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EDITOR DO BLOG MINISTRARÁ CONFERÊNCIA SOBRE OS AVIADORES BRASILEIROS NA 1ª GUERRA MUNDIAL

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Para quem é do Rio de Janeiro e região, convido a comparecerem na sede do instituto de Geografia e História Militar do Brasil, conforme convite abaixo, para a conferência VOANDO NA GRANDE GUERRA: OS AVIADORES BRASILEIROS NA 1ª GUERRA MUNDIAL.

Sua presença será uma honra para mim.  Entrada franca.


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PRÚSSIA DECLARA GUERRA A NAPOLEÃO

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A 16 de março de 1813, o rei prussiano Frederico Guilherme III declarou guerra a Bonaparte. Ao final, ficariam as cores usadas por um grupo de voluntários: preto, vermelho e dourado (as cores da bandeira alemã).


Por Catrin Möderler


O rei prussiano Frederico Guilherme III justificou que o domínio francês estava prejudicando o desenvolvimento da Prússia, e ao mesmo tempo advertiu que a guerra seria arrasadora.

Um pequeno general revolucionário francês havia se colocado a tarefa de conquistar a Europa. Ele derrotou todos os países, da Espanha à Polônia, e coroou-se imperador. Mas aí, a sorte o abandonou. O avanço contra a Rússia havia lhe custado o exército e os países conquistados iniciaram um levante. A Prússia, por exemplo, assinou uma aliança com a Rússia, para iniciar um levante contra Napoleão Bonaparte.


Exploração material e humana

A série de conquistas territoriais de Napoleão havia começado em 1796. Principalmente a Áustria, mas também a Inglaterra e a Rússia, foram os que mais resistiram à ocupação. Os povos destes territórios sofriam muito com a exploração por Napoleão, tanto material como humana, pois os homens eram obrigados a lutar nas tropas napoleônicas.



Em 1813, havia na Europa três exércitos principais na resistência contra a França: o da Boêmia, comandado pelo príncipe Schwarzenberg, com austríacos, prussianos e russos; o do Norte, comandado pelo príncipe sueco Bernadotte, com suecos, prussianos e russos; e o principal, comandado por Blücher, com prussianos e russos. Eles obrigaram Napoleão a se retirar de todo o território alemão.


Batalha final é perdida por Napoleão

Ao mesmo tempo, o general Wellington conseguiu derrotar as tropas francesas na Espanha. Em agosto de 1813, a Áustria entrou na guerra. Napoleão estava cercado. A batalha decisiva aconteceu em outubro de 1813. Mais de cem mil soldados perderam a vida na chamada Batalha dos Povos em Leipzig, perdida por Napoleão.

A corporação prussiana York tinha um contingente de 38 mil homens. Depois da batalha de Leipzig, restaram apenas seis mil. Foi uma guerra muito cruel, como todas as guerras. Na primavera européia de 1813, a França tinha um exército com 400 mil recrutas, a maioria com 17 e 18 anos. Os 80 mil que haviam sobrevivido à grande batalha morreram de uma febre epidêmica trazida da Rússia.


Anseio pela liberdade

O rei Frederico Guilherme já havia previsto o grande número de vítimas quando declarou guerra a Napoleão. Já em 1807, ele havia sido derrotado, perdendo a metade de seu território, e sendo obrigado a fugir de Berlim para o Castelo de Königsberg (Kaliningrado). Este episódio despertou ainda mais o anseio do rei pela liberdade da Prússia, um ideal posto em prática com a declaração de guerra de 1813.

Os reformistas militares prussianos Scharenhorst, Gneisenau, Blücher, Hardenberg e von Stein aliaram-se à Prússia derrotada depois de 1807 e tentaram reerguê-la, tornando-a um Estado moderno. A libertação dos judeus, em 1812, por Hardenberg, por exemplo, fez com que a gratidão destes se manifestasse no ingresso voluntário nas tropas prussianas, um ano mais tarde. "Os súditos haviam criado um sentimento de compatriotas", destaca Bruno Dreier, responsável pelo Museu Marechal Blücher, na cidade de Kaub (no Reno, ao sul de Koblenz).

Na realidade, isto ainda demoraria a se concretizar. Algum tempo depois, a Prússia iria acabar como tal. Ficaram as cores usadas por um pequeno corpo de voluntários da guerra de 1813, um símbolo do amor à liberdade: preto, vermelho e amarelo-ouro (as cores da atual bandeira nacional alemã).


Fonte: DW


VIII ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA - GUERRA DE LA TRIPLE ALIANZA - ARGENTINA

PENSAMENTO MILITAR

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"Cavalheiros que batem forte! Vejamos quem bate forte por mais tempo". 

(Duque de Wellington, em Waterloo)

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MUSEU NAVAL É INAUGURADO EM FORTE HISTÓRICO DE FLORIANÓPOLIS

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Local conta com 1,8 mil peças expositivas e mostra sobre Império Brasileiro.


O Museu Naval, dedicado a contar a história da Marinha Brasileira e abrigar exposições temporárias, foi inaugurado no Centro de Florianópolis. Localizado em um forte histórico do século XVII, chamado Santa Bárbara, já conta com 1,8 mil peças expositivas. Em julho, a entrada é gratuita.

Na abertura, o museu também conta com uma exposição da coleção do Império Brasileiro. "Nós temos um esboço do nosso primeiro símbolo nacional, que foi feito pela comissão francesa, um esboço do brasão do Império Brasileiro", conta o curador Jules Soto.  Também há outras peças destaques, como peças originais de Dom João VI, Dom Pedro I e Dom Pedro II, além de uma réplica da máscara mortuária de Napoleão Bonaparte.

Parte do acervo do museu


Até o final do ano, conforme a organização, será feita uma biblioteca com mais de 700 obras consideradas raras, um auditório e laboratórios de arqueologia subaquática. O local foi feito a partir de uma parceria da Univali, Marinha do Brasil e Instituto Cultural Soto (ICS). Todo o acervo e instalação ficaram sob responsabilidade da entidade ICS, sem financiamento público, conforme o órgão.

A entrada é gratuita e o funcionamento é das 9h às 12h e das 14h às 17h.

Fonte: G1-Santa Catarina

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53º ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS VETERANOS DA FEB

EDITOR DO BLOG CARLOS DARÓZ-HISTÓRIA MILITAR MINISTRA CONFERÊNCIA NO IGHMB

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No último dia 28 de junho, o editor do Blog Carlos Daróz-História Militar ministrou, na sede do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB), a palestra Voando na Grande Guerra: os aviadores brasileiros na 1ª Guerra Mundial. 


