRIA MILITAR E AERONÁUTICA

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Por Cláudio Calaza

A Academia da Força Aérea realizou nos dias 17 e 18 de agosto a terceira edição da Olimpíada de História Militar e Aeronáutica. Neste ano, a vibrante competição de conhecimentos reuniu 56 competidores, agrupados em 14 equipes.  A novidade foi a participação dos aspirantes da Escola Naval, dos cadetes da AMAN e dos alunos da EsPCEx. A integração entre os conhecimentos da História Naval, da História Militar Terrestre com a História da Aviação propiciou a desejada interoperabilidade educacional entre os futuros oficiais.

A abertura solene do evento aconteceu na tarde do dia 17, com o discurso do brigadeiro do ar Saulo Valadares do Amaral. Como no ano passado, o apresentador e cantor Ronnie Von, que foi cadete da Aeronáutica na década de 1960, anunciou a competição educacional em seu programa Todo Seu, da TV Gazeta, gravando uma mensagem especial de motivação aos competidores.  A palestra de abertura teve como tema a Guerra do Paraguai, e foi proferida pelo prof dr. Francisco Doratioto, maior referência acadêmica sobre assunto.

Prof. Francisco Doratioto proferindo a palestra de abertura
 
As provas de conhecimentos envolveram diversos questionários no modelo quiz e uma pesquisa temática. Em todo o certame foram ofertadas mais de 120 questões em diferentes temas, abrangendo assuntos da História Militar da Antiguidade até a Idade Contemporânea.

Na primeira fase, os competidores passaram por um duro teste eliminatório de 60 questões de múltipla escolha realizado em apenas 120 minutos. A surpresa ficou por conta da Equipe ALTE. COCHRANE, da Escola Naval, que largou na frente com a maior pontuação. Nesta etapa, o destaque individual foi o aspirante Guilherme da Silva Costa Júnior, que obteve 49 acertos, a maior pontuação dentre todos os competidores nessa etapa. 

Aspirantes da Escola Naval e cadetes da AFA e da AMAN participando da 1ª fase 


A 1ª Fase classificou as seguintes equipes:

 
Na 2ª Fase, também eliminatória, as seis equipes enfrentaram um mesmo questionário de 24 perguntas para resolução em grupo.  Cada questão, valendo 10 pontos, de modelos abertas e fechadas, exigia o tempo de 30 segundos de resposta.  Guerras Púnicas, Cavaleiros Medievais, Insurreição Pernambucana e Guerra das Malvinas foram alguns dos muitos temas abordados nas quatro baterias. Nessa etapa, destacaram-se pelo aproveitamento as equipes JOHN BOYD, da AFA, e ALTE SALDANHA DA GAMA, da Escola Naval. 

Ao final da 2ª Fase, as pontuações estavam notavelmente alteradas, revelando as três equipes classificadas:


Dentre os oito assuntos apresentados para a 3ª Fase, foi sorteado o tópico Guerra da Coreia. Na manhã do segundo dia da Olimpíada, os atletas da História  mergulharam em pesquisas e no desenvolvimento de suas apresentações.  No período da tarde, as três equipes realizaram diferentes abordagens acerca do conflito em suas apresentações. Em seguida, a Banca Avaliadora, composta por onze oficiais e professores de notório saber em História Militar teceram considerações e emitiram suas avaliações. 

O Brigadeiro-do-Ar Valadares, comandante da AFA, e os integrantes da banca avaliadora assistindo as apresentações 
 
Embora inalterada as posições,  o placar ao final da 3ª Fase ficou assim:

 
No início da noite do dia 18, teve início a quarta e última etapa da competição com o vibrante quiz de respostas orais, na qual a equipes tinham apenas 20 segundos para responder. As questões, cada vez mais difíceis, agora valiam 20 pontos cada. A última bateria previa a perda de 10 pontos no caso de respostas erradas ou o repasse da mesma, caso a equipe não quisesse arriscar. Foi nesse momento que a equipe LIMA MENDES, da AFA, ultrapassou a SALDANHA DA GAMA, da Escola Naval, enquanto a equipe JOHN BOYD, campeã do ano passado, consolidava-se na primeira posição.

A última rodada de questões concentrou perguntas sobre a Segunda Guerra Mundial, envolvendo a participação da FEB, todavia, o resultado já se mostrava definido, como a equipe JOHN BOYD sagrando-se bicampeã. 

O placar final da III Olimpíada de História Militar e Aeronáutica da AFA foi o seguinte:

 
As premiações se deram na forma de medalhas de ouro, prata e bronze, gentilmente cunhadas e cedidas pelo Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica, que apoia a iniciativa. Os aspirantes e cadetes das equipes finalistas também receberam premiações complementares em livros doados pelas editoras Contexto e M. Books. O comandante da AFA, brigadeiro Valadares encerrou o evento agradecendo aos comandantes das escolas co-irmãs pela oportunidade de integração educacional e destacou o compromisso em promover a inovação das práticas de ensino.

Cerimônia de premiação das equipes vencedoras 


Que venha a IV Olimpíada em 2017.

A MARSELHESA

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Em 30 de julho de 1792, revolucionários franceses marcham de Marselha para Paris entoando um canto de guerra que ficou desde então conhecido como "A Marselhesa" e até hoje expressa o orgulho nacional francês.  


Por Catrin Möderler

"Avante, filhos da pátria, o dia de glória chegou. O estandarte ensanguentado da tirania contra nós se levanta."

A revolução explodiu na França. Os reis Luís 15 e 16 levaram o país à ruína. O povo passava fome e levantou-se contra os seus soberanos.

"Ouvis nos campos rugirem esses ferozes soldados? Eles vêm até nós degolar nossos filhos, nossas mulheres!"

Os Estados vizinhos não quiseram esperar até que a revolução adentrasse suas fronteiras e declararam guerra à França. Os revolucionários tiveram então que lutar em dois fronts. Contra as potências estrangeiras e contra as forças que lutavam no próprio país para defender o reino.

"Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos, que a nossa terra do sangue impuro se saciará!"

Em 30 de julho de 1792, as tropas revolucionárias marcharam de Marselha para Paris. Os revoltosos entoavam uma marcha marcial que, a partir desse dia, ficou conhecida como A Marselhesa.

 Claude-Josepf Rouget de Lisle, o compositor da Marselhesa


A canção da Revolução tornou-se o hino nacional da França em 1795. Ela sobreviveu aos imperadores Napoleão 1º e 3º, à Restauração, às quatro Repúblicas e a duas guerras mundiais. A Quinta República ancorou A Marselhesa no Artigo 2º da Constituição de 1958 como o Hino Nacional. Ela expressa o orgulho nacional, embora franceses modernos tenham uma visão muito crítica do seu texto.


Palavras tenebrosas

"A música é palpitante, mas suas palavras são tenebrosas, muito sangrentas. Eu tenho vergonha de usar estas palavras", diz Hélène Butler, que trabalha para empresas francesas na Alemanha. Ela gostaria de ver A Marselhesa adaptada aos tempos atuais. "A música foi composta quando havia muitos motivos para se combater e por isso tem a sua legitimação", concorda a francesa, acrescentando que mudaria apenas algumas palavras.

