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Ao meio-dia, uma gigantesca bandeira foi desenrolada no primeiro andar da torre, na presença de turistas, bombeiros e políticos. Jeanne-Marie Badoche, filha do capitão Lucien Sarniguet, que foi obrigado a retirar a bandeira francesa em 1940 e retornou ao local quatro anos depois para recolocá-la, estava presente e emocionada com a celebração.
A liberação de Paris ocorreu quase quatro três meses depois do Desembarque aliado na Normandia, ocorrido em 6 de junho de 1944. No dia 15 de agosto, os aliados atracam também pelo sul, na Provença, mas a chegada à capital ainda parecia distante. Os parisienses então organizam uma revolta popular, a começar pelo comando da polícia.
No amanhecer de 19 de agosto, 3 mil policiais franceses à paisana tomaram a caserna da île de la Cité, no centro de Paris, onde os bombeiros já estavam rebelados e haviam erguido a bandeira tricolor quatro dias antes. É o início da insurreição de Paris, em meio a uma greve geral lançada na cidade no mesmo momento.
Seis dias de combates contra as forças alemãs transformaram a capital num campo de batalha, mas segundo os historiadores, os 20 mil soldados nazistas, mal equipados, pouco resistiram à empreitada. Apenas 167 policiais franceses perderam a vida, apesar da ordem de Adolf Hitler ao general Von Choltitz de reduzir Paris a ruínas – missão que ele decidiu, de última hora, desobedecer.
A vitória se consolidou com a chegada das primeiras tropas aliadas nas ruas da capital, em 24 de agosto. Dois dias depois, o general De Gaulle desfilaria, triunfante, na avenida Champs Elysées, aplaudido pela multidão.
Para recordar esse momento crucial da história, Paris inaugurou neste domingo um novo museu, que relembra os quatro anos de ocupação nazista e a semana de insurreição que levou à libertação. "Começa com uma França abatida e termina com uma França que se põe de pé", resume Sylvie Zaidman, diretora do novo museu localizado no sul de Paris, em substituição a um espaço aberto anteriormente (1994 a 2018), que nunca superou os 14 mil visitantes anuais.
"Antes, os avós podiam contar o que aconteceu. Mas há cada vez menos testemunhas. É por isso que o museu toma seu lugar, conta a história", afirmou Zaidman, que defende uma rota "muito clara e pedagógica, para que todos possam entrar na história".
Em um espaço de 2.500 m², 300 objetos, fotografias, cartas e pedaços de filmes de época oferecem ao visitante uma cronologia de como os parisienses viviam o governo colaboracionista de Philippe Pétain, e como celebraram o triunfo do general de Gaulle.
O operário comunista, que se tornou comandante das Forças Francesas do Interior (FFI) na região parisiense, esperou ansiosamente a chegada dos aliados, com sua esposa e uma dúzia de simpatizantes.
Alguns dos equipamentos do abrigo também são preservados de onde ele coordenou a insurreição de Paris, como um armário enferrujado e um sistema de pedalar para gerar eletricidade.
Fonte: RFI
Paris comemora os 75 anos da liberação da cidade dos nazistas, uma conquista eternizada pelas palavras do general Charles de Gaulle, em 25 de agosto de 1944: “Paris ultrajada. Paris quebrada. Paris martirizada. Mas Paris liberada!” No total, as tropas alemãs ficaram 1.500 dias na capital francesa.
No último domingo (25), a cidade realizou uma série de eventos comemorativos para marcar a data. Uma celebração aconteceu na torre Eiffel, em homenagem aos seis bombeiros que subiram o monumento, sob fogo inimigo, para substituir o estandarte nazista pela bandeira francesa.
Ao meio-dia, uma gigantesca bandeira foi desenrolada no primeiro andar da torre, na presença de turistas, bombeiros e políticos. Jeanne-Marie Badoche, filha do capitão Lucien Sarniguet, que foi obrigado a retirar a bandeira francesa em 1940 e retornou ao local quatro anos depois para recolocá-la, estava presente e emocionada com a celebração.