Na comunicação, foi analisado o envio para a Inglaterra, Itália e Estados Unidos de aviadores navais, além de um do exército, para treinamento e posterior emprego em operações de guerra, o que contribuiu decisivamente para a implantação da atividade de aviação nas forças armadas brasileiras.

O editor do Blog Carlos Daróz-História Militar ao lado do Presidente do IGHMB, General Aureliano Pinto de Moura


Para quem não teve oportunidade de comparecer, a mesma palestra será apresentada no próximo dia 26 de outubro, no Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, no Rio de Janeiro. 


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REINO UNIDO E FRANÇA LEMBRAM 100 ANOS DA BATALHA DO SOMME

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Em cerimônia, Hollande e família real britânica homenageiam vítimas da batalha. Primeiro dia da ofensiva contra tropas alemãs no norte da França durante a Primeira Guerra foi o mais mortal da história militar britânica.


O Reino Unido e França lembraram na última sexta-feira (01/07) o centenário do início da Batalha do Somme, em que os dois países combateram as linhas de defesa alemãs em território francês. O combate é considerado um dos mais sangrentos da Primeira Guerra Mundial.

Em cerimônia realizada no memorial em Thiepval, o presidente francês, François Hollande recebeu a família real britânica, o primeiro-ministro David Cameron e o ex-presidente alemão Horst Köhler.

Pela manhã, os britânicos fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos cerca de 20 mil soldados do país que morreram apenas no primeiro dia da batalha – jornada mais sangrenta da história do Exército britânico.Sons de disparos de canhões abriram a cerimônia ao meio-dia no memorial de Thiepval, construído no norte da França em 1932 pelo Reino Unido e dedicado aos mais de 73,3 mil soldados britânicos e sul-africanos desaparecidos na batalha. Aeronaves de França, Reino Unido e Alemanha usadas durante a guerra sobrevoaram o local.

Presidente francês lembra de vítimas ao lado de premiê britânico e família real

"Quero lembrar que essa ideia europeia nos permitiu superar as divisões e rivalidades entre Estados e trouxe a paz nos últimos 70 anos", disse Hollande antes do início da cerimônia, realizada uma semana após o referendo que determinou a saída britânica da União Europeia.

O príncipe William participou na noite de quinta-feira da vigília em homenagem aos soldados mortos na batalha. "De muitas formas, esse foi o dia mais triste da nossa história como nação", destacou, ao lado de sua esposa Kate e do irmão, o príncipe Harry.  "Hoje à noite pensamos neles [soldados]. Reconhecemos os erros de governos europeus, inclusive o nosso, em prevenir a catástrofe da guerra", acrescentou William.

Mais de 1 milhão de pessoas morreram, ficaram feridas ou desapareceram durante a Batalha do Somme. A ofensiva de tropas britânicas e francesas contra o Exército alemão no norte da França, ao longo do rio que deu nome à batalha, teve início no dia 1º de julho de 1916 às 7h30.

Infantaria britânica parte para o ataque na Batalha do Somme: mais de um milhão de mortos

A ofensiva visava aliviar a pressão das tropas que estavam sendo atacadas por alemães em Verdun. Em quase cinco meses de confrontos, houve pouco avanço das tropas e muitas mortes. A Batalha de Somme ficou conhecida com uma das mais inúteis da Primeira Guerra Mundial e simboliza os horrores da guerra de trincheiras.

Fonte: DW

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IV ENCONTRO DE ESCRITORES E JORNALISTAS DE AVIAÇÃO

ÁGUIA DO "GRAF SPEE" CONTINUA GERANDO POLÊMICA NO URUGUAI

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O dia 13 de dezembro de 1939 ficou marcado pela única escaramuça da 2ª Guerra Mundial a ocorrer na América do Sul. Na Batalha do Rio da Prata, navios da Alemanha e da Grã-Bretanha travaram uma luta ferrenha pelo controle de uma região do Atlântico em que a marinha nazista vinha sistematicamente afundando embarcações. Passados 75 anos, o clima tenso prossegue.



O conflito desta vez tem como motivo uma águia de bronze de quatro toneladas de peso e dois metros de altura que decorava a popa do Admiral Graf Spee, o temido encouraçado alemão afundado na Baía de Montevidéu.


Resgatada das águas em 2006, a águia é o símbolo de uma das embarcações mais notórias da 2ª Guerra, mas permanece trancada num armazém da Marinha uruguaia. Seu destino é incerto.


A águia do Graf Spee sendo resgatada do fundo do Rio da Prata, em 2006


Depois de uma longa disputa nos tribunais, a Justiça uruguaia determinou que a águia é propriedade do Estado. Mas as autoridades uruguaias ainda não anunciaram o que farão com o ornamento - se vão leiloá-lo, vendê-lo ou mesmo o expor em algum museu.



Lucros



Mas a decisão judicial também determinou que qualquer transação comercial envolvendo a águia resultará repasse de 50% do valor sendo aos "caçadores de tesouros" que investiram tempo e dinheiros nas inúmeras tentativas de resgate dos destroços do GrafSpee.



Isso é boa notícia para Alfredo Etchegaray, profissional de relações-públicas que, junto com seu irmão Felipe, financiou missões de resgate do GrafSpee e reivindica 25% do valor de uma eventual venda. Para ele, a águia deveria ser comercializada, mas não antes de réplicas serem feitas para exibições ao redor do Uruguai.



"O Museu Naval pode ficar com uma cópia para fazer exibições numa sala própria. A original pode ser vendida e o governo uruguaio investiria o dinheiro em educação ou em melhor equipamento para a Marinha", afirma Etchegaray.



"Queremos cobrar pelo trabalho que fizemos. Se o governo não quiser vender a águia, que compre a parte dos investidores privados. Mas ter a águia num caixote não beneficia ninguém".



Segundo o "caçador de tesouros", a peça tem valor histórico especial. "Fizemos uma consulta a uma casa de leilões e fomos informados de que peças polêmicas como estas sempre despertam interesse. Ela foi avaliada em US$ 15 milhões", explica Etchegaray.



A estátua, que inclui a suástica, usada livremente como símbolo do Nazismo apesar de suas origens milenares, está sob guarda dos Fuzileiros Navais e segundo o chefe de relações-públicas das Forças Armadas do Uruguai, Gaston Jaunsolo, fica sob estrita vigilância.




Entrave diplomático



No entanto, a mídia uruguaia alega que a águia está sendo guardada num caixote de madeira num prédio com 10 funcionários e apenas um vigia.  Juansolo nega. "Como todo o material resgatado do mar, a peça está em um compartimento em que também se encontra parte de nosso armamento, com condições de temperatura e umidade adequadas", retruca.