Não está claro se as palavras que tanto desagradam Butler são um legado popular ou da lavra do próprio compositor. Em todo caso, a melodia de A Marselhesa é atribuída a Claude-Josepf Rouget de Lisle.




Autor escapa da guilhotina

O músico amador era na época capitão do Exército em Estrasburgo. O prefeito da cidade o incumbiu da tarefa de compor a música, porque gostaria de oferecer algo especial para os seus convidados. Chamada inicialmente de Canto de guerra para o Exército do Reno, a canção tornou-se um grande sucesso. Espalharam-se muitas cópias até ela chegar em Marselha. As tropas revolucionárias lá estacionadas gostaram da música e a entoaram na sua marcha para Paris e na invasão da cidade.

Ironicamente, Rouget de Lisle não era partidário da Revolução Francesa. Pelo contrário, era fiel à coroa. Mais tarde, o autor do hino nacional escapou por pouco da guilhotina.

Antepassados da consultora Hélène Butler perderam a vida na guilhotina. Mas, mesmo assim, ela se identifica com os ideais daquele tempo: "François Mitterrand disse 'il reste encore la bastille à prendre', o que significa que a Bastilha é um símbolo daquilo contra o que se tem que lutar. E ainda existem muitos problemas contra os quais as pessoas têm que se unir".

Àqueles que encontram coragem para defender-se contra o mal, a História ofereceu um hino: A Marselhesa.

Fonte: DW

"A GUERRA DO AÇÚCAR" NA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO

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O historiador Armando Alexandre dos Santos, sócio do IHGB, publicou uma resenha bastante completa do nosso livro A Guerra do Açúcar no nº 468 da “Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro” – a revista de entidade cultural mais antiga, publicada ininterruptamente, em todo o Ocidente.

A resenha pode ser lida a partir da pág. 283 da edição on-line da revista, no link a seguir:


Capa da 1ª edição (2014) 

Capa da 2ª edição (2016) 


 Para adquirir seu exemplar envie um e-mail para:

aguerradoacucar@yahoo.com.br


NAPOLEÃO NA CAMPANHA DO EGITO

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Em 19 de maio de 1798, Napoleão partiu com 18 mil soldados para conquistar o Egito. Dois meses depois, suas tropas chegariam ao Cairo. Antes disso, venceram os mamelucos na lendária Batalha das Pirâmides.


Por Catrin Möderler


A Revolução Francesa, cujo auge fora a queda da Bastilha, em junho de 1789, ainda não fora superada: o país estava sacudido por conflitos. Napoleão Bonaparte, jovem general corso, conseguiu estabilizar a situação, ao sufocar um levante monarquista em Paris, em 1795. Ele reorganizou as tropas francesas e venceu os austríacos e piemonteses, bem como seus aliados Prússia e Saboia. Seu domínio logo se estendeu à margem esquerda do Rio Reno, à Bélgica e a Milão.

Foi nesse cenário que Napoleão decidiu iniciar a campanha do Egito. O objetivo era desmantelar uma importante rota de comércio inglesa. O rei Jorge III não havia reconhecido as conquistas territoriais francesas na Itália. Vendo que não tinha qualquer possibilidade de invadir a Inglaterra, Napoleão planejava derrotá-la no setor econômico.

A base da economia inglesa eram as colônias, das quais a Índia era a principal. O comércio de mercadorias indianas era vital para a Inglaterra. E Napoleão planejou exatamente bloquear o longo caminho inglês até a Índia, que passava por território egípcio. A 19 de maio de 1798, partiu com 18 mil soldados para conquistar o Egito.


Supostas boas intenções napoleônicas

Em 18 de julho, suas tropas chegaram ao Cairo. Antes disso, venceram os mamelucos na lendária Batalha das Pirâmides, onde, porém, sofreram pesadas perdas. Em meio ao tiroteio, os disparos dos canhões franceses destruíram o rosto da Grande Esfinge de Gizé, a sentinela da eternidade.

Como pretexto para invadir o Egito, Napoleão Bonaparte alegou que queria apenas garantir, por todos os meios, o acesso seguro dos peregrinos a Meca. "Somos amigos dos muçulmanos e da religião do profeta Maomé", disse. Hábil estrategista e mestre em empolgar as tropas, lembrou aos soldados, à base das pirâmides, de que eles se encontravam diante de 40 séculos de história. Suas supostas boas intenções, contudo, não convenceram os adversários.



O sultão turco Selim III, que encarregara os mamelucos do xeque Abdallah al Charkawi de administrar o território egípcio, tentou fazer uma guerra santa contra Napoleão. Suas tropas precariamente armadas tornaram-se presa fácil para os franceses. Ao contrário dos soldados britânicos sob o comando do almirante Horatio Nelson: estes conseguiram derrotar a frota napoleônica na Baía de Abukir, reconquistando a rota inglesa para a Índia, e barrando o retorno de Napoleão à França.


Ascensão de Napoleão na França

Somente um ano mais tarde Napoleão conseguiu derrotar o exército turco em terra, na Batalha de Abikur. Em seguida, deixou o general Kléber no Egito, como comandante-em-chefe das tropas francesas, e voltou para casa, escoltado por uma guarda pessoal mameluca.

O que só alcançara em parte no Egito, o militar corso logrou inteiramente na França: a ascensão ao poder. Auxiliado por militares e membros do governo, Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório a 10 de novembro de 1799, dissolveu a Assembleia e implantou o Consulado, uma ditadura disfarçada. Depois de ser cônsul-geral, em 1804 coroou-se imperador, como Napoleão I. Era o fim da Revolução Francesa.

O ditatorial governo napoleônico foi marcado tanto pelo êxito nas guerras e nas reformas internas, como pela censura à imprensa e a repressão policial. Napoleão 1º interveio em toda a Europa, passando a controlar grande parte dos países europeus. Foi temendo a expansão francesa que a família real portuguesa fugiu em 1808 para o Brasil. Em 1812, o império napoleônico incorporava 50 milhões dos 175 milhões de habitantes do continente europeu.

Fonte: DW

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LANÇAMENTO DA 2ª EDIÇÃO DE "A GUERRA DO AÇÚCAR" NO RIO DE JANEIRO

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Convidamos todos os amigos a prestigiarem o lançamento da 2ª edição do nosso livro A guerra do açúcar: as invasões holandesas no Brasil, que será realizado no Espaço Cultural Laguna, no Rio de Janeiro, às 11h do dia 15 de setembro próximo.




O Espaço Cultural Laguna fica na Rua general Canabarro nº 731, Maracanã, Rio de Janeiro-RJ (próximo à estação do Metrô de São Cristóvão).


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HÁ 25 ANOS ERA DISSOLVIDO O PACTO DE VARSÓVIA

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Em 1º de julho de 1991, encerrou-se a aliança militar formada pelos países socialistas do Leste Europeu, num encontro em Praga do qual Gorbatchev preferiu não participar. Era o fim também da Guerra Fria.



Por Rosalia Romaniec

Por mais que tivesse contribuído decisivamente para o fim do Pacto de Varsóvia, o ex-presidente União Soviética Mikhail Gorbatchev não fez a menor questão de assistir de perto ao processo de dissolução.