Cartaz elaborado pela Prefeitura de paris homenageando os 75 anos do levante contra a ocupação alemã
Outra cerimônia acontece na Porte d’Orléans, no sul da cidade, pela qual o general Leclerc e suas tropas entraram em Paris depois da liberação. “As pessoas ficaram doidas! O clima estava extraordinário. Muitas garotas não voltaram para casa naquela noite”, recorda-se René Gonin, que tinha 24 anos na época.
Parisienses se revoltaram
A liberação de Paris ocorreu quase quatro três meses depois do Desembarque aliado na Normandia, ocorrido em 6 de junho de 1944. No dia 15 de agosto, os aliados atracam também pelo sul, na Provença, mas a chegada à capital ainda parecia distante. Os parisienses então organizam uma revolta popular, a começar pelo comando da polícia.
No amanhecer de 19 de agosto, 3 mil policiais franceses à paisana tomaram a caserna da île de la Cité, no centro de Paris, onde os bombeiros já estavam rebelados e haviam erguido a bandeira tricolor quatro dias antes. É o início da insurreição de Paris, em meio a uma greve geral lançada na cidade no mesmo momento.
Após ser atacada, uma viatura alemã ardendo em chamas em pleno Quartier Latin, defronte à catedral de Notre Dame
A insurreição prossegue: barricadas erguidas pela população parisiense em plena Rua Rivoli, muito perto do Museu do Louvre
Seis dias de combates contra as forças alemãs transformaram a capital num campo de batalha, mas segundo os historiadores, os 20 mil soldados nazistas, mal equipados, pouco resistiram à empreitada. Apenas 167 policiais franceses perderam a vida, apesar da ordem de Adolf Hitler ao general Von Choltitz de reduzir Paris a ruínas – missão que ele decidiu, de última hora, desobedecer.
A vitória se consolidou com a chegada das primeiras tropas aliadas nas ruas da capital, em 24 de agosto. Dois dias depois, o general De Gaulle desfilaria, triunfante, na avenida Champs Elysées, aplaudido pela multidão.
O general alemão Dietrich von Choltiz, governador militar de Paris, aqui fotografado após sua rendição: mesmo diante de grande risco pessoal, optou por desobedecer as ordens de Hitler, salvando a cidade da completa destruição.
Mulheres parisienses celebram a libertação da cidade, na manhã de 26 de agosto de 1944. Muitas delas participaram dos combates de rua
Novo museu leva a quartel-general clandestino no sul de Paris
Para recordar esse momento crucial da história, Paris inaugurou neste domingo um novo museu, que relembra os quatro anos de ocupação nazista e a semana de insurreição que levou à libertação. "Começa com uma França abatida e termina com uma França que se põe de pé", resume Sylvie Zaidman, diretora do novo museu localizado no sul de Paris, em substituição a um espaço aberto anteriormente (1994 a 2018), que nunca superou os 14 mil visitantes anuais.
"Antes, os avós podiam contar o que aconteceu. Mas há cada vez menos testemunhas. É por isso que o museu toma seu lugar, conta a história", afirmou Zaidman, que defende uma rota "muito clara e pedagógica, para que todos possam entrar na história".
Em um espaço de 2.500 m², 300 objetos, fotografias, cartas e pedaços de filmes de época oferecem ao visitante uma cronologia de como os parisienses viviam o governo colaboracionista de Philippe Pétain, e como celebraram o triunfo do general de Gaulle.
Museu da Liberação de Paris possibilita descer até o quartel-general da resistência parisiense, no sul da capital francesa
O ponto alto da visita, que só poderá ser descoberto em grupo e com inscrição prévia, é a descida por uma escadaria estreita que leva a 20 metros de profundidade: ali se encontrava o quartel-general clandestino de Henri Rol-Tanguy, líder da Resistência.
O operário comunista, que se tornou comandante das Forças Francesas do Interior (FFI) na região parisiense, esperou ansiosamente a chegada dos aliados, com sua esposa e uma dúzia de simpatizantes.
Alguns dos equipamentos do abrigo também são preservados de onde ele coordenou a insurreição de Paris, como um armário enferrujado e um sistema de pedalar para gerar eletricidade.
Fonte: RFI