A águia está guardada em um depósito da Marinha Uruguaia




O mergulhador profissional Héctor Bado, que coordenou as operações de resgate de 2006 e reinvindica os 25% restantes do valor da venda, entrou com uma ação na Justiça para impedir que Etchegaray ofereça a águia às casas de leilão.



Segundo seus advogados, Bado está irritado com o que chamou de tentativa por parte de Etchegaray de omitir a participação do mergulhador na recuperação do navio e de seu adereço.  "Não passa de uma ciumeira. Todos estamos buscando o mesmo objetivo", desconversa Etchegaray.



Porém, a pendenga está atravancando uma decisão do governo uruguaio, pelo menos de acordo com as Forças Armadas, para quem o destino da águia só será definido depois de Bado e Etchegaray chegarem a um acordo.


O Graf Spee afundando no Rio da Prata, em 17 de dezembro de 1939, por ação de sua própria tripulação





Mas o ornamento também virou o pivô de uma briga diplomática. A peça foi exposta durante alguns meses em 2006 no lobby do Hotel Palladium, em Montevidéu. No ano seguinte, a embaixada alemã na capital uruguaia pediu que a peça não fosse mais exposta e, em 2010, o governo alemão protestou contra uma eventual venda.

"Nosso desejo é evitar que símbolos nazistas sejam comercializados. É a única forma de evitar o enaltecimento dos ideais do Nazismo", disse na época o então ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, durante uma visita a Montevidéu.

Mas a águia não é o único suvenir do GrafSpee. Seu telêmetro (aparelho medidor de distâncias) adorna a entrada do Porto de Montevidéu, embora muitos turistas não façam a menor ideia.

O encouraçado foi afundado a mando de seu próprio capitão, Hans Langsdorff. Depois de sofrer sérios danos na Batalha do Rio da Prata, o Spee precisava de reparos e, embora o Uruguai tivesse adotado neutralidade na 2ª Guerra, o navio poderia ser confiscado no estaleiro e o relacionamento cordial de Montevidéu com Londres permitiria o acesso de militares britânicos a segredos como um sistema que detectava radares inimigos.

O telêmetro do Graf Spee, preservado na entrada do porto de Montevidéu

Depois de ordenar o afundamento e negociar a rendição de seus marinheiros, que ficaram presos na Argentina, Langsdorff se matou num quarto de hotel de Buenos Aires. Os destroços ficaram a uma profundidade relativamente baixa (11 metros) e, durante décadas, seguem representando um risco para a navegação na região.

Fonte: BBC


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A GUERRA DO CONTESTADO NO IGHMB

"A GUERRA DO AÇÚCAR"É DESTAQUE NO EXÉRCITO PORTUGUÊS

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Nosso livro A guerra do açúcar: as invasões holandesas no Brasil foi escolhido como destaque bibliográfico do mês pela Biblioteca do Exército Português.

Orgulho e honra.

Visite a página da Biblioteca clicando aqui.

Saiba como adquirir seu exemplar enviando um e-mail para 

  aguerradoacucar@yahoo.com.br

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A INTEROPERABILIDADE PELO ESTUDO DA HISTÓRIA MILITAR - ACADEMIA DA FORÇA AÉREA

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Academia da Força Aérea realizará terceira edição da Olimpíada de História Militar com participação da Escola Naval e da AMAN.

Ao que tudo indica, o evento parece já ter sido incorporado ao calendário escolar da AFA, que realizará nos dias 17 e 18 de agosto de 2016 a III Olimpíada de História Militar e Aeronáutica.  A iniciativa começou de forma experimental em 2014, quando 104 cadetes da Aeronáutica formaram 26 equipes para disputarem vibrantes provas de conhecimentos da História Militar, envolvendo assuntos da Antiguidade até a Idade Contemporânea.  Naquele ano, a equipe vencedora foi a Lima Mendes, que liderou o certame do começo ao fim. Os quatro cadetes campeões ganharam uma viagem de estudos para os Estados Unidos, onde visitaram alguns dos muitos museus da capital,  Washington DC. Depois conheceram  Gettysburg PA, palco da maior batalha da Guerra Civil Americana e onde se situa um importante centro histórico sobre o confronto. 

Equipe Lima Mendes, vencedora da primeira edição da Olimpíada


Em 2015, a competição foi bastante acirrada, com a vitória da equipe John Boyd, apesar do favoritismo da equipe Lima Mendes, que ficou com o segundo lugar. A vitória foi conquistada em uma sensacional virada na última questão, que versava sobre as causas da derrota dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Os cadetes campeões da John Boyd realizaram uma viagem de estudos a Recife-PE, onde visitaram, dentre outras atrações, o e o museu Brennand  e o Parque Histórico Nacional dos Guararapes. As visitações tiveram o apoio do II Comando Aéreo Regional e da 7ª Região Militar. 

A equipe John Boyd venceu de virada, na última questão, a II Olimpíada, realizada em 2015.


A Olimpíada de História Militar da AFA , que ocorre em duas tardes e duas noites, é disputada por equipes de quatro cadetes em quatro etapas. Na primeira, que é eliminatória, os cadetes são submetidos a um teste escrito de 60 questões. Para a segunda fase, as seis equipes classificadas passam por uma série de baterias no modelo quiz.  A terceira etapa consiste em apresentações temáticas que são julgadas por uma banca avaliadora composta por professores e oficiais convidados.  Na quarta e última fase, as três equipes finalistas são submetidas a uma série de baterias de questões de pronta resposta oral.  As premiações são feitas na forma de medalhas de ouro, prata e bronze, especialmente confeccionas e fornecidas pelo Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica. 

O Corpo de Cadetes da AFA lotando o auditório por ocasião da 2ª edição da Olimpíada. Vibração contagiante após cada acerto e incentivo às equipes.


Segundo o idealizador do projeto educacional, o coronel da reserva Claudio Calaza, a ideia advém do bem sucedido modelo das olimpíadas escolares que se utilizam o lúdico como estratégia educacional. Segundo ele, que é professor de História Militar na AFA, foi uma maneira de estimular seus alunos ao estudo frente a uma carga horária limitada da disciplina e, ainda, diante da intensa vida acadêmica do cadete da Aeronáutica. Interessante saber que o ensino da História Militar é valorizado pelas escolas militares de todo o mundo, sendo considerada uma matéria propedêutica no estudo da tática, da estratégia e da logística. O militar em formação, ao mergulhar no estudo da História Militar, acredita, naturalmente, que esses conhecimentos lhe forneçam princípios válidos para a Arte da Guerra, mediante lições e exemplos dos líderes do passado.