Para o encontro dos Estados do Bloco Leste em 1º de julho de 1991, em Praga, Gorbatchev enviou seu vice, Gennady Yanayev. Foi ele a escutar do então presidente da Tchecoslováquia e ex-dissidente Václav Havel: "Hoje o Pacto de Varsóvia deixou de existir". Todos aplaudiram, menos Yanayev.



A aliança dos países do Leste Europeu existiu durante 36 anos, a partir de 14 de maio de 1955, quando, na capital polonesa, União Soviética (URSS), República Democrática Alemã (RDA), Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e Polônia firmaram um pacto de amizade, cooperação e apoio recíproco.


Oficialmente, foi uma reação dos países à adesão da República Federal da Alemanha (RFA) à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Mas logo ficou demonstrado que o Pacto de Varsóvia não era apenas uma liga de defesa, mas sim visava assegurar o controle da URSS sobre o Leste. A repressão, pelas tropas do pacto, da Revolução Popular Húngara em 1956, ou da Primavera de Praga em 1968 são dois dos exemplos mais óbvios.




Fim do Pacto se precipita


Nos anos 80 começou a virada política, com o movimento trabalhista polonês Solidarnosc (Solidariedade), as reformas na União Soviética conhecidas como Glasnost e Perestroika, mais tarde a queda da Cortina de Ferro e do Muro de Berlim, e, na sequência, as negociações para a Reunificação da Alemanha.


"Tínhamos muito a esclarecer, por exemplo, se uma Alemanha unificada poderia ser membro da Otan. E: quando é que os soviéticos se retirariam?", recorda Horst Teltschick, então assessor do chanceler federal alemão, Helmut Kohl.


Ele frisa que, além dos créditos financeiros, foram as concessões a Moscou na política de segurança que possibilitaram um acordo com Gorbatchev. Entre os itens constava a renúncia a armas atômicas, biológicas ou químicas e a um estacionamento de tropas da Aliança Atlântica nos estados do Leste alemão.

Soldados de diversos países pertencentes ao Pacto de varsóvia diante de suas bandeiras



Em setembro de 1990, apenas pouco antes da Reunificação alemã, a RDA se retirou do Pacto de Varsóvia. No prazo de alguns dias, cerca de 360 mil integrantes do Exército Nacional do Povo se tornaram soldados da Otan. Um número equivalente de soviéticos deixou o Leste da Alemanha até 1994, o que na época custou a Bonn quase 4 bilhões de marcos.




Reação em cadeia


Só com a Reunificação da Alemanha foi possível a posterior ampliação da Otan, afirma o historiador teuto-americano Konrad Jarausch. Mas quando a RDA deixou a aliança oriental, Gorbatchev ainda esperava desdobramentos bem diversos: a prolongada hostilidade entre o Leste e o Ocidente foi declarada encerrada.


"Gorbatchev falou, na época, de 'nossa casa comum' e assegurou que a União Soviética estaria pronta a anular o Pacto de Varsóvia se, no lugar deste, se estabelecesse uma nova estrutura de segurança na Europa", conta Dimitar Ludzhev, ministro búlgaro da Defesa entre 1991 e 1992.


Cerca de meio ano após a retirada da RDA, os países-membros do Pacto transformaram a instituição de militar em política, num encontro em Budapeste boicotado pelos soviéticos. Passaram-se mais três meses até ser dada como encerrada a supremacia política da URSS na região – na cúpula de 1º de julho de 1991 em Praga, de que Gorbatchev preferiu não participar em pessoa.




Ampliação da Otan para o Leste


O então presidente soviético esperava que em breve se criasse uma nova estrutura de segurança na Europa. Mas a Otan sobreviveu ao fim do Pacto de Varsóvia. E logo cresceria, já que os antigos integrantes da aliança do Leste queriam mudar rapidamente de lado e contar com a proteção da Aliança Atlântica.


O cientista político Alexander Galkin, que compunha, então, o grupo de consultores de Gorbatchev, lembra que os Estados Unidos asseguraram Moscou que a Otan não pretendia se ampliar para o Leste. "Hoje, acertos verbais pouco valem", comenta.

Manobras do Pacto de Varsóvia no início dos anos 1980



Mas Gorbatchev nunca exigiu do Ocidente garantias de que a Aliança Atlântica não se ampliaria com a adesão dos Estados europeus orientais, rebate o historiador Heinrich-August Winkler.


"Hoje em dia há um debate acalorado sobre isso", aponta. "Mas pode-se tranquilamente ignorar, do ponto de vista histórico, a lenda de uma promessa de que não haveria ampliação da Otan para o Leste." Na época, o foco das atenções eram as condições para a unificação da Alemanha, salienta Winkler.




Estados do Leste buscam proteção


Depois de a RDA abandonar o Pacto de Varsóvia, a Tchecoslováquia e a Hungria foram as primeiras a anunciar o desejo de se filiar à Organização do Tratado do Atlântico Norte, seguindo-se a Bulgária, para surpresa de Washington.


A Polônia, onde no início da década de 1990 ainda estavam estacionados 60 mil soldados soviéticos, também queria aderir o mais rápido possível às estruturas ocidentais, mas ninguém ousava dizê-lo em voz alta.


"Em 1991, uma filiação à Otan nos parecia pouco realista", explicaria mais tarde o ex-ministro polonês do Exterior Krzysztof Skubiszewski. "Em conversas com o secretário-geral da Otan Manfred Wörner, expressei claramente o desejo de proteção pela Aliança Atlântica sem ter que solicitar a adesão."


Com o fim do Pacto em meados de 1991 e o subsequente declínio da União Soviética, o processo ganhou uma nova dinâmica. A prioridade inicial foi integrar os Estados fronteiriços com os membros da Otan. Em 1999, Polônia, República Tcheca e Hungria se uniram à Aliança – enquanto a Bulgária e os demais ainda tiveram que esperar até 2004.

Fonte: DW

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IRMÃOS BRASILEIROS LUTARAM EM LADOS OPOSTOS NA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Descendentes de alemães nascidos no Brasil, Gerd Brunckhorst e Paul Heinrich correram o risco de ficar frente a frente no campo de batalha. 
Um defendeu a FEB na Itália, o outro morreu lutando pelo Exército nazista


Era 1938. Gerd Emil Brunckhorst via o irmão pela última vez, na Baía de Guanabara. Paul Heinrich, de 16 anos, seguia de navio para a Alemanha, onde faria um tratamento médico. Com o início da Segunda Guerra, ficou retido no país e, em 1943, foi recrutado pelo Exército de Hitler.

Na manhã de 11 de julho de 1944, Gerd estava de volta ao cais do porto. Mas, desta vez, avistava o enorme navio americano que o levaria para a campanha da Força Expedicionária Brasileira na Itália. Descendentes de alemães, os irmãos lutaram em lados opostos.

"Quando eu já estava na Itália, soube de uma carta dele escrita à minha tia, de agosto de 1944, dizendo que ele iria embarcar em direção ao front russo. Depois disso, não voltou mais. A gente não sabe exatamente quando ele morreu", conta Gerd, hoje com 95 anos.

Paul era o caçula entre quatro irmãos. Os pais tinham deixado a Alemanha em 1910 com destino ao Brasil. Com um problema glandular, o rapaz de 16 anos não passava de um metro e meio de altura. "A família o mandou à Alemanha para que talvez a mudança de clima desse um impulso para ele, mas não foi", lamenta. Impedido de deixar o país e convocado pelo Exército nazista, Paul passou a trabalhar em uma fábrica de munições e, já no fim da guerra, foi enviado para a Frente Oriental, o principal palco de conflitos entre o Reich e a União Soviética.

