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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL HATAZŌ ADACHI

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* 17/6/1890 - Ishikawa, Japão

+ 10/9/1949 - Rabaul, Nova Bretanha


O tenente-general Hatazō Adachi pertenceu ao Exército Imperial japonês, e é conhecido por sua participação na Segunda Guerra Sino-Japonesa e na Campanha da Nova Guiné, durante a Segunda Guerra Mundial.


Demasiado pobre para pagar as escolas preparatórias militares necessárias para uma carreira na Marinha Imperial Japonesa, ainda jovem prestou o concorridíssimo concurso para a Academia de Cadetes de Tóquio e foi aprovado, o que lhe permitiu entrar na Academia Imperial do Exército japonês, onde se formou na 22ª turma, em 1910.

Adachi serviu com a 1ª Divisão de Guardas Imperiais, e depois se formou na 34ª classe da Escola de Guerra do Exército, em 1922. Ao contrário de muitos oficiais de seu tempo, Adachi evitou o envolvimento nas facções políticas que atormentaram o exército japonês nos anos 1930. Depois de servir em uma série de funções administrativas dentro do Estado-Maior do Exército Imperial japonês, Adachi foi designado para a unidade da Guarda Ferroviária do Exército Kwangtung, responsável pela segurança da South Manchuria Railway em 1933.


Guerra Sino-Japonesa

Adachi foi promovido a coronel em 1934, e nomeado comandante do 12° Regimento de Infantaria em 1936. Durante o incidente de Xanghai, em julho de 1937, Adachi ganhou a reputação de conduzir suas tropas com bastante liderança, lutando sempre onde a luta era mais intensa. Foi ferido por uma barragem de morteiro em setembro, a qual deixou sequelas permanentes em sua perna direita.

Foi promovido a general no princípio de 1938 e designado comandante da 26ª Brigada de Infantaria. Adachi tinha a reputação de ser um "soldado-general", compartilhando as condições de vida miseráveis de suas tropas e sendo receptivo a discussões abertas e francas com seus oficiais e pessoal.

Promovido a tenente-general em agosto de 1940, foi comandante da 37ª Divisão na Batalha de Shanxi do Sul. Em 1940, tornou-se chefe do Estado-Maior do Exército da Área da China do Norte, entre 1941-1942, durante o auge de suas campanhas de terra arrasada contra as forças chinesas.


Segunda Guerra Mundial

O tenente-general Adachi comandou as forças japonesas na Nova Guiné desde o ano de 1942 até ao término da Segunda Guerra Mundial. Assumiu o comando do XVIII Exército após a morte do tenente-general Tomitaro Horii, em 23 de novembro de 1942, e liderou um exército que se encontrava já em retirada. Enquanto as forças aliadas faziam intenso uso do poder aéreo e naval para isolar a grande base militar japonesa em Rabaul, as tropas nipónicas viram-se forçadas a recuar ao longo da Trilha Kokoda para Buna-Gona.

Ao contrário de seus colegas menos afortunados, isolados em pequenas guarnições na ilha, Adachi foi capaz de realizar um prolongado retraimento de das suas forças. Em janeiro de 1943 o general desocupou Buna e retornou para Sio, na Península de Huon, permanecendo por lá até ao ano seguinte. No início de 1944 o general Douglas MacArthur forcou a evacuação de Sio e da Pensínsula de Huon. Cerca de 14 mil homens foram evacuados da península, alguns dos quais tiveram que fazer uso de barcaças nas zonas costeiras, enquanto outros foram forçados a realizar longas marchas para fora da área.

O XVIII Exército acabou por se ver obrigado a regressar a Wewak, na costa norte da Nova Guiné, onde permaneceu isolado até ao fim da guerra. Adachi protagonizou duas tentativas de sair da capital de East Sepik. A mais severa delas conseguiu retirar de cerca de 31 mil homens para fora de Aitape (julho-agosto de 1944), contudo o fracasso deste importante esforço convenceu Adachi de que qualquer outra tentativa de fuga seria em vão, principalmente porque a linha da frente japonesa estava forçada a afastar-se cada vez mais longe da sua posição.

Adachi e o XVIII Exército acabaram por se render a 13 de setembro de 1945. Mas, a esta altura, apenas 13.500 homens dos 65 mil que compunham a sua força inicial, ainda se encontravam vivos, os quais sofreram terrivelmente durante o longo cerco de Wewak.

Adachi rende seu XVIII Exército ao general australiano Horace Robertson

No final da guerra, Adachi foi levado sob custódia pelo governo australiano e acusado de crimes de guerra, em conexão com maus-tratos e execução arbitrária de prisioneiros de guerra. Apesar de não estar pessoalmente envolvido em nenhuma das atrocidades mencionadas, Adachi insistiu em absorver a responsabilidade de comando pelas ações de seus subordinados durante o tribunal militar, e foi condenado à prisão perpétua.

No dia 10 de setembro de 1947, Adachi se matou em seus aposentos com uma faca, no complexo dos prisioneiros de Rabaul.



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