Para a III Olimpíada, os organizadores buscam ampliar o projeto convidando para a competição as escolas co-irmãs da Marinha e do Exército. A Escola Naval e a AMAN irão participar com duas equipes cada. Além de incrementar a disputa e a motivação, a inovação tem por base a enaltecida interoperabilidade entre as Forças, agora aplicada no plano educacional e tendo a História Militar como campo de batalha. A abertura do evento, que acontece às 14:00 do dia 17 de agosto, será abrilhantada com uma palestra do professor Francisco Doratioto, renomado especialista sobre a Guerra do Paraguai e autor do livro Maldita Guerra

Paralelamente à competição, ocorre uma feira de livros, onde expõe seus livros e lançamentos editoras como o INCAER, a BIBLIEX, a Contexto, a M.Books, a C&R Editorial, e muitas outras. Essas editoras  se tornaram importantes parceiras do projeto realizando também doações de exemplares para as premiações.


"Eu não fui apenas aviador ... foi necessário estudar,
pensar ... e só depois voar!"
Santos Dumont


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NOTA DE FALECIMENTO - ALMIRANTE HÉLIO LEÔNCIO MARTINS

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O Blog Carlos Daroz-História Militar lamenta informar o falecimento, na manhã de ontem, do Almirante Hélio Leôncio Martins, eminente historiador naval e ex-combatente da 2ª Guerra Mundial.

O Almirante Leôncio conquistou o primeiro lugar em todos os cursos da carreira: na Escola Naval, no Curso de Especialização em Hidrografia e no Curso Superior da Escola de Guerra Naval. Fez parte, em 1938, da 5ª turma de hidrógrafos.

Comandou três navios: o Caça-Submarinos Juruena, em operações de guerra; o Contratorpedeiro Mariz e Barros e o Navio-Aeródromo Minas Gerais, do qual foi o primeiro comandante.

Durante a 2ª Guerra Mundial, além de comandante do Juruena, foi Oficial de Operações do Grupo Patrulha do Sul em Operações de Guerra, Imediato do Caça-submarino  Goiana, em Operações de Guerra e participou da escolta a inúmeros comboios.

Como hidrógrafo, participou de levantamentos nas costas dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.  Foi Chefe da Comissão de Levantamento Batimétrico do Rio Alto Paraná, trabalho que resultou na edição de quatro cartas.

Foi, também, Chefe de Gabinete do Ministro da Marinha e Presidente da Comissão de Construção de Navios na Europa.

Durante a 2ª Guerra Mundial Hélio Leôncio comandou o caça-submarinos Juruena, escoltando comboios e provendo a segurança das rotas de navegação no Atlântico Sul


Sua vasta obra como historiador é composta de uma dezena de livros, além de inúmeros artigos técnicos, históricos e literários. Destacam-se alguns dos seus livros: A Revolta dos Marinheiros-1910; A Revolta da Armada-1893; Gloriosas Amantes; 4 volumes da História Naval Brasileira e o 1º volume da História da Hidrografia no Brasil.
 
Foi um dos criadores e o primeiro diretor do Centro de Adestramento Almirante Marques Leão, instrutor da Escola de Guerra Naval e Instrutor de Navegação e Hidrografia na Escola Naval.

Destacou-se também na vida civil. Foi Professor de História Militar da UNIRIO, Diretor da ABBR, Presidente da Companhia Brasileira de Dragagem, Diretor Financeiro dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, Diretor do Instituto de Administração e Gerência da PUC, Diretor da Verolme Estaleiros do Brasil, dentre outras funções.

Recebeu cinco medalhas pela sua atuação na 2ª Guerra Mundial.  O Almirante Leôncio tinha 101 anos de idade e era membro do IGHMB e do IHGB.

Tive a oportunidade, em 2007, de ser seu aluno no curso de especialização em História Militar da UNIRIO, quando pude desfrutar de seu imenso conhecimento.  

Apresentamos à família enlutada e aos companheiros da Marinha do Brasil as nossas mais sinceras condolências e o homenageamos com a mais respeitosa continência.
 
Bravo Zulu!

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"EUA QUERIAM QUE BRASIL PARTICIPASSE DA OCUPAÇÃO"

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Historiador americano Frank McCann afirma que, após fim da Segunda Guerra, Aliados pediram presença brasileira na Áustria. Convite, porém, não teria sequer chegado a Getúlio e acabou discutido apenas a nível militar. 


Por Clarissa Neher

No fim da Segunda Guerra Mundial, o Brasil foi convidado por Estados Unidos e Reino Unido para participar da ocupação da Áustria. Essa eventual participação, afirma o historiador americano Frank McCann, poderia ter mudando a posição geopolítica brasileira no mundo.

Em entrevista ao jornal DW, McCann diz que os motivos que levaram à recusa do convite ainda são uma incógnita. Baseado em suas pesquisas, porém, ele aposta que a proposta sequer chegou a Getúlio Vargas e acabou discutida apenas a nível militar.

"Havia 10 mil homens brasileiros que não lutaram, que não estavam exaustos e poderiam ter sido colocados em caminhões e levados para a Áustria, que não é muito longe. Eu diria que eles tinham capacidade de participar da ocupação e tinham homens para isso", frisa.

O historiador Frank D. McCann


Qual foi o peso da participação da FEB na Segunda Guerra Mundial?
Frank McCann: O Brasil tinha uma divisão pequena na guerra, com 25 mil pracinhas, pouco em comparação com outros países. Mas foi muito importante, por ter sido a primeira vez que o Brasil esteve envolvido em uma guerra fora do seu território. Isso mudou sua posição no mundo e também entre os Aliados. Além disso, foi muito importante para o país em termos de orgulho.

Em sua pesquisa, você afirma que os americanos convidaram o Brasil para participar da ocupação da Áustria. Como esse convite foi feito?
Eu pesquisei em arquivos americanos e encontrei pouca coisa sobre isso, quase nada. O que temos são os testemunhos de pessoas que estavam na Itália, diplomatas brasileiros e também de militares americanos e britânicos, que em cartas falavam sobre esse convite.

Por que foi feito o convite?
Os americanos e britânicos precisavam de tropas, era uma questão de números. Na época dessa conversa, a guerra já tinha acabado na Europa, mas ela ainda não tinha acabado no Pacífico. As tropas americanas na Itália foram enviadas ao Pacífico. Os americanos e britânicos estavam preocupados em ter tropas suficientes lutando nessa região, e a ideia de enviar homens para ocupar a Áustria não parecia muito lógica. Porém, eles precisavam de outros que pudessem fazê-lo, e o Brasil estava lá e tinha tropas, fazia sentido perguntar.

E qual foi a reação dos brasileiros ao convite?
Imediatamente o Brasil, na pessoa do tenente-coronel Castelo Branco, que era o chefe da seção de operações da FEB na Itália, se opôs ao convite. E, aparentemente, Mascarenhas de Morais [comandante da FEB na Segunda Guerra] também se opôs. Eu vi uma carta que ele escreveu a Dutra na qual fala que as tropas brasileiras não estavam equipadas de maneira apropriada para participar da ação. Na verdade, isso foi muito estranho.