"Como cidadão brasileiro, ele não era obrigado a servir ao Exército Alemão, mas até ficou orgulhoso quando foi convocado já no fim da guerra", recorda Gerd. "Foi uma grande perda para a nossa família."


Um pracinha

Depois de estudar na Deutsche Schule, hoje Colégio Porto Seguro, em São Paulo, Gerd se mudou para o Rio de Janeiro. Ele trabalhava numa companhia de seguros marítimos fundada por alemães na capital carioca.

A entrada do Brasil na Segunda Guerra, com o ataque de submarinos do Eixo contra navios brasileiros, acentuou ainda mais o projeto nacionalista de Getúlio Vargas, que via alemães e teuto-brasileiros como uma ameaça.

O comando da empresa onde Gerd trabalhava foi alterado. "O novo diretor me chamou no escritório e falou para eu ir embora", lembra. "Eu argumentei que sou brasileiro e que estava com as minhas obrigações militares em dia, mas não adiantou. Depois de quase um mês em casa, me encostaram em uma seção de preenchimento de formulários."

Mas não passou muito tempo até que Gerd fosse enviado para a guerra. "Um praça bateu na porta da minha casa e entregou minha convocação para a Força Expedicionária Brasileira. Tinha sido rebaixado no trabalho por ser descendente de alemães, mas para 'boca de canhão', me achavam bom", ironiza.

Gerd se apresentou no dia seguinte, e viajou a Mato Grosso para receber treinamento. "Os descendentes de alemães eram de segunda, terceira ou quarta geração. Eles já não tinham mais ligação com o nazismo. Nós que éramos a primeira geração brasileira, ainda falávamos alemão em casa, mas nos sentíamos brasileiros."

A viagem para a campanha brasileira na Itália estava próxima. "Quando encostei do armazém 10 do Rio de Janeiro estava lá aquele navio monstruoso. Descemos até o quarto porão, na linha d’água. Minha beliche estava bem na pá do navio, o alvo predileto dos submarinos", relembra, sorrindo.

"Na noite seguinte, Getúlio Vargas apareceu: 'Brasileiros!', com aquele jeitinho de gaúcho. De manhã cedo, já estávamos saindo da Baía Guanabara e só tocavam canções patrióticas. 'Nós somos a pátria amada, fiéis soldados'. O Rio de Janeiro ficava para trás."A viagem durou 13 dias. Eles seguiram escoltados por navios brasileiros e, depois de atravessar o Estreito de Gibraltar, foram levados até Nápoles, no sul da Itália, pelos ingleses.


No escuro

Trilíngue, Gerd foi um dos primeiros a desembarcar como intérprete dos oficiais brasileiros. Ele integrava o 9º Batalhão de Engenharia, a primeira unidade brasileira a entrar em ação na Segunda Guerra para construir estradas e pontes.

Ele e cinco mil homens seguiram para um vale coberto por carvalhos, oliveiras, nogueiras e faias para montar o primeiro acampamento.

"Uma banda de pracinhas começou a tocar. Imagine cinco mil homens cantando Aquarela do Brasil naquele escuro. Foi uma emoção, uma coisa que eu nunca esqueci", conta emocionado.

A missão de Gerd durou cinco meses. Um acidente, em novembro de 1944, determinou o caminho de regresso, que seria tão cheio de aventuras quanto à ida para a Itália.

Ele já tinha problemas no joelho e sofreu uma fratura enquanto preparava uma instalação sanitária. Ferido, Gerd passou a servir de intérprete entre pacientes brasileiros e médicos estrangeiros nos hospitais. "Estávamos em Livorno, e um companheiro falou que havia um soldado alemão prisioneiro. Fui conversar com ele. O interessante sabe o que é? O soldado seja amigo, seja inimigo é solidário com o outro soldado", diz.

De volta a Nápoles, Gerd deu início à volta ao Brasil junto com outros feridos. "Entrei numa enfermaria apenas com pessoas que tinham perdido membros do corpo, civis e soldados. Era um salão enorme. Um rapaz que tinha perdido os dois braços pediu para fumarmos um cigarro juntos", conta.

Gerd Brunckhorst segura uma foto do irmão

Ele e outros dez pacientes viajaram de avião de Nápoles para Orã, na Argélia, de onde partiram para o Marrocos. "Atravessamos a cordilheira do Atlas. Estava um frio danado dentro do avião, que não era revestido. Descemos numa cidade no meio do deserto do Saara para abastecer e, no meio da noite, chegamos em Dacar, no Senegal. De lá, atravessamos o oceano até o Rio Grande do Norte", recorda o pracinha.

De lá, passaram uma noite no Recife, em meio a percevejos. "Do outro lado do corredor, tinha o setor de pacientes com doenças venéreas." Da Bahia, seguiram para o Rio de Janeiro. "Fomos em cinco pacientes num furgãozinho onde cabiam duas pessoas até chegar ao Hospital Central do Exército. O meu padrinho me recebeu e, olha só, ele assistiu ao meu nascimento."

Indagado sobre qual foi a aventura maior – ir para a Itália ou voltar de lá – Gerd não sabe responder.  Quando a Segunda Guerra terminou, em 8 de maio de 1945, o ex-combatente soube da notícias pelos jornais. Para ele, já era esperado.  "Quando ocorreu a invasão do sul da França, eu ainda estava na Itália. Eu vi uma corrente sem fim de aviões atravessando o céu na madrugada. Vi aquilo e pensei: 'É uma guerra perdida'."

Fonte: DW

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OS CAMPOS DE BATALHA DA 1ª GUERRA MUNDIAL CEM ANOS DEPOIS

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Decorridos cem anos da 1ª Guerra Mundial, o Blog Carlos Daróz-História Militar publica, a seguir, algumas imagens de como estão os campos de batalha hoje, verdadeiros lugares de memória do grande conflito.


Somme

Parte do campo de batalha de Somme, na França, é hoje o Parque Newfoundland Memorial. A batalha ali começou em 1º de julho de 1916 e terminou em novembro, com os aliados tendo avançado apenas 8 km. Composto por quase 800 homens, o Regimento Newfoundland foi praticamente exterminado no primeiro dia.




Chateau Thiaumont

Acima, posto de observação destruído no reduto Thiaumont, na França, é uma prova de fúria da artilharia alemã – a cúpula tinha 25 centímetros de espessura e pesava sete toneladas antes de ir pelos ares.




Belleau Wood

A batalha de Belleau Wood ocorreu em julho de 1918, quando o Exército alemão iniciou uma ofensiva contra tropas americanas. Os Estados Unidos venceram, mas não sem antes sofrer as piores perdas registradas na guerra até então.




Lagos Masurianos

Os Lagos Masurianos onde, sob o comando de Hindenburg, o 8º Exército Alemão lutou contra o 1º Exército russo.




Messines

Em 7 de junho de 1917, na Bélgica, o 2º Exército britânico, sob o comando de Herbert Plumer, deu início à Batalha de Messines. Planejada com meses de antecedência, foi uma das mais sangrentas de toda a guerra.




Passchendaele

Uma bomba não-detonada na Batalha de Passchendaele, na Bélgica, está até hoje em meio a lama.




Mons

O cemitério militar de St. Symphorien em Mons, na Bélgica, abriga o corpo do primeiro soldado britânico morto no conflito, assim como de outros soldados britânicos e alemães que morreram nos últimos dias da guerra. Este local foi criado depois que o Exército alemão exumou os corpos de soldados que tinham sido mortos em Mons e enterrados no cemitério local.



Fonte: BBC



EDITOR DO BLOG LANÇA NOVO LIVRO: O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA

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Por Carlos Daróz

Em maior ou menor grau, praticamente todos os brasileiros sabem que o país enviou a Força Expedicionária Brasileira para combater o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mas pouca gente conhece a participação dos brasileiros na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o primeiro grande conflito ocorrido no século XX.

Mas, afinal, o Brasil enviou forças militares para combaterem na Europa na Primeira Guerra?
Quem transita pela Rua Tenente Possolo, no centro do Rio de Janeiro, dificilmente saberá quem foi o oficial da Marinha que deu nome à via, nem as circunstâncias em que perdeu a vida o jovem brasileiro, enquanto realizava treinamento de vôo na Inglaterra, em 1918, por ocasião da Primeira Guerra Mundial.


A Primeira Guerra Mundial, ou Grande Guerra, como foi chamada pela imprensa da época, irrompeu em 1914 e se estendeu por quatro anos. O conflito global teve consequências tão profundas que, vinte anos mais tarde, conduziriam o mundo a um novo e mais devastador confronto: a Segunda Guerra Mundial. Depois de 1918 as fronteiras da Europa foram redesenhadas, impérios faliram pelos custos do conflito, ao mesmo tempo em que novas potências mundiais se ergueram: os Estados Unidos da América se consolidaram e a União Soviética, herdeira da Rússia czarista, apresentou-se ao mundo. Com a economia mundial em ruínas, a sociedade também se modificou em decorrência da guerra, e as relações de poder, trabalho e, até mesmo, de gênero, ganharam novos moldes. As mulheres conquistaram o mercado de trabalho e os operários das fábricas foram às ruas em busca de uma legislação que contemplasse suas necessidades. No plano internacional, novos parceiros comerciais se associaram, na mesma medida em que tradicionais linhas de negócio foram irremediavelmente rompidas.

A guerra chegou ao Brasil pelo mar, quando navios mercantes brasileiros começaram a ser afundados por submarinos alemães, que desenvolviam uma campanha de bloqueio naval contra a navegação Aliada. Diante dos ataques, em 1917 o Brasil reconheceu estar em estado de guerra contra a aliança liderada pela Alemanha, e uniu-se, ainda que de forma modesta, ao esforço internacional contra os germânicos. No último ano do conflito, 1918, o Governo brasileiro deu sua contribuição, enviando uma Divisão Naval para patrulhar a costa ocidental da África; uma missão médica militar e um grupo de oficiais do Exército para a França; e um grupo de aviadores navais para treinamento e posterior atuação em combate na Grã-Bretanha, Itália e EUA. Diante da participação das forças armadas brasileiras no conflito, surgem algumas indagações: o Brasil estava preparado para enfrentar uma “guerra total”? Qual foi a nossa contribuição para os Aliados no conflito? A atuação dos brasileiros na Grande Guerra trouxe consequências positivas para o país? As forças armadas nacionais se modernizaram? O propósito da obra O Brasil na Primeira Guerra Mundial – a longa travessiaé justamente procurar responder a esses questionamentos e lançar uma luz sobre esse desconhecido episódio da história militar brasileira.

Oficiais do Exército Brasileiro na França em 1918
 
Em razão de ter sido travada, em sua maior parte, no solo europeu e devido ao elevado número de combatentes dos países do continente – calcula-se em 60 milhões a quantidade de mobilizados –, a memória histórica da Grande Guerra é bastante viva na Europa, porém vista com olhares diferenciados de um país para o outro. No ano do centenário do início da guerra, 2014, a imprensa internacional deu amplo destaque para a cobertura das solenidades e eventos realizados na Europa. Alunos britânicos visitaram os campos de batalha em Flandres e o Dia do Armistício (11 de novembro) foi comemorado como feriado na França. Na Alemanha, contudo, a Grande Guerra permaneceu esquecida durante anos, até a chegada do centenário, quando filhos e netos buscaram saber o grau de envolvimento de seus pais e avós, demonstrando o profundo enraizamento nas memórias familiares.



Pelas mesmas razões, mas em sentido oposto, no Brasil pouco se fala ou se estuda sobre o conflito de 1914-1918. Nossa participação foi modesta e envolveu, de forma direta, uma reduzida parcela da população – menos de 2.000 pessoas –, o que leva a Grande Guerra a ser uma desconhecida do público brasileiro, seja na memória coletiva ou nos livros escolares. Comparativamente, observa-se que a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, que envolveu o envio de uma força expedicionária e de um grupo de aviação para a Itália, bem como o patrulhamento antissubmarino do Atlântico Sul, é hoje bem mais familiar aos brasileiros.

Este silenciamento da memória é potencializado pela carência historiográfica sobre o tema, havendo muito poucas obras com uma abordagem direta sobre a participação brasileira na Grande Guerra. Nesse sentido, na oportunidade em que se rememora o centenário do conflito, outra intenção deste trabalho é revisitar a história da participação das forças armadas do Brasil no conflito.

Ao todo, quase duzentos brasileiros perderam a vida nos navios e nos campos de batalha da Europa, a maioria vitimada pela pandemia de gripe espanhola e outros em decorrência de acidentes durante as operações.

Ficha Técnica 
Editora Contexto
Gênero: História Militar
Ano: 2016
ISBN 978-85-7244-952-6
Formato 16 x 23
Peso 0.351 kg
Acabamento Brochura
Páginas 208

Acesse a página da Editora Contexto clicando aqui, e conheça o nosso trabalho:



Fonte: Blog da Editora Contexto

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A PAZ DE PRAGA NA GUERRA DOS TRINTA ANOS (1635)

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No dia 30 de maio de 1635 foi assinado o Acordo de Paz de Praga, que deveria encerrar a terceira fase da Guerra dos Trinta Anos. O acordo, entretanto, não vingou.


Por Catrin Möderler


Por volta de 1630, circulou em Nuremberg um panfleto em forma de cantiga medieval que dizia mais ou menos o seguinte: 

"Assustou-nos que chegue a guerra em nossa cama. Façam com que, de imediato, nos acorde o galo e não o trompete assassino. Em vez de batalhas, queremos a dança da alegria; em vez de louros, uma coroa de folhas de oliveira. E que todos possam dormir seguros".


Início: conflito religioso na Boêmia

A Europa Central já não suportava mais sua primeira grande guerra. Os confrontos acirravam-se havia 12 anos, com períodos de lutas ferozes, seguidos por fases de relativo apaziguamento.

A chamada Guerra dos Trinta Anos começara em 1618 como conflito religioso entre católicos e protestantes na Boêmia, e adquirira caráter político em torno das contradições entre Estados territoriais e principados. Envolveu a Alemanha, Áustria, Hungria, Espanha, Holanda, Dinamarca, França e Suécia.