Por quê?
A decisão não é uma questão militar, mas sim política. Deveria ter sido uma decisão política, mas eu não sei se o convite chegou a ser debatido politicamente. Eu não encontrei nada nos arquivos de Getúlio Vargas indicando que ele foi consultado sobre o tema. Não foi uma decisão do governo, isso implicaria que os ministros e o presidente tivessem sido envolvidos. Foi uma decisão militar.

Há indicações dos motivos que levaram os militares a rejeitar a ocupação?
Parece que a decisão foi fortemente influenciada pelo que Mascarenhas estava pensando. Mas eu não posso afirmar por que isso ocorreu. No entanto, é possível que Mascarenhas e sua equipe estivessem exaustos, eles fizeram tudo que podiam fazer e talvez isso tenha sido tudo que podiam fazer.
Mas os oficiais americanos queriam que eles participassem da ocupação. E isso era uma coisa diferente do que a FEB estava fazendo. Parece que Mascarenhas acreditava que suas tropas não tinham sido apropriadamente treinadas para uma ocupação.

Tropas brasileiras na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial


Com base nas suas pesquisas, você acredita que o Brasil tinha condições de participar da ocupação na época?
Não posso dizer com certeza, mas a FEB tinha 25 mil pracinhas na Itália em 1945, sendo que 15 mil participaram de batalhas e outros 10 mil ficaram apenas em treinamento. Havia 10 mil homens que não lutaram, que não estavam exaustos e poderiam ter sido colocados em caminhões e levados para a Áustria, que não é muito longe. Eu diria que eles tinham capacidade de participar da ocupação e tinham homens para isso.

A recusa de ocupar a Áustria foi uma decisão acertada dos militares?
Politicamente essa não foi uma decisão boa, porque isso teria mudado o status do país. O Brasil de aliado passaria a fazer parte das forças de ocupação. Em uma conversa que li, Castelo Branco diz a um oficial americano que eles não eram parte do Conselho de Controle Aliado [EUA, Reino Unido, URSS e França]e por isso não deveriam participar da ocupação. Eu não entendo essa lógica, mas eu não sei o que ele estava pensando, e se ele realmente pensava assim ou se apenas seguiu Mascarenhas.

Quais foram as consequências dessa decisão para o Brasil?
Não sabemos o que poderia ter acontecido, mas eu acho que poderia ter aumentado o prestígio brasileiro. Poderia ter mudando a discussão sobre uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Talvez eu esteja indo longe demais, mas certamente teria aumentado o prestígio brasileiro e poderia ter sido suficiente para o país ganhar a cadeira no Conselho. Mas isso poderia ser difícil, porque os britânicos e os soviéticos se opuseram à presença brasileira no Conselho.

Quais outras áreas teriam se desenvolvido de outra forma se o Brasil tivesse tomado uma decisão diferente?
Provavelmente teria mudando a relação brasileira com a União Soviética. Eles teriam mais contato direto com as tropas russas, pois a Áustria fazia fronteiras com regiões ocupadas pelos soviéticos. Então a natureza das relações entre soviéticos e brasileiros seria diferente, mas, de que forma, eu não sei dizer.

Fonte: DW



1902: TERMINA A GUERRA DOS BÔERES

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No dia 31 de maio de 1902 terminava, depois de três anos, a Guerra dos Bôeres na África do Sul, o pior conflito colonial dos britânicos.


Por Volker Wagener

O que em princípio era para ser uma guerra-relâmpago, acabou se tornando o pior conflito colonial dos britânicos. No dia 11 de outubro de 1899, a República Sul-Africana, mais os estados independentes de Orange e Transvaal, declararam guerra ao Reino Unido. Os colonos holandeses (bôeres, de Buren, agricultores) exigiam sua equiparação na comunidade sul-africana. Os britânicos, por seu lado, queriam ampliar o império colonial.

Os bôeres estavam bem armados, eram considerados bons atiradores e conheciam bem a região. Mesmo assim, não conseguiram se impor em cidades importantes controladas pelo britânicos, como Natal e no Cabo. Em março de 1900, as tropas de Londres conquistaram Bloemfontain, capital do Estado Livre de Orange. Os colonos receberam armas e apoio militar da Alemanha, mas seus 25 mil homens não podiam se impor diante do contingente de 250 mil britânicos.


Supremacia britânica e campos de concentração

Os bôeres tentaram, sem êxito, continuar a luta através de guerrilhas. Mas a vingança dos britânicos foi terrível: 30 mil propriedades foram incendiadas, plantações e animais mortos. Mulheres e crianças foram internadas em campos de concentração, onde morreram aos milhares.

A resistência dos colonos fracassou diante da falta de alimentos. A última guerra colonial entre colonos europeus e a metrópole terminou com 22 mil soldados mortos e sete mil vítimas fatais entre os bôeres.


Grupo de bôeres em Spion Kop, 1900

Apesar da derrota, por um certo tempo os colonos conseguiram impor condições aos britânicos, tentando convencê-los de que conheciam melhor o território. Mas, com o passar do tempo, o Reino Unido tentou impor-se diante dos colonos, incentivando a migração de ingleses para a região e proibindo o holandês nas escolas. O nacionalismo bôer, no entanto, ressurgiu no interior. Pouco a pouco, os colonos começaram a deixar os centros dominados pelos britânicos.

Os negros, a grande maioria da população, assistiram ao conflito. Nem britânicos nem colonos buscaram grandes alianças. Paradoxalmente, os bôeres demoraram muito mais para reconhecer os direitos dos negros, apesar de terem lutado tanto pela sua soberania.

Fonte: DW
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A INSPIRADORA HISTÓRIA DE KYLIE WATSON

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A história da jovem paramédica de combate Kylie Watson,  condecorada com a Military Cross por atos de bravura durante a Guerra do Afeganistão.


Quando a cabo Kylie Watson foi chamada ao escritório de seu oficial comandante sem nenhuma razão aparente, temia o pior. "Você sabe por que está aqui?", perguntou o chefe à paramédica de combate. “Estou com problemas, senhor?", ela perguntou. "Não", ele disse a ela. “Você foi condecorada com a Military Cross”.

A militar de 23 anos de idade, cujo turno de combate na província de Helmand, no Afeganistão, foi o seu primeiro como paramédica de combate qualificada, estava atordoada. “Tem certeza que está falando com o soldado certo?", perguntou ela. Mas não havia erro. O extraordinário heroísmo que ela demonstrou, por duas vezes, correndo em direção ao fogo das armas dos Talibans para tratar camaradas feridos tinha sido reconhecido com uma das mais altas honrarias do Reino Unido.