O conflito eclodiu quando grupos protestantes boêmios rebelaram-se contra o imperador e, de modo ostensivo, construíram uma igreja evangélica num reduto católico. Eles invadiram a fortaleza Hradschin, em Praga, e assassinaram dois altos funcionários da corte que os haviam preterido.  Na época, Fernando II, Imperador do Sacro Império Romano de Nação Germânica, era também rei da Boêmia. Os rebeldes negaram-lhe esse título e entronizaram o príncipe eleitor calvinista Frederico do Palatinado.

Recém-coroado, Fernando II – monarca católico da casa dos Habsburgo, que permaneceu no poder de 1619 a 1637 – reagiu energicamente. Mandou à Boêmia as tropas de seu aliado, o duque Maximiliano da Baviera. Na primeira batalha da Guerra dos Trinta Anos, Maximiliano conseguiu controlar rapidamente os revoltosos boêmios. Ferdinando do Palatinado teve de fugir depois de uma breve regência que lhe rendeu o apelido de "Rei do Inverno".

Em Praga, o imperador vingou-se dos revoltosos com a execução pública de 27 nobres, líderes do levante. Para reprimir a insatisfação popular, enviou para a Boêmia tropas comandadas por Albrecht von Wallenstein, um comandante sedento de guerra.


Outros países entram no conflito

Na década de 1620, Wallenstein parecia estar a caminho de impor a paz na Boêmia. Foi aí que outros países europeus entraram no conflito. Os holandeses invadiram a Renânia para enfrentar os exércitos da Espanha e dos Habsburgo, comandados pelo poderoso general Spinosa. Em 1626, uma força dinamarquesa comandada pelo monarca Cristiano IV invadiu a Alemanha pelo norte, para apoiar os protestantes germânicos.

Albrecht von Wallenstein


Albrecht von Wallenstein ofereceu-se a Fernando II para expulsar os dinamarqueses com um exército organizado por conta própria – e teve sucesso. Como compensação, tornou-se príncipe imperial. Durante um breve período, Wallenstein foi o homem mais poderoso da Alemanha.

Mas essa rápida acumulação de poder em suas mãos apenas provocou os muitos inimigos da casa de Habsburgo, levando-os a lutar com mais empenho. Os príncipes germânicos logo depuseram Wallenstein do trono.


Assassinato de Wallenstein

Em 1630, o exército do influente rei sueco Gustavo Adolfo II (1611–1632), protestante, invadiu o norte da Alemanha e avançou para a Renânia e a Baviera no ano seguinte. Wallenstein foi novamente chamado para defender o território alemão, mas não conseguiu vencer as tropas de Gustavo Adolfo.

Ele acabou fechando um acordo de paz duvidoso, o que lhe rendeu a suspeita de alta traição à pátria. Por ordem do imperador Fernando II, Wallenstein foi assassinado por oficiais que ele próprio comandava.

Tropas suecas sitiam Colônia, na Alemanha, em 1632


Com a morte de Wallenstein, Fernando II reconquistou o controle sobre o Exército e conseguiu expulsar os suecos da Alemanha. Em consequência, os protestantes alemães passaram a procurar soluções pacíficas para o conflito, o que culminou no chamado Acordo de Paz de Praga, de 30 de maio de 1635.

Esse acordo, porém, foi de pouca duração. A França e a Espanha intervieram no conflito, desencadeando mais uma série de lutas, que só terminou em 1648, com a Paz de Vestfália, na qual foi reconhecida a liberdade religiosa dos calvinistas e dos demais protestantes.

A Guerra dos Trinta Anos reforçou o processo de fracionamento do território alemão. Em 1648, a Alemanha compunha-se de 300 principados soberanos, sem qualquer sentimento nacional comum. A Paz de Vestfália finalmente trouxe tranquilidade para a Alemanha.


Segundo Paul Kennedy, autor de Ascensão e Queda das Grandes Potências, a essência da solução de Vestfália foi o reconhecimento do equilíbrio religioso e político dentro do Sacro Império Romano de Nação Germânica, confirmando dessa forma as limitações da autoridade imperial.

Fonte: DW


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FORÇA AÉREA BRASILEIRA SELECIONA OFICIAIS PARA O MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA

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Olha aí a oportunidade para a galera de História.  A Força Aérea Brasileira abriu processo seletivo para convocação de oficiais temporários, inclusive para a área de História-Magistério, para trabalhar na Academia da Força Aérea, em Pirassununga-SP, o "Ninho das Águias".  

Maiores informações, no site da FAB (www.fab.mil.br)



EDITOR DO BLOG PARTICIPARÁ DE PAINEL SOBRE O CENTENÁRIO DA AVIAÇÃO NAVAL

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Para comemorar o centenário de criação da Aviação Naval, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha organizaram um seminário comemorativo.

Na oportunidade, o editor do Blog Carlos Daroz-História Militar da atuação da Aviação Naval durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

A programação do seminário:

"As Aeronaves AF-1 e a retomada da aviação de asa fixa pela Marinha"
Almirante de Esquadra Mauro César Rodrigues Pereira

"O início"
Vice-Almirante  Armando de Senna Bittencourt (IHGB - IGHMB)

"A Aviação Naval durante a Revolução de 1932"
  Prof. Carlos Daroz (IGHMB - PPGHB/Universo)

Savoia-Marchetti S.55 utilizado pela Aviação Naval em 1932


O seminário será realizado na sede do IHGB no dia 17 de novembro, a partir das 14:00 horas.






Compareça, você é nosso convidado.


A 11ª HORA - O DIA DO ARMISTÍCIO

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Hoje se rememora o Dia do Armistício, que, na 11ª hora do 11º dia do 11º mês de 1918, pôs fim ao morticínio da Primeira Guerra Mundial.

No dia 11 de novembro de 1918 era assinado o Armistício de Compiègne entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, na França, com o objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial. Os principais signatários foram o Marechal Ferdinand Foch, comandante-em-chefe das forças da Tríplice Entente, e Matthias Erzberger, representante alemão. Naquele dia, Foch enviou uma mensagem por telégrafo para todos os seus comandantes: "As hostilidades cessarão em toda a frente no dia 11 de novembro às 11h, no horário da França."

A chamada Grande Guerra tirou a vida de cerca de 9 milhões de soldados e deixou outros 21 milhões feridos. Indiretamente, morreram vítimas da guerra perto de 10 milhões de civis. Os dois países mais afetados foram Alemanha e França, cada um enviou para os campos de batalha cerca de 80% de sua população do sexo masculino, com idades entre 15 e 49 anos.

Depois do armistício, foi assinado o tratado de paz de Versalhes, celebrado em 1919, no qual a Alemanha, derrotada, era obrigada a reduzir as suas tropas pela metade, pagar pesadas indenizações aos países vencedores, ceder todas as suas colônias e devolver a Alsácia-Lorena à França. Infelizmente, o tratato não iria alcançar o seu objeto. A Alemanha reclamou que tinha assinado o armistício sob falsos pretextos, já que havia acreditado que a paz era uma "paz sem vencedores", como havia sugerido o então presidente dos EUA Woodrow Wilson. Os anos se passaram, e o ódio ao tratado e aos seus autores estabeleceram um ressentimento latente na Alemanha. Duas décadas depois, estes sentimentos estariam entre as causas da Segunda Guerra Mundial.

Os líderes Aliados diante do vagão onde foi assinado o armistício

Depois de quatro longos e sangrentos anos a mortandade chegava ao fim.

 
Conheça essa e outras histórias lendo o nosso livro
 
O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A  LONGA TRAVESSIA 
 

BATALHA DE MAGENTA (1859)

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A Batalha de Magenta foi travada em 4 de Junho de 1859 durante a Segunda Guerra de Independência Italiana contra a Áustria, resultando numa vitória do exército francês e sardo-piemontês contra os austríacos, sob o comando do general Ferencz Gyulai.

Ocorreu perto da cidade de Magenta, no Norte da península Itálica. O futuro presidente da República francesa Edme Patrice Maurice Mac-Mahon (1808-1893) foi condecorado com o título de Duque de Magenta por sua participação na batalha.

O plano do exército franco-piemontês consistia em alcançar Magenta seguindo dos eixos: partindo de Turbigo e da ponte sobre o Ticino, na estrada entre Milão e Novara. O exército francês fez o maior esforço, enquanto que os sardo-piemonteses foram incumbidos de seguir as tropas vindas de Tiburgo e intervir na batalha se necessário.

Os comandantes austríacos tomaram conhecimento dos planos franceses e ordenaram que a maior parte do exército fosse deslocado de Lomellina para Magenta, via Vigevano e Abbiategrasso. A defesa foi colocada ao longo do Naviglio com a intenção de explodir as pontes em Robecco sul Naviglio, Pontevecchio, Pontenuovo e Boffalora sopra Ticino.

Tenente-general Mac Mahon, comandante do 2° Corpo de Exército francês


O 2°Corpo de Exército Francês, comandado pelo tenente-general Mac-Mahon, foi dividido em duas colunas. Uma das colunas permaneceu sob o comando de Mac Mahon e o comando da outra foi entregue ao general Espinasse. As duas colunas deixaram Turbigo em direção a Magenta seguindo dois itinerários diferentes: Mac Mahon foi por Boffalora e Espinasso por Marcallo. Outras tropas francesas pararam depois de Trecate, sobre a ponte do Ticino, que fora parcialmente avariada pelos explosivos austríacos.

Enquanto isso, as tropas austríacas deslocadas de Lomellina se atrasaram e só cerca de 20 a 25 mil soldados, liderados pelo General Clam-Gallas, defenderam a linha ao longo do Naviglio.

As tropas francesas, que estavam na ponte sobre o Ticino, vão para Magenta. As austríacos conseguiram explodir a ponte sobre o Naviglio em Boffalora e defenderam bravamente algumas fazendas próximas a fim de ganhar tempo enquanto esperavam por reforços.


A batalha se tornou particularmente intensa ao redor de Pontevecchio, ao longo da ferrovia não muito longe da ponte sobre o Naviglio, que os austríacos foram incapazes de destruir. Enquanto o Terceiro Corpo de Exército Francês, que partira de Novara naquela manhã, se atrasava para o campo de batalha, Espinasse tentava se juntar em vão a Mac Mahon em Boffalora. Os planos, deste modo, mudaram: as duas colunas se dirigiram a Magenta separadamente tendo a torre do sino da Igreja de São Martim como referência.

Entretanto, uma grande quantidade de soldados austríacos chegam de Abbiategrasso: a situação fica tão complicada para os franceses que os austríacos mandaram um telegrama para Viena anunciando a vitória.

Foi particularmente em Pontenuovo que a situação ficou desesperadora: 5 mil soldados franceses tiveram que resistir a 50 mil soldados austríacos por 45 minutos. Mac Mahon avançou de Boffalora, dando confiança aos franceses e forçando os austríacos a sair de Pontenuovo para defender Magenta.

A batalha se espalhou pela estação ferroviária de Magenta. Os austríacos abandonaram suas posições e se refugiaram em casas para lutar melhor por cada centímetro de terra. O tenente-general Espinasse morreu durante o ataque à estação ferroviária, mas a sua divisão, junto com a de Mac Mahon conseguiu vencer os austríacos, tomando o controle de todas as vias de acesso.

Tropas austríacas e francesas se enfrentando na ponte de Magenta


Às 5 horas da tarde, os austríacos perceberam que eles tinham perdido a batalha e deixaram apressadamente o campo de batalha. Aproximadamente 6 mil soldados morreram na batalha, sendo a maioria (mais ou menos três quartos deles) austríacos.

A vitória franco-piemontesa abriu caminho para a libertação de Milão, o primeiro passo para a unificação da Itália.



EDITOR DO BLOG PARTICIPA DE SEMINÁRIO SOBRE A HISTÓRIA DA AVIAÇÃO NAVAL

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No último dia 17 de novembro a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro promoveram, na sede do instituto, o Seminário Comemorativo do Centenário da Aviação Naval brasileira.  

A história da Aviação Naval brasileira iniciou-se em 1916 com a criação da Escola de Aviação Naval, na cidade do Rio de Janeiro-RJ. O pioneirismo no emprego de aeronaves militares no Brasil, em prol da segurança e do desenvolvimento nacional, contribuiu para o desbravamento das rotas aéreas e em operações de patrulha em defesa do litoral e áreas fronteiriças.

Contando com uma grande assistência, o seminário foi aberto com a conferência "As Aeronaves AF-1 e a retomada da aviação de asa fixa pela Marinha", proferida pelo Almirante de Esquadra Mauro César Rodrigues Pereira, antigo Ministro da Marinha.

A mesa com o mediador e os palestrantes. Da esq. para a dir., capitão-de-fragata Paulo Castro, o editor do Blog, os almirantes Mauro César, Mathias e Bittencourt

Em seguida, o Vice-Almirante  Armando de Senna Bittencourt apresentou a palestra "O início", na qual destacou os primórdios do uso do avião como arma de guerra.

Dando continuidade ao seminário, o editor do Blog Carlos Daróz-História Militar apresentou comunicação sobre o tema "A Aviação Naval durante a Revolução de 1932", analisando a participação das aeronaves da Marinha do Brasil no combate à Revolução de 1932 nas diversas frentes de combate.

O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar após sua conferência


O Diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, Vice-Almirante José carlos Mathias encerrou o seminário destacando o papel da Aviação Naval sobre a imensidão azul dos nossos mares, no mundo verde da Amazônia, no Continente Branco, no Pantanal, e em qualquer outro cenário onde a sua atuação se faça necessária.
 
 
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MORRE O PROJETISTA DO ICÔNICO MiG-29

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Ivan Mikoian foi figura-chave na criação da aeronave e era filho de Anastás Mikoian, chefe de Estado durante os governos Stálin e Khruschov.

 
Morreu em Moscou, nesta sexta-feira (25), Ivan Mikoian, um dos desenvolvedores do caça Mig-29. O projetista de aeronaves tinha 90 anos.