E agora, a cabo Watson do Real Corpo Médico do Exército – do alto de seus 1,55 cm - é uma das apenas quatro mulheres na história a terem o direito de ostentar as cobiçados iniciais MC (Military Cross) após seu nome.

"Ainda parece extraordinário para mim", diz ela, falando do quartel de Invicta Park, em Maidstone, Kent. "Eu acredito que qualquer pessoa com um coração humana batendo dentro do peito iria tentar ajudar o outro que tinha sido ferido. Soldado da coalizão, guerreiro do exército afegão, civil - não faz diferença. Quando você ouve alguém gritar, ‘Médico, Médico, Médico,’ isso só significa uma coisa: problemas. Então, você vai."

A citação para a medalha registra sua "imensa coragem, disposição para colocar sua própria vida em risco e coragem absoluta".  Revela que ela salvou a vida de um guerreiro e agiu como uma inspiração para seu pelotão e para seus parceiros do Exército Nacional Afegão.

"Ah, mas não menciona o local onde eu caí", ela sorri, parecendo mais uma recruta Benjamin do que uma heroína de guerra moderno. E então, ela reconta sua história que, como muitas notas de rodapé da história militar, contém tanto caos como comédia, coragem e compaixão.

"Estávamos patrulhando um complexo nos arredores de uma aldeia, quando o tiroteio começou. Um homem caiu, cerca de 70 metros na minha frente. Ele estava com os soldados britânicos e afegãos em uma vala no fundo de uma colina. Eu podia apenas vê-los, mas não podia falar, pois havíamos perdido as comunicações.”

A Military Cross, instituída para premiar os integrantes do Exército Britânico que se destacam por atos de heroísmo e bravura


"Eu tinha meu colete balístico e meu capacete, e estava carregando meu fuzil SA80, bem como o meu kit de trauma de campo de batalha. É pesado,  pois contém fluidos intravenosos e água, rações, medicamentos, torniquetes e equipamentos para vias aéreas, para não mencionar a maca dobrável amarrada de um lado e o detector de minas, amarrado do outro.”

"Eu tinha corrido não mais do que um par de metros, a partir do local em que eu tinha me abrigado, quando eu caí sobre algo - terreno irregular, meus próprios pés, eu não sei. Eu simplesmente fui para o chão.”

"Eu fiquei muito, muito envergonhada, mas constatei que, no calor da batalha com balas voando por todos os lados, meu pelotão estava muito ocupado para notar. Então eu me levantei e continuou correndo”.

"O homem ferido era um soldado do Exército Nacional Afegão (ANA), cuja pélvis tinha sido quebrada por balas.  Ele estava profundamente em choque, perdendo e recobrando a consciência."

"O soldado que o atendia estava fazendo um trabalho brilhante, mas ele era um franco-atirador e era necessário para a luta. Eu não podia deixá-lo fazer o meu trabalho
", disse Kylie.

Sob uma intensa troca de tiros entre seu pelotão e os combatentes do Taleban, ela estancou o sangramento da vítima com pacotes de medicação e aplicou uma tala em sua pélvis, antes que um helicóptero Chinook chegasse para levá-lo ao hospital em Camp Bastion, QG e base  do Exército Britânico.

Todo o "contato" durou, ela estima, não mais do que 40 minutos, após o que ela e o resto da patrulha voltaram para sua base em Checkpoint Azadie na 'Zona Verde' de Helmand, uma área de vegetação exuberante irrigada pelas vias navegáveis do Rio Helmand. "Eu não me preocupei com ele. Foi apenas mais um dia no Afeganistão ", ela reflete.

Foi no Checkpoint Azadie que a cabo Watson passou a maior parte de seus seis meses, em meados de 2010. Como os colegas que serviram com ela no 9º Pelotão da Companhia 'C' do 1º Batalhão do Regimento do Duque de Lancaster, ela vivenciou um período de dificuldades.

Ela dormia enrolada em um poncho, lavado a cada dois dias em um chuveiro de campanha (um saco plástico preto com uma de mini-mangueira adaptada) e completava suas rações do Exército com pacotes de alimentos enviados de casa.

A cabo KylieWatson, de 23 anos,é um dasapenas quatromulheres na história a sercondecorada com a Military Cross


No acampamento ela realizava atendimentos em geral dos soldados de infantaria, que lutavam contra os horrores gêmeos de meados do verão no Afeganistão: calor escaldante e poeira. Como a única paramédica, ela saiu em todas as patrulhas de rotina.

Foi em uma patrulha que ocorreu o segundo ato de bravura que contribuiu para MC de Kylie. "Saímos em uma patrulha ao nascer do sol", diz ela. "Tratava-se de atravessar o rio a pé, que era sempre bom para uma risada, pois eu tenho apenas 1,55m de altura e o rio vem até em algum lugar entre minha cintura e meu pescoço, dependendo da profundidade."

“Eu subi para fora pingando lama verde e lodo. Então chegamos a uma enorme vala. Os caras de infantaria podiam saltá-la, mas eu não. Um deles deitou-se para fazer uma ponte humana para eu atravessar. O que posso dizer? Eu caí para o lado e fui de cabeça no fosso. Fiquei completamente debaixo d'água e tive de ser rebocada para fora.  Com os caras rindo, pensei: obviamente, vai ser outro dia bom ...”

"Nós patrulhamos um pouquinho mais e tínhamos apenas parado para uma pausa quando os tiros iniciaram. O comandante dos soldados do ANA adidos à nossa patrulha  veio correndo por uma trilha em nossa direção - ele correu cerca de 25 metros com as balas voando ao redor dele, gritando por um médico. O sargento de pelotão e eu corremos de volta atrás dele."

"Vimos um de seus homens em terreno aberto e eu corri para a frente a fim de atendê-lo. Havia disparos em ambas as direções, mas ... bem, nada disso parecia estar destinado a mim.”

"A vítima não tinha pulso e não estava respirando. Tinha um pequeno orifício de entrada em seu peito, mas não havia ferida de saída. Comecei a ressuscitação cardiopulmonar [RCP]. Então, o sargento do pelotão disse: 'Kylie, você viu onde estamos?' E eu olhei à minha frente e para o lado e percebi que estávamos em terreno completamente aberto. 'Certo', eu disse. "Eu acho que devemos voltar."

"Três caras vieram para ajudar e nós evacuamos o soldado sob fogo. Eu continuei com a RCP e um de seus companheiros lhe deu um beijo da vida.”