Ivan Mikoian era filho de um dos mais influentes políticos soviéticos, Anastás Mikoian, chefe de Estado durante os governos de Josef Stálin e Nikita Khruschov.  Após terminar a escola de mecânica de aviação militar, Ivan entrou na Academia de Engenharia Militar Aérea Jukóvski e tornou-se projetista de aeronaves.  Trabalhou toda a vida no Bureau de Projetistas, que seu tio, Artiom Mikoian, fundou em 1939.  Foi condecorado duas vezes na União Soviética pelo projeto do Mig-29. Manteve-se como conselheiro da corporação de construção de aviões Mig até o final da vida.

O Mig-29 começou a ser desenvolvido na década de 1970 e tornou-se o principal caça das Forças Aeroespaciais da Rússia. Diferentemente de todas as aeronaves Mig anteriores, porém, ela foi projetada com fuselagem sustentante, ou seja, aquela em que a configuração do próprio corpo produz sustentação. Os engenheiros aplicaram uma alta qualidade na construção do caça, o que permitiu, posteriormente, a criação de algumas variações modernizadas. 

O MiG-29 foi o maior sucesso do projetista Ivan Mikoyan


Diversos modelos do Mig-29 são utilizados em mais de 25 países pelo mundo. Em muitos deles, a aeronave se tornou o principal tipo de caça leve de frente nas Forças Aéreas.

Fonte: Gazeta Russa

 

A LIBERTAÇÃO DA CRIMEIA

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Em abril de 1944 começou a operação ofensiva para libertar a Crimeia dos exércitos da Alemanha e de seus aliados. A singularidade dessa operação consistia na garantia de saída do Exército Vermelho para a região dos Balcãs.

Por Aleksêi Timofeitchev


A operação que durou de abril a maio de 1944 é um dos chamados 10 golpes de Stálin – ofensivas vitoriosas do Exército Vermelho realizadas naquele ano. O agrupamento romeno-alemão ficou completamente destruído, e a URSS retomou o controle da região estrategicamente importante.


Trabalho titânico

Durante uma mesa-redonda recente, o historiador militar Boris Bojedomov relatou os esforços realizados pelos integrantes do Exército Vermelho para tomar Sivash, uma baía rasa que separa o norte da Crimeia da parte continental onde se encontravam as tropas soviéticas. Pontes com mais de 1,5 quilômetros de comprimento foram construídas para a travessia através da baía.

Vento, neve, chuva, lama. Imersos até a cintura na água gelada, soldados construíam pontes. Depois, tinham que reformá-las, pois elas eram danificadas pelas tempestades. Isso tudo acontecia sob disparos e bombardeios que partiam do inimigo. Um trabalho titânico”, descreveu Bojedomov, que é colaborador do Instituto de Pesquisa Científica da Academia Militar.

Segundo os historiadores presentes no encontro, os alemães se agarravam desesperadamente à Crimeia. Apesar de o agrupamento de tropas alemão ter sido bloqueado por terra em 1943, Hitler se recusou a evacuar seus soldados e membros dos exércitos aliados.

Mikhail Miagkov, diretor científico da Sociedade Histórico-Militar da Rússia, ressalta que os dirigentes soviéticos também tinham consciência da indiscutível importância estratégica dessa operação.


Concentração secreta

Na véspera da operação, o Exército Vermelho apresentava vantagem em termos de recursos humanos e equipamentos. O agrupamento soviético consistia de cerca de 470 mil homens contra 200 mil soldados alemães e romenos.

Mas, para tirar proveito dessa vantagem, era necessário concentrar as tropas secretamente em duas direções de ataque – pelo lado do istmo de Perekop, que liga o norte da Crimeia ao continente, e da cidade portuária de Kertch, no sudeste da península, utilizando as posições provisórias previamente tomadas do inimigo.

No entanto, como salienta Bojedomov, “o inimigo estava ciente de que na impossibilidade de efetuar um desembarque de tropas em grande escala”.

Tropas do Exército Vermelho desembarcam na Crimeia


Duplo ataque

O ataque principal foi dado pelo lado de Perekop. O segundo, na direção da cidade de Kertch, que foi tomada dias depois. Pouco a pouco, as forças soviéticas romperam as defesas alemãs em ambas as frentes, e o inimigo começou a recuar. Em meados de abril, as forças soviéticas se aproximaram de Sevastopol. Duas tentativas de romper de imediato as defesas do inimigo falharam e, então, tiveram início os preparativos para um ataque em grande escala – que começou em 5 de maio e durou quatro dias.

As tropas romeno-alemãs perderam 140 mil homens na operação, cerca de metade deles foram feitos prisioneiros. As baixas das tropas soviéticas totalizaram 17 mil homens.

Marinheiro russo captura soldados alemães na Crimeia


A operação da Crimeia tornou-se a quinta-essência da experiência de combate que o Exército Vermelho havia acumulado naquela época. Foi uma ‘operação limite’ seguida por uma sucessão ininterrupta de vitórias”, diz Serguêi Tchennik, editor-chefe da revista “Crimeia Militar”.

A própria geografia da península torna a operação para libertar a Crimeia única: comparável a uma inacessível fortaleza medieval, rodeada por fossos com água de todos os lados. Além de operação ter aberto acesso do Exército Vermelho aos Balcãs, as baixas entre as tropas romenas incentivaram mais tarde o país a abandonar a aliança com a Alemanha e juntar-se à coalizão anti-Hitler.

Fonte: Gazeta Russa

IMAGEM DO DIA - 28/11/2016

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Representação em ukiyo-e da Batalha de Pyongyang na Coreia, uma parte da Primeira Guerra Sino-Japonesa.


PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - MARECHAL JOHANN VON KLENAU

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* 13/4/1758 - Benátky nad Jizerou, República Tcheca

+ 6/10/1819 – Brno, República Tcheca


Johann von Klenau, também chamado de Johann Josef Cajetan von Klenau und Janowitz, foi um marechal-de-campo do exército Habsburgo. Klenau entrou para a a casa militar de Habsburgo em adolescente e participou nas guerras austríacas contra o Império Otomano, nas Guerras revolucionárias francesas e comandou vários corpos em diversas batalhas importantes das Guerras Napoleônicas.

Nos primeiros anos das Guerras revolucionárias francesas, Klenau distinguiu-se nas linhas de Wissembourg e esteve à frente de um ataque vitorioso em Heidelberg em 1795. Como comandante do flanco esquerdo da Coligação da campanha de Adige, no Norte de Itália, em 1799, Klenau teve um papel de destaque ao isolar a fortaleza detida pelos franceses no rio Pó ao organizar e apoiair uma insurreição da população na zona rural. Posteriormente, Klenau tornou-se o mais novo marechal-de-campo na história militar de Habsburgo.

Como comandante de corpos, Klenau teve um papel significativo na vitória austríaca em Aspern-Esslingen e na derrota em Wagram, onde as suas tropas cobriram a retirada da principal força austríaca. Comandou o IV Corpo na Batalha de Desden, em 1813, e, de novo, na Batalha das Nações em Leipzig, onde conseguiu bloquear o cerco na força principal austríaca pelos franceses no primeiro dia dos comabates. Após a Batalha das Nações, Klenau organizou e implementou o bem-sucedido bloqueio de Dresden, e aí negociou a capitulação francesa. 

Na campanha de 1814–15, comandou o "Corpo de Klenau" do Exército de Itália. Depois da guerra, em 1815, Klenau foi nomeado general da Morávia e Silésia. Morreu em 1819.

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