"Nós lutamos e lutamos, até que o helicóptero veio. Eu não iria desistir, mas não podia trazê-lo de volta. Às vezes você não pode mudar o resultado. Você não pode salvar todo mundo, você apenas tem que saber que você fez o seu melhor.”

Kylie prestou seus respeitos ao soldado morto em um memorial retido na Azadie, mas suas emoções são as de uma profissional controlada. "O que acontece no Afeganistão permanece lá", diz ela com firmeza, sem vontade de deixar horrores operacionais infiltrarem-se em sua vida em casa, feliz de volta no Reino Unido.

Kylie nasceu em Ballymena, Antrim, onde foi criada em uma família grande e feliz, de cinco filhos, pelos pais Glenn e Lorna. E enquanto sua MC encheu de orgulho seu regimento, lhe rendeu uma dura de sua mãe: "Kylie! O que você fez? Da próxima vez, por favor, não.”

Sua família não tem histórico de serviço militar, mas uma infância contra o cenário dos problemas da Irlanda do Norte levou seu interesse no Exército. Ela se alistou em 2006. "Eu poderia me imaginar sendo um soldado, fazendo algo para ajudar", ela lembra.

Após o treinamento básico e estudar por oito meses medicina de campo de batalha, ela se juntou ao Corpo Médico em setembro de 2007.  No ano seguinte, foi em seu primeiro turno operacional, servindo seis meses em Basra, no Iraque, onde ela participou de patrulhas, cuidando da saúde em campanha, e treinava médicos do exército iraquianos. Retornou ao Reino Unido para estudar e se qualificar como um paramédico Classe 1, capaz de atuar sozinha.

Como a única mulher em uma equipe operacional de cerca de 20 homens,  ela está acostumado a ser tratada com respeito afetuoso no acampamento e igualdade.  Não se surpreendeu ao encontrar dificuldades no trato com cidadãos. "Quando cheguei ao soldado afegão que tinha sido atingido na pelve, o intérprete começou a dizer: ‘Mas você é uma mulher.’  Eu o parei ali e disse: 'Ele vai ser tratado goste ou não.'"

“Não foi um grande feito para mim. Eles podem pensar o que quiserem, mas quando você tem a vida de alguém em suas mãos, você deve fazer o que puder.”

No entanto, ela ficou um pouco irritada com alguns dos comentários on-line que se seguiram ao anúncio da concessão de sua MC, afirmando ser um ato de tokenismo ou um ato politicamente correto, ao invés da justa recompensa para atos de heroísmo para premiar qualquer soldado. "Aqueles que dizem isso são bem-vindos para pegarem o meu kit e ir ao Afeganistão por seis meses. São bem-vindos para usar minhas botas e ser eu", diz ela, acrescentando que não pode esperar para retornar às operações porque "Acho que fiz tudo certo até agora".

Modestas palavras de uma soldado cuja humanidade e coração bravo levaram-na para o calor da batalha para ajudar os outros.

O lema do Real Corpo Médico do Exército é In Arduis Fidelis (fidelidade na adversidade), que a cabo Kylie Watson MC honrou e comprovou.

Fonte: Daily Mail

 

CAVALEIROS TEMPLÁRIOS EM PORTUGAL - DOM GUALDIM PAIS

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Por Cláudio Calaza


A história dos Cavaleiros Templários atrai atenção de muitos que apreciam as épicas batalhas da Idade Média. A saga desses combatentes, e os muitos segredos que envolvem a ordem militar-religiosa medieval, serviram de tema para muitos estudos e produções de cinema que procuraram exaltar a coragem guerreira e seus os valores cristãos. Todavia, grande parte dos filmes e documentários aborda a história de personagens da França ou Inglaterra, esquecendo-se de mencionar Portugal, país onde a presença dos Cavaleiros da Ordem do Templo produziu as mais ricas e interessantes histórias.

A Península Ibérica foi uma das zonas onde a ocupação islâmica perdurou por muitos séculos. Como tal, foi natural que a Reconquista adquirisse aspectos muito semelhantes aos da conquista da Terra Santa, no Oriente Médio. Consequentemente, a Ordem do Templo, na sua função primordial de defesa da fé cristã, afluiu em massa para aquela região, apoiando as estruturas militares locais que, pouco a pouco, iam alcançando importantes conquistas territoriais. Em Portugal, em particular, a Ordem dos Cavaleiros Templários desempenhou papel crucial na formação da nação sob o reinado de D. Afonso Henriques, no século XII.  Assim, ocorreu uma estreita e crescente ligação entre Portugal e a Ordem do Templo.

Cavaleiros Templários em combate

Dentre os grandes nomes da Ordem dos Templários que se tornaram próceres da nação portuguesa, sobressai a figura de D. Gualdim Pais, um personagem que, certamente, por sua épica trajetória faria jus a uma grande produção cinematográfica nos dias atuais. Companheiro fiel de D. Afonso Henriques, desde a infância,  D. Gualdim veio a tornar-se um das figuras mais influentes e intrigantes dos primórdios da nacionalidade portuguesa, imprimindo com grande significado a importância da Ordem dos Templários na formação do Reino de Portugal.

Compromisso templário em nome da defesa da fé cristã.

Nascido em Amares, região de Braga, no ano de 1118, Gualdim Pais foi criado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e, desde muito cedo, se pôs a serviço das armas do Condado Portucalense, combatendo ao lado dos seus irmãos de armas, os cavaleiros Mem Ramires e Martim Moniz, Com estes, participou das principais batalhas em favor da autonomia do condado em relação ao Reino de Castela e Leão. Em seguida trataram de combater os infiéis mouros que invadiram a região. Por sua bravura, Gualdim Pais foi ordenado Cavaleiro por Afonso Henriques na emblemática Batalha de Ourique (1139), que marcou a fundação do Reino de Portugal.

As forças de D. Afonso Henriques prosseguiram fiéis ao rei rumo ao sul, libertando progressivamente as terras lusitanas da dominação muçulmana.  D. Gualdim é um dos 120 guerreiros que, ao lado do rei, vão tomar de assalto o castelo de Santarém, escalando as suas muralhas durante a noite. O rei selecionou, sem dúvida, os seus melhores combatentes para este ataque e boa parte desta força eram Cavaleiros Templários. Em 1147, atingem Lisboa e cercam as muralhas da cidade. D. Gualdim está entre os 30 mil guerreiros, cerca de 15 mil portugueses e outros tantos Cruzados estrangeiros. O sítio perdura por quatro meses com repetidos ataques. as mãos dos islamitas até à sua rendição.

Já como destacado guerreiro, D. Gualdim Pais parte de Lisboa para a Terra Santa, onde serviu durante cinco anos, ingressando na Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, conhecida como Cavaleiros Templários ou Ordem do Templo. Nessa condição, durante o período da Segunda Cruzada, combateu nas guerras contras os sultões do Egito e da Síria. Lá aprendeu os métodos da guerra medieval, especialmente se interessando pelas modernas técnicas de arquitetura militar.

Ao retornar a Portugal, foi ordenado como quarto Grão-Mestre da Ordem dos Templários em Portugal (1159), que tinha a sede em Soure, onde tinham um castelo desde 1128. A sua atuação foi de tal forma preponderante que, não raras vezes, era sua decisão, e não a do próprio rei, que prevalecia quando se tratava de assuntos militares. A sua condição de experimentado combatente na Terra Santa e, ao mesmo tempo Mestre dos Templários a isso ajudavam. Sobressai-se não só nas suas qualidades de guerreiro, mas também enquanto líder da proeminente ordem religiosa. 

Encenação de atores nas comemorações em Tomar

Os Templários, com seus conhecimentos e técnicas, promovem em Portugal uma revolução na arquitetura militar da época, construindo castelos mais modernos e eficientes, indispensáveis para a defesa do novo reino. Verifica-se, então, a introdução da torre de menagem, alta e isolada, e do alambor na base das muralhas. Sob a liderança de Gualdim Pais foram construídos os castelos de Pombal, Zêzere, Almourol, Idanha e Monsanto. Mesmo tendo nascido no norte de Portugal, o Mestre Templário entendeu que, seria em Tomar, no centro do reino, o local ideal para inserção da sede de sua ordem militar-religiosa. 

Em Tomar seu principal legado  arquitetônico, o Castelo de Tomar, cuja obra teve início em 1160. Destaca-se, no conjunto desta magnífica obra, além da elevada torre de menagem, o impressionante alambor, que impedia qualquer iniciativa do inimigo em minar suas muralhas. A partir daí, a vila de Tomar desenvolveu-se à custa da presença templária, tornando-se ponto estratégico na defesa militar do reino contra as ameaças dos mouros. 

Alambor das muralhas do castelo de Tomar

A demonstração das capacidades de líder militar de Dom Gualdim Pais alcançou o ponto máximo quando do célebre cerco do Castelo de Tomar, na primavera de 1190. Naquele ano, as forças militares do califa Yaqub al-Mansur, buscando recuperar as perdas territoriais e vingar a morte de seu pai e antecessor na batalha na Batalha de Santarém (1184), desencadearam uma grande contraofensiva contra os cristãos. Ultrapassando com vigor a planície alentejana, o exército muçulmano alcançou Santarém e, pouco depois, Torres Novas. Uma a uma, as vilas iam sendo arrasadas e saqueadas, tornando impotente qualquer reação das forças lusitanas.

Mas eis que, atingindo Tomar, o velho Dom Gualdim Pais, então com 72 anos, consegue ainda manter pujante e viva a voz de comando sobre seus Cavaleiros Templários. Antevendo o combate que viria, o Mestre prepara a defesa de seu reduto, reunindo os todos os homens fortes, armas e víveres. Traz para dentro das muralhas do Castelo de Tomar os indefesos habitantes da Vila. Cercados, duzentos destemidos Cavaleiros Templários recusam-se ao mesmo cruel destino dos compatriotas de Abrantes e Torres Novas e, diante do velho mestre, oram ao Cristo e  assumem o compromisso de produzir uma resistência estoica.

D. Gualdim Pais
 
Em sua ofensiva rumo ao norte de Portugal, os mouros fazem questão de incendiar tudo aquilo que encontram. A fumaça torna o ar quente do verão praticamente irrespirável em toda a região. Tanto a temperatura como o sol pareciam correr a seu favor. Em 13 de julho, novecentos árabes liderados por al-Mansur atingem o Rio Nabão e cercam a fortaleza templária. Durante seis dias, tentam transpor as muralhas sem sucesso. Em determinado momento, o inimigo consegue romper um dos portões. Imediatamente, D. Gualdim mobiliza seus templários e rechaçam os invasores em um sangrento confronto na porta Almedina.

Nos dias que se seguiram, uma misteriosa epidemia assolou o acampamento mouro nas águas do Rio Nabão, forçando o exército invasor a uma retirada estratégica com grande perda de homens e montarias.  A ameaça estava contida e os árabes não tiveram mais forças para avançar a invasão  rumo ao norte de Portugal. O sofrimento tinha, enfim terminado, e a vitória pendera mais uma vez para o lado dos Templários comandados por D. Gualdim. Entusiasmado com a façanha, o Mestre Templário manda imortalizar o ato por meio de uma simbólica placa na entrada do castelo.

D. Gualdim Pais morreu em 13 de outubro de 1195, ao cair acidentalmente das muralhas do Castelo de Tomar, em umas das muitas visitas de inspeção, que mesmo com avançada idade sentindo, fazia questão de realizar pessoalmente. 

Estátua na cidade Tomar- Portugal 



III OLIMPÍADA DE HISTÓRIA MILITAR E AERONÁUTICA DA ACADEMIA DA FORÇA AÉREA

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Começa amanhã.  Que vençam os mais capazes e os mais audazes.


Realização:
ACADEMIA DA FORÇA AÉREA
O ninho das águias.

A ÍNDIA NA 2ª GUERRA MUNDIAL EM 10 IMAGENS

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O papel da Índia na 2ª Guerra Mundial ainda permanece como um capítulo obscuro na história do mundo. Estas imagens podem lançar alguma luz sobre a parte menos discutida, mas significativa, da guerra.

Pilotos indianos, pertencentes à Real Força Aérea britânica, atuaram na Batalha da Inglaterra, em 1940


Confiantes, soldados de infantaria do 7º Regimento do Rajput posam para fotografia antes de saírem em patrulha na região do Arakan, na Birmânia


Carro de combate M4 Sherman pertencente à Brigada de Tanques indiana em ação na Birmânia, 1945


Soldado da 5ª Divisão indiana vigiando prisioneiros japoneses em Cingapura. Setembro de 1945


Soldados da 19ª Divisão indiana atacando uma posição japonesa na Birmânia 


Soldados da Legião Indiana do Exército Alemão guarnecendo a Muralha do Atlântico na França, 1944


Noor-Inayat-Khan, agente especial a serviço dos britânicos que trabalhou junto à Resistência Francesa.  Foi capturada pela Gestapo e executada no campo de extermínio de Dachau 


Navio de escolta HMIS Sutlej (U95). Participou de inúmeras operações navais durante a guerra, inclusive da invasão da Sicília e do assalto à Rangun 


Tropas sikhs indianas defendendo o perímetro de Tobruk, no norte da África, durante a Operação Crusader


Blindados de reconhecimento Humber da 10ª Divisão indiana em deslocamento na Itália, 1944

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